Orientador: Maria Lygia Quartim de Moraes

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Resumo: Há uma presença e protagonismo crescente das mulheres indígenas na América Latina nas lutas e reivindicações relacionadas com diversas problemáticas sociais. No entanto, pouco se tem de produção escrita na qual essas mulheres manifestem, com voz própria, o que para elas significou ou...

Resumo: Há uma presença e protagonismo crescente das mulheres indígenas na América Latina nas lutas e reivindicações relacionadas com diversas problemáticas sociais. No entanto, pouco se tem de produção escrita na qual essas mulheres manifestem, com voz própria, o que para elas significou ou significa sua participação nessas lutas . Neste sentido, o presente estudo centra-se na produção de pensamentos, perspectivas, reivindicações e lutas das mulheres mayas da Guatemala e aymara da Bolívia, na época atual. Os seus seus interesses e reivindicações de prioridade com base em suas experiências e na interpretação que elas têm de suas próprias realidades, são examinados Os dois eixos temáticos principais são os direitos individuais das mulheres e direitos culturais coletivas. Ambos tipos de direitos estão interligados no caso das mulheres indígenas, devido a sua condição de gênero, bem como por sua identidade étnica, mas como se demonstra no estudo, o trenzado de relações de poder abrange outros tipos de relacionamentos (de classe ou geracional, por exemplo) que podem produzir conflitos de interesse para as mulheres indígenas e os conflitos com seus colegas do mesmo grupo étnico. Para o movimento feminista atual, é preciso compreender em que sentido o gênero e a diversidade cultural afeta o pleno exercício da cidadania para as mulheres indígenas. O seja, não se analisa a situação das mulheres indígenas frente à cultura dominante (mestiça ou não indígena), mas sim, sua condição de atoras sociais dentro dos movimentos que lutam para fazer valer os seus direitos como mulheres indígenas, em seus respectivos entornos

Abstract: There exists a growing presence of and role for Latin American indigenous woman in the struggles and affirmations related to diverse social issues. However, there is limited written production in which said women manifest themselves, through their own voice, expressing what their...

Abstract: There exists a growing presence of and role for Latin American indigenous woman in the struggles and affirmations related to diverse social issues. However, there is limited written production in which said women manifest themselves, through their own voice, expressing what their participation in these struggles implies or signifies for them. This study focuses on the creation of thoughts, perspectives, claims and struggles by Mayan women from Guatemala and Aymaras from Boliva, in present times. Their prioritized interests and demands are examined based upon their experiences and the interpretation that they have of their own realities. The two main themes are individual rights and collective cultural rights. These both types of rights are intertwined in the case of indigenous women because of their gender and ethnic identities. Furthermore, as is demonstrated in this study, the intertwine of relations of power encompass other types of relationships (class and generational, for example), that can lead to the production of conflicts of interest for indigenous women and also conflicts with peers of the same ethnic group. For today¿s feminist movement, it is necessary to understand in what sense gender and cultural diversity affects the full exercise of citizenship for these indigenous women. In other words, this does not mean analysis of the situation of these women from the point of view of the dominant culture (landino/mestizo) but rather their status as social actors within movements of social change to make validate their rights as indigenous women in their respective environments