Orientador: Jocimar Daolio

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física

Resumo: A Educação Física Escolar (EFE), assim como qualquer outro cenário de nossa vida, está cercada por inúmeras diferenças: diferenças entre seus alunos, professores ou demais influentes, como a família ou a escola. Estas diferenças, encontradas nas aulas de EFE, podem ser classificadas como...

Resumo: A Educação Física Escolar (EFE), assim como qualquer outro cenário de nossa vida, está cercada por inúmeras diferenças: diferenças entre seus alunos, professores ou demais influentes, como a família ou a escola. Estas diferenças, encontradas nas aulas de EFE, podem ser classificadas como étnicas, religiosas, socioculturais, diferenças de altura, de gênero, idade ou qualquer outra. Partindo de referenciais teóricos próprios da Antropologia ¿ que discutem a questão da Diferença e da Alteridade ¿ este trabalho pretendeu contribuir para que as aulas de Educação Física propiciassem aos seus alunos cada vez mais igualdade no que se refere ao direito à prática, abrangendo todas as suas diferenças. Para tanto foram necessárias observações que notassem como e quando ocorriam os momentos de inclusão e exclusão nas aulas de EFE de uma 6ª série de Ensino Fundamental, em uma escola pública do município de Campinas ¿ SP, no decorrer de dezoito aulas durante um bimestre letivo. Percebemos, portanto, como as atividades propostas pelo professor apontam para a Inclusão quando este estabelecia um diálogo com os alunos gerando debates ao final das atividades, ou aponta para a Exclusão quando os alunos eram divididos entre meninos e meninas e impedidos de se apropriar totalmente das aulas de Educação Física. Algumas alterações nas regras durante as atividades bem como a transgressão de outras regras estabelecidas permitiu que momentos de inclusão e exclusão estivessem presentes ao mesmo tempo em uma mesma atividade durante as aulas. Outra intervenção realizada pelo professor, que igualava as metas dos alunos, ao mesmo tempo em que permitia que todos alcançassem os mesmos objetivos, impedia que outros alunos ultrapassassem este objetivo, incluindo e excluindo diferentes alunos ao mesmo tempo em uma mesma atividade. Este estudo de caso realizado no decorrer da monografia nos possibilitou a compreensão de um único grupo de forma mais aprofundada, porém, estas interpretações, não sendo passíveis de generalização, ainda são úteis para outras reflexões e estudos na área. Consideramos que, ainda que o discurso de Inclusão se aproxime das escolas e seja reproduzido por professores, sua prática por vezes o distancia deste esforço de incluir. Deste modo é necessário pensarmos que a Inclusão deve ser um esforço realizado a cada aula, por considerar que seus alunos são diferentes, mas não desiguais

Abstract: The Physical Education at school (PES), just as any other scenery of our life, is surrounded by numerous differences: differences between its students, teachers or other influences, such as family or school. These differences found in the classes of PES can be classified as ethnic,...

Abstract: The Physical Education at school (PES), just as any other scenery of our life, is surrounded by numerous differences: differences between its students, teachers or other influences, such as family or school. These differences found in the classes of PES can be classified as ethnic, religious, socio-cultural, in physical built, gender, age or any others. From Anthropological frames-of-reference ¿ which discuss the issue of Difference and Alterity ¿ this work aims to contribute to an offer, on the part of Physical Education classes, of equality among its students, with regard to the right to practice, covering all its differences. Therefore, there was the need of observations to notice how and when moments of Inclusion and Exclusion would occur in the 6th grade classes of PES at an elementary public school in Campinas, SP, in the course of eighteen lectures during a two-month period. We realized, therefore, how the activities proposed by the teacher pointed at Inclusion when she would establish a dialogue with the students, generating debates at the end of the activities; or how they pointed at Exclusion when the students were divided between boys and girls and prevented from fully appropriating the Physical Education classes. Some changes in the rules during activities, as well as the transgression of other established rules, made possible a context where moments of Inclusion and Exclusion were simultaneously present in one same activity during the classes. Another intervention performed by the teacher, who equated the goals of the students while allowing all of them to reach the same objectives, would prevent other students from exceeding this goal, including and excluding different students at once, in one same activity. This case study conducted in the course of the monograph has enabled us to understand a single group in more depth; but these interpretations, while unable to be generalised, are nevertheless useful for further reflection and study in the area. We consider that, while the discourse of Inclusion is approaching the schools and is being reproduced by the teachers, its practice will sometimes distance itself from this effort for Inclusion. Thus it is necessary to think that Inclusion should be an effort made during each class, considering that students may be different, but not unequal