Orientador: Ivan Amorosino do Amaral

Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação

Resumo: Considerando-se a crescente atuação das empresas no campo da educação, esta pesquisa objetiva analisar até quanto a escola está preparada para exercer criticamente sua autonomia diante das inserções empresariais de Educação Ambiental no processo escolar. Para tanto, foram pesquisadas no ano...

Resumo: Considerando-se a crescente atuação das empresas no campo da educação, esta pesquisa objetiva analisar até quanto a escola está preparada para exercer criticamente sua autonomia diante das inserções empresariais de Educação Ambiental no processo escolar. Para tanto, foram pesquisadas no ano de 2008 três escolas municipais de Mogi-Guaçu-SP e três empresas da região que atuaram nestas instituições. Trata-se de um estudo descritivo-analítico, de cunho qualitativo, baseado em dados coletados por intermédio de entrevistas a professores do 3º. Ciclo Intermediário e gestores escolares, observação de aulas, de atividades extracurriculares e análise documental da escola, bem como de material didático e orientações pedagógicas fornecidos pelas empresas envolvidas. O referencial teórico adotado assenta-se: nas conexões entre teorias pedagógicas e tendências de Educação Ambiental, e nas teorias de reprodução, dependência e resistência no processo escolar Os dados obtidos foram analisados com base em duas categorias principais: tendências de Educação Ambiental praticadas pelas empresas e pelas escolas; relação da escola com a Educação Ambiental empresarial. A análise dos resultados mostrou grande sintonia entre as concepções de educação ambiental de ambas as instituições e que, enquanto as empresas exercem coerentemente sua vocação político-social, a escola não exerce seu papel crítico e de autonomia perante as colaborações externas, reproduzindo mecanicamente um discurso acrítico, instrumental e adestrador, veiculado pela educação ambiental empresarial. Interpreta-se que isso resulta, em grande parte, de deficiências na formação inicial dos recursos humanos atuantes na escola pública, à carência material das instituições escolares públicas, à ausência do poder fiscalizador do Estado, à influência da mídia no tratamento da questão ambiental e à ausência de uma política pública consistente de formação continuada. Constata-se, assim, a existência de uma escola pública vulnerável, desprotegida e despreparada para lidar com as investidas externas em seu processo educativo. Educação Ambiental; relação empresa-escola; responsabilidade social empresarial; autonomia; dependência.

Abstract: Considering the increasing participation of companies on educational fields, this research aims to analyse how much school is prepared to critically perform its autonomy toward influences from companies on the Environmental Education in the scholar process. For this purpose, three...

Abstract: Considering the increasing participation of companies on educational fields, this research aims to analyse how much school is prepared to critically perform its autonomy toward influences from companies on the Environmental Education in the scholar process. For this purpose, three municipal schools in Mogi-Guaçu (SP) and tree companies which performed in these institutions were studied in the year 2008. This is a descriptive and analytical study, with a qualitative character based on data collected through: interviews with 3rdcycle intermediate teachers and school managers, class observation, extracurricular activities and school documentation, and also pedagogical material and pedagogical orientations supplied by the involved companies. The theoretical reference is based on connections between pedagogical theories and Environmental Education trends and also on theories in reproduction, dependence and resistance in school process. The data obtained was analysed according to two theoretical main categories: trends on Environmental Education applied by the involved companies and schools, and relation with the school and the Environmental Education business. The analysis of the results showed a great synchronism in the conceptions of Environmental Education for both institutions and although companies consistently perform their social-political vocation, the school does not perform its critical and independent roles when facing external help, therefore reproducing mechanically an instrumental and uncritical training discourse, aired by entrepreneurial Environmental Education. The interpretation is that it mostly leads to deficiencies on the initial formation of active human resources performing in public schools, lack of material resources in public school institutions, absence of supervisory power by the State, influence of the media in environment issues and absence of consistent continuing formation. The conclusion is the existence of a vulnerable public school, unprotected and unprepared for dealing with external intervention in its educational process.