A procissão de cinza dos terceiros franciscanos da Bahia : uma expressão religiosa, pedagogica e barroca no mundo colonial
Ana Palmira Bittencourt Santos
RELATÓRIO DE PÓS-DOUTORADO
Português
T/UNICAMP C269p
Campinas, SP : [s.n.], 2010.
2v. : il.
Supervisor: Jose Luis Sanfelice
Acompanha DVD com 337 fotos do Museu da Ordem de São Francisco, Salvador-BA (Igreja e Convento e sala dos Santos), em 19/03/2008
Relatorio final (pos-doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação
No Brasil Colonial a Igreja Católica, com a anuência do Estado, foi um elemento de coesão cuja eficácia ideológica se tornara tão grande que era a própria vivência para a maioria das pessoas. A religião foi imposta, e aceita, à medida que os homens acreditavam nas crenças, dogmas, mitos e símbolos...
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No Brasil Colonial a Igreja Católica, com a anuência do Estado, foi um elemento de coesão cuja eficácia ideológica se tornara tão grande que era a própria vivência para a maioria das pessoas. A religião foi imposta, e aceita, à medida que os homens acreditavam nas crenças, dogmas, mitos e símbolos veiculados festivamente pela burocracia religiosa e pela mentalidade da época. Em uma época quando ampliado era o raio de poder da religião sobre as idéias, aquele ambiente sócio-cultural mostrou-se propício para que o estilo barroco se expressasse em inúmeras obras, como o instrumento mais adequado para a cristalização de um sistema de poder, no qual a Igreja e o Estado andavam juntos na ampliação da Fé e do Império. Naquele contexto, a Ordem Terceira de São Francisco consolidou-se como uma das irmandades mais ricas e poderosas da Bahia colonial, com economia e patrimônio sólido e abrigando os nomes mais proeminentes da hierarquia social da colônia. Irmãos, cujas ideologias e mentalidades estavam em consonância com a mentalidade da época colonial, e cujo gosto estético era consonante com o gosto erudito europeu. Mas, seja nos pequenos hábitos do cotidiano, seja na escolha dos objetos litúrgicos da Igreja, seja no esplendor das suas procissões ou, ainda, na forma arquitetônica do seu templo, os terceiros deram a conhecer hábitos estéticos particulares e reveladores do seu patamar social. Para exemplificar como acontecia a mediação entre religião, barroco e educação, dentre as procissões que desfilaram no Brasil Colonial, enfocamos a Procissão de Cinza como um significativo exemplo pedagógico para os cristãos, os quais, na quarta-feira de cinza, arrependidos e agoniados com as transgressões do entrudo, pediam perdão pelos excessos na procissão da "Penitência", como era chamada. Enfocamos, especialmente, a Procissão de Cinza da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Bahia, exatamente por ser das que se apresentavam com mais luxo e esplendor. Considerando que só uma teoria do barroco poderia explicar como uma ordem cujo patrono, São Francisco, pregara a pobreza e a penitência, na imitação de Cristo, se destacava como das mais ricas e suntuosas do período colonial.
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Ana Palmira Bittencourt Santos
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