Resumo: Ao abordar a questão do idoso no Brasil não estaremos nos deparando apenas com mais um problema social, mas antecipando uma preocupação de caràcter mundial, que será o grande contingente de idosos nos próximos anos, invertendo a situação de alguns países em relação a características etárias de sua população. O despreparo da sociedade moderna urbano-industrial para acolher essa Faixa etária, reforça a condição de marginalização gerada em seu ventre pelo afastamento do idoso da esfera da produção, reafirmando o aspecto improdutivo da velhice e o baixo poder de consumo dos indivíduos; onde os rótulos do novo sobressaem ao velho no sentido psicológico da inutilidade e da degradação. Como a constatação da necessidade de se criar espaços e condições em que pessoas dessa faixa etária (acima de 50 anos) pudessem ter direitos de igualdade e participação e percebessem a velhice sobre outro prisma; que o SESC criou o "Trabalho Social com Idosos" (T. S. I) no intuito também de harmonizar a relação indivíduo e meio ambiente através de atividades caracterizadas pela ação educativa nas áreas de laser, saúde, informação, convivência e participação. A razão de ser este universo o meu objetivo de estudo, é determinada pela minha atividade profissional nestes últimos 5 anos que junto ao T. S. I. do SESC-Campinas tem sido a de coordenação do mesmo. Os objetivos deste trabalho ao estudar o "Grupo de Convivência Movimento Tempos" do SESC-Campinas à partir de atividades de lazer são: checar a interligação do discurso institucional e sua prática; coordenar a atuação do T.S.I. na transformação da condição do idoso; tanto da perspectiva intra-institucional como da perspectiva idoso- sociedade. A necessidade de buscar esse caminho foi criada pelo desajustamento interno do grupo apontando a possibilidade da inversão de sentido para o trabalho. Como referencial teórico norteador da minha análise foram utilizados os conceitos de marginalização social, aposentadoria, lazer, educação permanente e participação abordados segundo a visão de alguns autores e os adotados pela instituição, expressos em seus documentos. A abordagem filosófica da "dialética ação- problema- reflexão- ação" (de Saviani) permeou o desenvolvimento desta investigação que no campo metodológico resultou da combinação de pesquisa bibliográfica e exploratória e que, considerando minha participação no grupo foi acrescida da observação de participante. A pesquisa bibliográfica foi realizada através do levantamento de obras que abordam os termos chaves utilizados no referencial teórico e a análise documental possibilitou rever o plano de criação do T. S. I. no SESC bem como de possibilitar o resgate da história de formação do "Grupo de Convivência" no SESC-Campinas em seus diversos momentos. Foram utiIizados também depoimentos de alguns idosos do grupo, no intuito de aproximação entre os objetivos estabelecidos nesta análise e as constatações dela provenientes. A partir dos mesmos, as opiniões ouvidas foram consideradas sob dois aspectos: 1) o que sentem os idosos com relação ao T. S. I. do SESC, segundo suas próprias visões ; 2) o que sobressai em suas falas e que merece uma reavaliação do que se estabeleceu como inquestionável. Esperamos que as conseqüências provenientes deste estudo possam servir para uma revisão de posicionamento do Grupo de Convivência, de um questionamento da própria instituição e também venha contribuir para outros setores da sociedade preocupados com a questão do idoso Ver menos