Orientador: Elenice Aparecida de Moraes Ferrari

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia

Resumo: Este estudo investigou a distribuição do cronotipo (matutino, intermediário e vespertino), a sonolência diurna, o desempenho em testes de memória e de compreensão de leitura em estudantes do turno da manhã e da tarde (12 a 17 anos). Na Fase 1, foram utilizados o Questionário de Cronotipo...

Resumo: Este estudo investigou a distribuição do cronotipo (matutino, intermediário e vespertino), a sonolência diurna, o desempenho em testes de memória e de compreensão de leitura em estudantes do turno da manhã e da tarde (12 a 17 anos). Na Fase 1, foram utilizados o Questionário de Cronotipo (HO) e o formulário para identificação de queixas de sono (n = 435). Na Fase 2 (n = 81) utilizou-se a Escala de Sonolência de Karolinska (KSS) aplicada imediatamente antes da sessão de testes, que ocorreram em dois horários (7h00 e 16h45), as Escalas de Leitura (EL) e de Desempenho Escolar em Língua Portuguesa (ED), o Teste de Extensão de Dígitos direto e inverso (SPANdir; SPANinv), o Teste dos Blocos de Corsi direto e inverso (CORSIdir; CORSIinv), o Teste de Memória Episódica imediato e tardio (MEI; MET) e o Teste de compreensão da leitura (CLOZE). Os resultados mostraram uma distribuição normal para os diferentes cronotipos, com aumento na vespertinidade em adolescentes mais velhos. As queixas mais freqüentes (Teste qui-quadrado) foram insônia e muita necessidade de sono predominantes em vespertinos, independentemente do turno de estudo. Os adolescentes de cronotipo matutinos estavam menos sonolentos em relação aos vespertinos, em ambos os horários testados, sendo que os testados no horário da tarde estavam menos sonolentos que os da manhã (ANOVA; p < 0,05). A pontuação média na EL e ED classificou os adolescentes em alto nível acadêmico (ANA), média = ou > que 5 (n = 50) e baixo nível acadêmico (BNA), média < que 5 (n = 31). A análise do conjunto de dados de todos os 81 sujeitos (ANA e BNA) mostrou melhor desempenho no teste CORSIinv realizado no horário da tarde (R = -0,5) em adolescentes vespertinos e no teste MET no horário da manhã (R = -0,4) em adolescentes menos sonolentos (Teste de Spearman; p < 0,05). Quando se analisou apenas os sujeitos ANA observou-se melhor desempenho dos adolescentes matutinos nos testes SPANinv realizados no horário da manhã (R = 0,3) e no teste MEI no horário da tarde (R = 0,4). Também foi verificado melhor desempenho em adolescentes menos sonolentos nos testes CORSIinv (R = -0,6) e CLOZE (R = -0,5) realizados no horário da manhã (Teste de Spearman; p < 0,05). Em conjunto, essas análises demonstraram que o cronotipo, a sonolência diurna, o nível de leitura e o desempenho escolar exercem influência no desempenho em testes de memória. Mais ainda, mostram a importância de se avaliar o nível acadêmico do indivíduo para precisar a relação que cronotipo e a sonolência exercem sobre a memória

Abstract: This study investigated the distribution of different chronotypes (morning, indifferent and evening), the diurnal sleepiness, the performance in tests of memory and reading comprehension in students (12-17 years old) of both morning and afternoon school periods. In the Phase 1, we used the...

Abstract: This study investigated the distribution of different chronotypes (morning, indifferent and evening), the diurnal sleepiness, the performance in tests of memory and reading comprehension in students (12-17 years old) of both morning and afternoon school periods. In the Phase 1, we used the Chronotype Questionnaire (HO) and Sleep Complaints form (n = 435). In Phase 2 (n = 81) there has been used the Karolinska Sleepiness Scale (KSS) immediately before the morning (7am) and afternoon (4:45pm) testing sessions, the Reading (SR) and School Performance in Portuguese Language (SP) Scales, the Digit Span (direct, SPANdir and inverse, SPANinv), Corsi Block (direct, CORSIdir and inverse, CORSIinv), Episodic Memory (immediate, IEM and late, LEM) and the reading comprehension test (Cloze). The results showed a normal distribution of the different chronotypes, with increased eveningness in older adolescents. The most frequent sleep complaints ( x -square test) were the need for longer sleep duration and the insomnia. Those complaints were more frequent in the evening type adolescents, regardless of the school period. The morning type adolescents were less sleepier than the evening type adolescents in both testing times, but during afternoon sessions they were less sleepier than during the morning sessions (ANOVA; p < 0,05). The adolescents were classified in high (HAL, score > 5, n = 50), or low academic level (LAL, score < 5, n = 31), accordingly to their SR and SP average score. The analysis considering all the 81 adolescents (ANA e BNA) indicated that evening type had better performance than the morning type adolescents in the CORSIinv test conducted at the afternoon time (R = -0.5), whereas less sleepy adolescents showed better performance than more sleepy adolescents (R = -0.4) in the MET test during the morning session (Spearman test; p < 0.05). Data analysis of the HAL students only showed that morning type adolescents performed better than evening type adolescents in the SPANinv test conducted in the morning (R = 0.3) and MEI test conducted in the afternoon (R= 0.4). Also the performance in CORSIinv (R = -0.6) and CLOZE tests (R = -0.5) was better in less sleepy than in more sleepy adolescents during the morning sessions (Spearman test; p < 0.05). Together, these results demonstrate that the performance of adolescents in memory tests can be influencied by their chronotype, sleepiness and level of academic performance. Furthermore, this study demonstrates that assessment of the academic level helps to clarify the role that chronotype and sleepiness have on memory