A tradução original
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP P946t
[The original translation]
Campinas, SP : [s.n.], 2013.
167 p. : il.
Orientador: Maria Viviane do Amaral Veras
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem
Resumo: No contexto teórico contemporâneo dos estudos da linguagem e, em particular, dos estudos da tradução, os discursos produzidos e difundidos parecem cada vez mais deferir em favor da precariedade das distinções absolutas que marcariam aquilo que, classificado como sistemático, tradicional,...
Resumo: No contexto teórico contemporâneo dos estudos da linguagem e, em particular, dos estudos da tradução, os discursos produzidos e difundidos parecem cada vez mais deferir em favor da precariedade das distinções absolutas que marcariam aquilo que, classificado como sistemático, tradicional, clássico, convencional, exigiria, portanto, uma postura salvadora. Projetados fundamentalmente a partir dos modelos da filosofia continental, esses discursos atribuem ao século 20 a superação dessas distinções (teoria e prática, corpo e espírito, original e tradução) e o apagamento das fronteiras que, nessa leitura, ameaçariam o sucesso do sagrado projeto democrático. Entretanto, ao renunciar às fronteiras e revogar as distinções, criando um espaço ambíguo transterritorial fundado na coincidência primordial de identidades legítimas (em certo sentido, o espaço ocupado pela Linguística Aplicada e pretendido pelos Translation Studies), o que se produz, na maioria das vezes, é um discurso totalitário que coloca ênfase naquilo que supõe abandonar, isto é, sublinha o mecanismo da proibição e repete (reproduz) a lógica da simbolização que presume renunciar. Considerado esse contexto, a proposta deste trabalho é pensar, a partir da experiência da escritora canadense Nancy Huston, o estatuto da autotradução como uma prática que (1) interdita os discursos totalitários dos estudos da linguagem e dos estudos da tradução produzidos contemporaneamente e (2) desponta como um performativo que divulga os limites teóricos de quaisquer modelos em que a ética comparece como um espaço institucionalizado de sacralização da diferença e de comemoração da exceção
Abstract: The produced and spread discourse in the contemporary theoretical context of language studies - and particularly of translation studies - seems to more and more grant in favor of the precariousness of the absolute distinctions. Being classified as systematic, traditional, classical, and...
Abstract: The produced and spread discourse in the contemporary theoretical context of language studies - and particularly of translation studies - seems to more and more grant in favor of the precariousness of the absolute distinctions. Being classified as systematic, traditional, classical, and conventional, distinctions such as theory and practice, body and spirit, original and translation would mark what would require a redeeming approach. Designed fundamentally from the models of continental philosophy, such discourses ascribe to the 20th century the overcoming of the aforementioned distinctions, and the erasing of the boundaries which, accordingly, would threaten the success of the sacred democratic project. However, once boundaries are renounced and distinctions are revoked, an ambiguous, transterritorial space founded on the primordial coincidence of legitimate identities arises - in a sense, the space occupied by Applied Linguistics and intended by Translation Studies. Consequently, most of the time what is produced is a totalitarian discourse that emphasizes what it supposedly abandons, i.e., highlights the prohibition mechanism and repeats (reproduces) the presumably disowned logic of symbolization. Acknowledging such context, and taking into account the experience of Canadian writer Nancy Huston, this study considers the status of self-translation as a practice that (1) interdicts the totalitarian discourses of both language and translation studies contemporarily produced, and (2) arises as performative practice that exposes the theoretical limits of any models in which ethics appears as an institutionalized space of both sacralization of difference and celebration of exception
A tradução original
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