Ao longo dos séculos, diversas teorias sobre o funcionamento afetivo e cognitivo humano foram elaboradas e desenvolvidas por filosofos, psicólogos, biologos, neurologistas, etc. E o que se pode observar durante muito tempo foi o fato de aspectos que ja se sabe (a partir de estudos atuais), intrinsecamente dependentes e interrelacionados serem tratados e estudados enquanto dimensões dicotomicas e antagonicas da personalidade humana. Pesquisas e estudos sérios sobre a interdependência entre cognição e afetividade, como os das autoras espanholas Montserrat Moreno, Genoveva Sastre, Aurora Leal e Maria Dolors Busquets, assim como alguns trabalhos de Damásio, Araújo e Arantes, entre outros, mostram que o desenvolvimento de tais estudos, reducionistas em relaçäo aos aspectos racionais e emocionais da personalidade humana, são provenientes de uma forte base epistemológica arraigada em correntes da filosofia. Tais concepções, como o Iluminismo, estabeleceram e assumiram de forma clara uma dicotomia entre razão e emoção. Famosos filosofos explicitaram essa linha de pensamento, afirmando a superioridade hierárquica da racionalidade sobre os sentimentos, com reflexões e frases marcantes ("Pense, logo existe" de Descartes e *Zils paixões são enfermidades da alma" de Kant) que perduram ate a atualidade e que se consagraram como verdades absolutas por varias gerações; mas que de acordo com Sastre e Moreno 2002) foram frutos de posições pessoais, que não envolveram demonstrações experimentais, cientificas e incontestaveis, mas sim "preconceitos eticos" e opiniões individuais Ver menos