Orientador: Elizabeth Maria Aparecida Barasnevicius Quagliato

Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas

Resumo: A Doença de Parkinson idiopática (DPI) é uma afecção neurodegenerativa. Parâmetros da DPI geram mudanças do padrão da marcha. Algumas escalas de avaliação vêm sendo utilizadas para caracterizar as alterações da marcha na DPI, porém há poucas publicações que correlacionem a análise cinemática...

Resumo: A Doença de Parkinson idiopática (DPI) é uma afecção neurodegenerativa. Parâmetros da DPI geram mudanças do padrão da marcha. Algumas escalas de avaliação vêm sendo utilizadas para caracterizar as alterações da marcha na DPI, porém há poucas publicações que correlacionem a análise cinemática e dados têmporo-espaciais com escalas clínicas, ou que avaliem o efeito de dois tipos de pistas visuais espaciais (transversas e paralelas) em comparação a ausência de pistas na marcha. O objetivo do Artigo 1 foi comparar os dados têmporo-espaciais e cinemáticos da marcha entre pacientes com DPI e idosos saudáveis (IS) e avaliar a relação entre estas variáveis com os instrumentos clínicos. Doze pacientes com DPI e quinze IS foram recrutados e avaliados por instrumentos clínicos e pela análise de marcha. Os resultados em relação à velocidade da marcha, do comprimento do passo (CP) e das variáveis cinemáticas do quadril (contato inicial, na máxima extensão no apoio e na máxima flexão no balanço) demonstraram diferenças significativas entre os grupos em estudo. Dessa forma, podemos afirmar que os instrumentos clínicos utilizados não são adequados para uma avaliação descritiva e objetiva da marcha dos indivíduos com DPI, a qual foi possível com a avaliação em 3D. Muitos estudos têm referido que influências externas adequadas, como pistas visuais, podem melhorar o padrão da marcha dos pacientes com DPI e assim, gerar padrão de marcha mais próxima do normal. Dessa forma, o Artigo 2 teve como objetivo avaliar, em indivíduos co DPI, o efeito de dois tipos de pistas visuais espaciais: pista visual transversa (PVT) e pista visual paralela (PVP) comparando-as a ausência de pista visual durante marcha. Doze pacientes com DPI foram avaliados por instrumentos clínicos e avaliação da marcha, através do sistema de análise em 3D. Neste estudo, a velocidade da marcha foi maior com o uso das pistas visuais (paralela e transversa), do que sem uso delas (p= 0.003). Já o CP com PVT foi significativamente maior (p= 0.006) quando comparada com as outras duas situações. Em relação aos dados cinemáticos com uso da PVT, a articulação do joelho apresentou menores amplitudes em flexão no contato inicial, e maiores amplitudes máximas de flexão durante a fase de balanço. Assim, a avaliação da marcha com pistas visuais demonstrou que o uso das pistas transversas gera resultados melhores do que utilizando as pistas paralelas, e até mesmo sem o uso de ambas. Assim, a reabilitação dos indivíduos com DPI deveria ter ênfase no uso de pistas visuais para compensar as alterações da marcha

Abstract: The Idiopathic Parkinson's disease (IPD) is a neurodegenerative disease. Characteristics of IPD generate changes in gait pattern. Some clinical instruments have been used to characterize gait alterations in IPD, however, there are few publications correlating kinematic analysis and...

Abstract: The Idiopathic Parkinson's disease (IPD) is a neurodegenerative disease. Characteristics of IPD generate changes in gait pattern. Some clinical instruments have been used to characterize gait alterations in IPD, however, there are few publications correlating kinematic analysis and temporal-spatial data with clinical instruments, or instruments that evaluate the effect of two types of spatial visual cues (transverse and parallel) in comparison to no visual cue on mobility. The objective of Article 1 was compare the spatial temporal and kinematic variables of Parkinsonian gait with the healthy elder (HE) subjects and measure the relation between these variables and clinical instruments. Twelve patients with IPD and fifteen HE subjects were recruited and evaluated for clinical instruments and gait analysis. The results related to gait velocity, stride length (SL) and hip joint kinematic data (on initial contact, on maximum extension during terminal contact and on maximum flexion during swing) have demonstrated significant differences between groups. Regarding clinical instruments, there was significant correlated between gait velocity and SL. Thus, can assert that the used clinical instruments are not adequate for a descriptive and objective evaluation of gait in individuals with IPD, which was possible through a 3D analysis. Several studies have reported that adequate external influences, such as visual and/or auditory cues, can improve gait pattern of patients with IPD, thus generate gait pattern closer to normal. Thus, the objective of the Article 2 was to evaluate, in people with IPD, the effect of 2 types of spatial visual cues: transverse visual cues condition (TVC) and parallel visual cues (PVC), comparing no-visual cue during walking. Twelve patients with IPD were assessed for clinical instruments and gait assessment, through the analysis system in 3D. In this study the gait velocity was higher with the use of visual cues (parallel and transverse), than without them (p= 0.003). The SL with TVC was significantly longer (p= 0.006) when compared with the two other situations. Regarding the kinematic data with TVC, the knee joint presented smaller range of flexion during initial contact, and larger maximum range of flexion during swing phase. Therefore, gait assessment with visual cues have demonstrated that the use of transverse cues produces better results compared to parallel cues, and even without cues. Thus, the rehabilitation in individuals with IPD should emphasize the use of these cues to compensate gait alterations