Orientador: Cleiton de Oliveira

Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação

Resumo: O aparecimento das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) públicas no interior do Estado de São Paulo, nas cidades de Araraquara, Assis, Marilia, Presidente Prudente, Rio Claro e São José do Rio Preto, como instituições isoladas de ensino superior (IIES), ocorreu em um periodo em...

Resumo: O aparecimento das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) públicas no interior do Estado de São Paulo, nas cidades de Araraquara, Assis, Marilia, Presidente Prudente, Rio Claro e São José do Rio Preto, como instituições isoladas de ensino superior (IIES), ocorreu em um periodo em que convergiram diversos fatores de ordem política e econômica. Criadas entre 1957 e 1959, essas Escolas espalharam-se por regiões de ocupação recente ou que passavam por renovação das atividades econômicas. O modelo de que estas Faculdades se inspiraram era o da FFCL da Universidade de São Paulo (USP), criada em 1934, que, por sua vez, tinha como objetivo primeiro a formação e renovação das elites dirigentes, através do estudo desinteressado da ciências, e, secundariamente, a formação de professores para o ensino médio. Logo, porém, ficou privilegiada na FFCL da USP a preparação de docentes. Por motivos políticos, a partir de 1948, os governos do Estado de São Paulo passaram a aumentar o número de instituições públicas de ensino superior, inicialmente de Odontologia e, a seguir, de FFCL, apesar das resistências da USP. Surgidas isoladamente, sem possuir um amálgama institucional universitário, as FFCL instalaram-se nas cidades contando inicialmente com o apoio das elites locais, que logo mudou para a indiferença e a hostilidade, que culminaram com o golpe de 1964 e suas conseqüências no ensino superior. O modelo liberal de Universidade pretendido não pôde ser implantado, pelas resistências locais de uma burguesia a quem se dirigia e pelo predomínio do poder público na sua gestão. O resultado foi, contraditoriamente, uma dinamização econômica e cultural que essas Faculdades trouxeram, disseminando o saber e dando às elites locais o acesso à alta cultura, por um lado, e um distanciamento das cidades a que serviam, por outro. Em 1976, essas e outras Faculdades foram reunidas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), iniciando uma outra fase.

Abstract: The appearance of the public Faculties of Philosophy, Sciences and Languages in São Paulo countryside, in the cities of Araraquara, Assis, Marília, Presidente Prudente, Rio Claro, and São José do Rio Preto, occurred in a period when several factors of political and economic nature were...

Abstract: The appearance of the public Faculties of Philosophy, Sciences and Languages in São Paulo countryside, in the cities of Araraquara, Assis, Marília, Presidente Prudente, Rio Claro, and São José do Rio Preto, occurred in a period when several factors of political and economic nature were searching. Created in a short period of time, from 1957 to 1959, these Faculties scattered about either regions of recent settlement 01' where the economic activities were being renewed. The Faculty of Philosophy, Sciences and Languages ofthe University of São Paulo (USP), created in 1934, was the model which the above faculties chose and adopted. USP, by its turn, had as first priority the formation and renewal ofthe ruling elite, through the nonchalant study of sciences, and secondly the formation of school teachers. However, before long the formation of secondary teachers became its foremost aim. In spite of oppositions raised by USP, in 1948 the government of São Paulo state started a policy to increase rapidly the number of public institutions in the educational area, firstly in Dentistry, and afterwards in Philosophy, Sciences and Languages. Nucleated rather isolated and lacking an institutional binder, those faculties were settled down in each city with the support of local elite. This situation changed quite soon to carelessness and even hostility, culminating with the Coup of 1964 and its consequences upon the university educational system. The liberal model designed for the university could not be fully established, due to local opposition from the bourgeoisie to whom it was directed, and also due 10 the predominance of the public sector in its management. Against ali the odds, the outcome was an economic and cultural spin-off brought about by those faculties, disseminating knowledge and giving 10 local elite the access to higher cultural standards, and withdrawing from the cities to whom they originally served. Eventually in 1976 the above faculties and several others were joined together as the Universidade Estadual Paulista (UNESP), starting a new phase.