Discursos verdes : as praticas da ecologia (um estudo antropologico da participação dos ecologistas paulistas nas eleições de 1986)
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP Z61d
Campinas, SP : [s.n.], 1992.
217f. : il.
Orientador : Ana Maria de Niemeyer
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas
Resumo: No âmbito das inter-relações entre cultura e política, numa perspectiva antropológica e a partir de uma abordagem da Análise de Discurso, a participação dos ecologistas paulistas para disputar as eleições de 1986, através da elaboração de Listas verdes suprapartidárias, é analisada como um...
Resumo: No âmbito das inter-relações entre cultura e política, numa perspectiva antropológica e a partir de uma abordagem da Análise de Discurso, a participação dos ecologistas paulistas para disputar as eleições de 1986, através da elaboração de Listas verdes suprapartidárias, é analisada como um momento de tensão, em que as mudanças e os conflitos na trajetória do Movimento Ecológico, até aquele período, emergem e são colocadas em relevo. A passagem de uma prática característica de movimento social para uma prática de natureza político-partidária obriga a uma reelaboração das práticas e concepções ecologistas. Nesse processo, grupos diferenciados se constituem e se confrontam. Os candidatos das Listas Verdes processam essa passagem reelaborando e construindo novos sentidos de ecologia, movimento ecologista, dentre outros. É a partir desse período que se fortalece a "corrente dos novos ambientalistas" que, através de um discurso técnico científico, se legitimam como interlocutores privilegiados das agências estatais, opinião pública e grupos internacionais, apagando uma dimensão cultural colocada pelo ecologismo, bem como a atuação das entidades "históricas".