Bocas, cancer e subjetividades : patografias em analise
Elizabethe Cristina Fagundes de Souza
TESE
Português
(Broch.)
T/UNICAMP So89b
Campinas, SP : [s.n.], 2003.
207 p.
Orientador: Carlos Botazzo
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas
Resumo: A partir da narrativa da vida doente de pessoas com câncer de boca, buscou-se compreender como o adoecer se produz, as suas repercussões e as maneiras como os serviços de saúde lidam com elas. Utilizou-se a noção de patografia para construir as hestórias patográjicas, considerando a...
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Resumo: A partir da narrativa da vida doente de pessoas com câncer de boca, buscou-se compreender como o adoecer se produz, as suas repercussões e as maneiras como os serviços de saúde lidam com elas. Utilizou-se a noção de patografia para construir as hestórias patográjicas, considerando a narrativa da vida doente em seus aspectos factuais e psíquicos. A boca foi tomada na expressão da bucalidade. Conceito relativo à dimensão civilizatória da propriedade daquilo que é bucal: a manducação, o erotismo e a linguagem. Os doentes foram compreendidos como sujeitos que também se produzem e são produzidos no adoecimento, encontrando novas regras de viver. Nesse sentido, trabalhou-se com o conceito de subjetividades a partir de formulações filosóficas da produção histórica de sujeito que se modulam e são modulados. As hestórias pato gráficas dizem respeito a cinco doentes entrevistados no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Complexo Hospitalar de Heliópolis, São Paulo/SP, lugar da realização da pesquisa, e a Sigmund Freud. A partir da análise dessas patografias e da observação de campo da pesquisa, destacaram-se alguns aspectos: - o entremeio do adoecer de câncer em que a morte é tematizada na condição trágica do humano e a vida como força pulsante de criação e de modulações subjetivas; o contraponto viver-morrer e as responsabilidades dos profissionais e doentes saberem lidar com questões como as da morte anunciada e as decisões sobre o morrer dignamente; do viver perigoso que se produz na vida pulsante; da bucalidade entre softimento e desejo. - A relação entre adoecimento e práticas de saúde para buscar encontros possíveis entre as
polaridades objetivo/subjetivo, individual/coletivo. - A Clinica revisitada em que propomos a transversalização de saberes e práticas para exercitar uma Clínica de Acolhimento à dor e ao softimento, e também uma Clínica do Desvio que potencialize encontros de saberes e práticas po 1arizadas para interferir no interstício destas, produzindo e atendendo novas demandas de saúde. Ao se colocar em análise as práticas de saúde bucal na dificuldade de lidar com o adoecimento de câncer de boca, contextualizou-se o contemporâneo que fortalece o protesismo e reforça a "odontotécnica exclusiva" predominante na Clínica Odontológica. Para sair dessa exclusividade propõe-se, de dentro da odontotécnica, exercitar uma Clínica em Saúde Bucal a ser inventada, cotidianamente, articulando-se às práticas de Saúde Bucal Coletiva com a perspectiva de vir a se constituir uma biopolítica em favor da vida. Os resultados das análises apresentadas nos vários ensaios, que compõem os capítulos, apontam limites e possibilidades de se lidar com questões do processo saúdedoença, compreendendo-as na dimensão do humano Ver menos
polaridades objetivo/subjetivo, individual/coletivo. - A Clinica revisitada em que propomos a transversalização de saberes e práticas para exercitar uma Clínica de Acolhimento à dor e ao softimento, e também uma Clínica do Desvio que potencialize encontros de saberes e práticas po 1arizadas para interferir no interstício destas, produzindo e atendendo novas demandas de saúde. Ao se colocar em análise as práticas de saúde bucal na dificuldade de lidar com o adoecimento de câncer de boca, contextualizou-se o contemporâneo que fortalece o protesismo e reforça a "odontotécnica exclusiva" predominante na Clínica Odontológica. Para sair dessa exclusividade propõe-se, de dentro da odontotécnica, exercitar uma Clínica em Saúde Bucal a ser inventada, cotidianamente, articulando-se às práticas de Saúde Bucal Coletiva com a perspectiva de vir a se constituir uma biopolítica em favor da vida. Os resultados das análises apresentadas nos vários ensaios, que compõem os capítulos, apontam limites e possibilidades de se lidar com questões do processo saúdedoença, compreendendo-as na dimensão do humano Ver menos
Abstract: This study aimed to understand how oral cancer people get sick, its repercussions and how health services deal with them, based on sick life narrative. To analyze these topics it was used the concept of patography to build the patographic "hestórias" (a fusion of history and story, in...
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Abstract: This study aimed to understand how oral cancer people get sick, its repercussions and how health services deal with them, based on sick life narrative. To analyze these topics it was used the concept of patography to build the patographic "hestórias" (a fusion of history and story, in Portuguese language), considering the sick life narrative in relation to factual and psychic aspects. The mouth was revisited as it orality. This concept is related c1osely with civility approaches in oral field like eating and chewing, eroticism, language. Sick people were considered like subjects that produce themselves and are produced during falling ill, finding new roles of life. In this context, it was ana1yzed the concept of subjectivity ITom philosophic sense of the subject historic production tOOt modulate themselves and are modulated. The patographic "hestórias" were pulled out of tive outpatients interviewed in head and neck surgery service of Heliópolis Hospital in São Paulo - Brazil, where the research was carried out, and of Sigmund Freud. From patographic analysis and observations of hospital environment, it was pointed out some main aspects: - the interval of falling ill of cancer in which death is a tragic condition of humans and the life can be viewed like pulsatile force of creation and of subjective modulations. The counterpoint to live / to dead and professional and patient responsibilities know how to deal with questions like announced death and decisions about worthily dying; of living dangerously that it' s produced in pulsatile life; of orality between suffering and desire; - the relationship between falling ill and heath practices to seek the possible encounters among the polarities objective/subjective, individual/collective. - The revisited clinic in which we purpose the transversal knowledge and practices to execute a new c1inic where suffering and pain to be realized and another clinic entitled detlection clinic that magnifies encounters of isolated practices and knowledges and their interferences producing and solving new health demands. Nevertheless when putting in check oral hea1th practices in relation to difficulties do deal with falling oral cancer provided a context the contemporary that reinforces the prosthesism and fortify the exc1usive odontothecnic tOOt predominates in c1inic. Therefore, leaving this exc1usivity, it' s purposed into the odontothecnic to make an oral health clinic to be created daily joining with collective oral hea1th practices aiming a biopolitic to life. The results of showed analysis in several essays that compose the chapters, pointing out limits and possibilities to deal with some questions of health-disease process understanding them in the human dimension
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Botazzo, Carlos
Orientador
Guia, Ricardina Giovana Pitelli da
Avaliador
Donato, Ausonia Favorido
Avaliador
Narvai, Paulo Capel
Avaliador
Nunes, Everardo Duarte, 1936-
Avaliador
Bocas, cancer e subjetividades : patografias em analise
Elizabethe Cristina Fagundes de Souza
Bocas, cancer e subjetividades : patografias em analise
Elizabethe Cristina Fagundes de Souza
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