Um estudo da confabulação no contexto neuropsicologico : o discurso a deriva ou as sem-razões do sentido
TESE
Português
T/UNICAMP M797e
Campinas, SP : [s.n.], 1995.
154f.
Orientadores: Maria Irma Hadler Coudry, Ingedore G. Villaça-Koch
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem
Resumo: A confabulação, na pesquisa clínico-cognitiva, se presta a muitos e diferentes entendimentos. Aparece na literatura neuropsicológica, especialmente, como um item semiológico das síndromes amnésicas, demenciais e afásicas. Embora suas causas e
mecanismos cognitivos não estejam ainda...
Resumo: A confabulação, na pesquisa clínico-cognitiva, se presta a muitos e diferentes entendimentos. Aparece na literatura neuropsicológica, especialmente, como um item semiológico das síndromes amnésicas, demenciais e afásicas. Embora suas causas e
mecanismos cognitivos não estejam ainda devidamente elucidados, admite-se que esteja relacionada com as alterações de memória e de consciência. Ainda que a confabulação seja um fenômeno discursivo indiscutível, a linguagem ou o linguístico não surgem para o campo que tradicionalmente se tem dedicado a ela de maneira constitutiva ou, pelo menos, relevante. Dedicamo-nos, neste trabalho, a averiguar seus componentes linguísticos, pragmáticos e interativos, bem como a discutir os termos do meta-discurso clínico sobre a confabulação. O objetivo é tomar a (discussão sobre) confabulação como um expediente interessante para o estudo do quadro relacional entre linguagem e cognição. Levando em conta dados obtidos no contexto patológico, em especial, e também no contexto normal, e considerando as situações discursivas e as atividades enunciativas em meio às quais a confabulação ocorre, procuramos refutar, teórica e empiricamente, as propostas explicativas da abordagem clínica tradicional. Como o estudo da confabulação, para nós, diz respeito a diversos processos que estão em jogo na construção da significação, ele pode subsidiar as investigações que se
projetam nas áreas da Linguística que se interessam pela relação de reciprocidade entre linguagem e cognição. Ao contrário do que tem feito a abordagem (neuro)psicológica da confabulação, todo nosso empenho é mostrar que, em se tratando de processos cognitivos dito "superiores", como a memória ou o pensamento, a linguagem e o discursivo não podem ser alijados. Em se tratando de confabulação, de memória ou de produção de consciência, poderíamos afirmar, como o fez Foucault a respeito da relação do homem com as coisas do mundo: Aqui há linguagem
Abstract: The confabulation, in the clinical cognitive research, has many different interpretations. It appears in the neuropsychological literature as a semiological item of amnesia, dementia and aphasic syndromes. Althought its causes and cognitive
mechanisms have not been properly elucidated, it...
Abstract: The confabulation, in the clinical cognitive research, has many different interpretations. It appears in the neuropsychological literature as a semiological item of amnesia, dementia and aphasic syndromes. Althought its causes and cognitive
mechanisms have not been properly elucidated, it is accepted as related to memory and consciousness alterations. Althought the confabulation is unarguably a discoursive phenomenon, it has not been taken as an object of research by neuropsychology. Through this work, we aim to evaluate its linguistic, pragmatic and interactive components, as welI as discussing the metadiscourse terms about confabulation. The objective is to discuss confabulation considering this phenomenon as interesting to the study of the relation patterns between language and cognition. In view of the data obtained in the normal and pathological contexts and considering the discoursive situations and enunciative activities among which the confabulation occurs, we try to deny theoretically and empirically, the explicative proposals of the traditional clinical approach of confabulation, all our efforts are turned to demonstrate that, in the case of 'superior' cognitive processes, like memory and thinking, the language and the discoursive should not be Kept apart from the cognitive system configuration. About confabulation, we could state, like Foucault. Here, there is language