Resumo: Este trabalho tem como objetivo compreender a construção cultural diferenciada de corpos masculinos e femininos, que gera normas de comportamento e de postura consideradas corretas e verdadeiras, as quais são incorporadas em seus gestos, falas e atitudes em diferentes contextos. Tem como ponto de partida minhas experiências pessoais como menina/aluna/atleta e mais tarde como mulher/professora, observando como comportamentos e práticas influenciam e constroem os sujeitos masculinos e femininos. Muitos espaços e instituições como a família, a igreja, a mídia, a escola e a educação física ajudam a manter e reforçar uma valorização desigual dos gêneros, determinando um papel inferior para as mulheres. A escola, por meio de diversos mecanismos (arquitetônicos, organizativos, motivacionais e disciplinares) separa e estereotipa meninos e meninas. E a educação física, ao trabalhar com atividades diferenciadas para cada gênero, nega, tanto às meninas quanto aos meninos, a possibilidade de desenvolver-se plenamente como ser humano. As meninas têm maior dificuldade em participar de atividades mais ativas, como por exemplo, o futebol, pois têm menor oportunidade de vivência, aceitando a "superioridade" física dos meninos e a transferindo para outros aspectos da vida. E os meninos são impedidos de realizar e experimentar atividades que supõem gestos mais delicados e suaves, pois estes são considerados ameaçadores à masculinidade. Com isso, é muito importante reconhecer a origem das diferenças e não atribuir uma razão biológica a fatores enraizados na cultura e na história. Com base neste conhecimento os professores poderão ter condições de iniciar um processo de revisão desses conceitos, para que possam trabalhar no sentido de uma transformação sócio-cultural dos estereótipos de gênero Ver menos