Microfundamentos da macroeconomia [recurso eletrônico] : uma perspectiva metodológica
Celso Pereira Neris Junior
TESE
T/UNICAMP N356m
[Microfoundations of macroeconomics]
Campinas, SP : [s.n.], 2017.
1 recurso online (184 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Rogério Pereira de Andrade
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia
Resumo: O objetivo deste trabalho é discutir o requerimento de microfundamentos na teoria macroeconômica moderna a partir de uma perspectiva metodológica. Na década de 1970, Robert Lucas contestou a teoria macroeconômica vigente, argumentando que esta carecia de uma "disciplina do equilíbrio". A...
Ver mais
Resumo: O objetivo deste trabalho é discutir o requerimento de microfundamentos na teoria macroeconômica moderna a partir de uma perspectiva metodológica. Na década de 1970, Robert Lucas contestou a teoria macroeconômica vigente, argumentando que esta carecia de uma "disciplina do equilíbrio". A inclusão de um indivíduo otimizador e portador de expectativas racionais nos modelos da teoria macroeconômica era o fundamento necessário à construção de melhores teorias, segundo esta perspectiva. Autores associados à escola novo-keynesiana, em maior ou menor grau, aceitaram este modo de pensar, embora possuíssem críticas às proposições novo-clássicas de que os mercados se ajustam instantaneamente e de que a política econômica é ineficaz. Os conflitos entre estas duas escolas, argumenta-se nesta tese, foi acalmado pela adesão conjunta a microfundamentos específicos. Ademais, explicações sociológicas e psicológicas são dadas como motivos para esta adesão. O intuito é mostrar que as construções teóricas na macroeconomia, particularmente aquelas que se tornam as dominantes, não são decorrentes apenas de uma evolução pura do campo de conhecimento, pois a ciência econômica possui uma influência clara sobre a economia, por meio de políticas e seus modelos instrumentalizados na realidade social. Neste sentido, consensos, como os que caracterizam a teoria macroeconômica moderna, são vistos como necessários a fim de passarem a impressão de um corpo de conhecimento científico maduro. A ideia de que a teoria macroeconômica deve, necessariamente, partir do indivíduo é, ainda, uma perspectiva reducionista de ciência que esta tese busca criticar. Parte-se do pressuposto de que, embora o reducionismo dê suporte às construções teóricas que simulam o comportamento real das economias e, com isso, permite aos economistas fazerem previsões, o caráter explicativo de uma teoria reducionista, no sentido da adequação com a realidade social ¿ seu "poder de verdade" ¿ é limitado. A crise econômica de 2007-8 expôs esta fraqueza e, argumenta-se, o avanço da formalização, como propagado por alguns, é insuficiente para saná-la. Tendo em vista esta crítica, nos detemos a avaliar a perspectiva pós-keynesiana, como uma alternativa ontologicamente (compreensão da natureza da realidade econômica) mais rica do que a teoria macroeconômica moderna. Partindo das ideias originais de Keynes, procura-se caracterizar o mundo econômico como inerentemente incerto onde os agentes devem tomar decisões de produção e consumo, dentre outras, com base em um futuro desconhecido. A concepção de mundo e as bases filosóficas dos pós-keynesianos permitem diferenciá-los da teoria macroeconômica moderna mesmo que, para fins de construção de modelos, eles se utilizem da palavra microfundamentos. Argumenta-se que a utilização destes microfundamentos não possui o mesmo significado e intenção de proteger o paradigma mainstream em teoria macroeconômica que preconiza um indivíduo otimizador e com expectativas racionais
Ver menos
Abstract: The objective of this work is to discuss the application of microfoundations in "modern macroeconomic theory" from a methodological approach. In the 1970s, Robert Lucas challenged the current macroeconomic theory, arguing that it lacked a "discipline of equilibrium". The inclusion of an...
Ver mais
Abstract: The objective of this work is to discuss the application of microfoundations in "modern macroeconomic theory" from a methodological approach. In the 1970s, Robert Lucas challenged the current macroeconomic theory, arguing that it lacked a "discipline of equilibrium". The inclusion of an optimizing individual with rational expectations in the models of macroeconomic theory was the necessary basis for the construction of better theories, according to this perspective. Authors associated with the New Keynesian school, to a greater or lesser extent, accepted this mode of thought, although they were critical of the New Classical propositions of market clearing and that economic policy is ineffective. The conflicts between these two schools, it is argued in this thesis, was calmed by the adhesion to specific micro foundations. In addition, sociological and psychological explanations are given as reasons for this adhesion. The aim is to show that theoretical constructions in macroeconomics, particularly those that become mainstream, are result not only a pure evolution of the field of knowledge, since economic science has a clear influence on economic, through policies and by models embedded in social reality. In this sense, consensus such as those characterizing "modern macroeconomic theory" are seen as necessary in order to give the impression of a mature body of scientific knowledge. The idea that macroeconomic theory must necessarily start from the individual is a reductionist perspective of science that this thesis seeks to criticize. It is assumed that, although reductionism supports the theoretical constructions that simulate the real behavior of the economies and, with this, allows the economists to make predictions, the explanatory character of a reductionist theory, in the sense of the adequacy with the social reality - its "power of truth" - is limited. The economic crisis of 2007-8 exposed this weakness and, it is argued, the advancement of mathematization, as propagated by some authors, is insufficient to cure it. In light of this critique, we consider the Post-Keynesian perspective as an ontological alternative richer than "modern macroeconomic theory." Based on the original ideas of Keynes, we try to characterize the economic world as inherently uncertain where agents must make decisions of production and consumption, among others, based on an unknown future. The conception of the world and the philosophical bases of the Post-Keynesians allow differentiating them from the "modern macroeconomic theory" even if, for the purpose of modeling, they use the word microfoundations. It is argued that the use of these microfoundations does not have the same meaning and intention to protect the mainstream paradigm in macroeconomic theory that advocates an optimizing individual and with rational expectations
Ver menos
Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Andrade, Rogério Pereira de
Orientador
Madi, Maria Alejandra Caporale, 1959-
Avaliador
Carvalho, Laura Barbosa de, 1984-
Avaliador
Feijó, Carmem, 1952-
Avaliador
Ganem, Angela
Avaliador
Microfundamentos da macroeconomia [recurso eletrônico] : uma perspectiva metodológica
Celso Pereira Neris Junior
Microfundamentos da macroeconomia [recurso eletrônico] : uma perspectiva metodológica
Celso Pereira Neris Junior