Caracterização da estrutura espaço-temporal da comunidade de abelhas euglossinas (Hymenoptera, Apidae) na Hileia Baiana
Maria Argenis Bonilla Gomez
TESE
Português
(Broch.)
T/UNICAMP B642c
Campinas, SP : [s.n.], 1999.
153 p. : il.
Orientador: Woodruff Whitman Benson
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia
Resumo: Para caracterizar os padrões espaço-temporais da riqueza, abundância e morfologia de um conjunto de machos das abelhas euglossinas, amostrei as abelhas mensalmente com iscas de odor
das fragrâncias de orquídeas em três áreas selecionadas aleatoriamente na mata alta de terra firme da Reserva... Ver mais Resumo: Para caracterizar os padrões espaço-temporais da riqueza, abundância e morfologia de um conjunto de machos das abelhas euglossinas, amostrei as abelhas mensalmente com iscas de odor
das fragrâncias de orquídeas em três áreas selecionadas aleatoriamente na mata alta de terra firme da Reserva Florestal de Linhares, Espírito Santo, Brasil. As 16.177 euglossinas atraídas e identificadas ao longo de 12 meses, entre setembro de 1996 e agosto de 1997, pertenceram a 31 espécies. As espécies dominantes foram Euglossa cordata, Eg. analis e Eulaema nigrita. A análise de variância não forneceu evidência de heterogeneidade espacial na distribuição da riqueza na floresta estudada em Linhares, porém a riqueza mudou sazonalmente, com picos no começo (novembro) e no fim (abril) da estação quente e chuvosa. A abundância total das abelhas euglossinas apresentou um pico no fim da época de chuvas (março-abril) e durante a época seca (agosto). Estes resultados indicam que as amostragens de abelhas euglossinas restritas sazonal e espacialmente podem não ser representativas da abundância nem da composição das comunidades de abelhas euglossinas. Para categorizar as espécies de abelhas euglossinas em grupos morfologicamente semelhantes, comparei os comprimentos da asa anterior e da glossa (variáveis morfológicas relacionadas com o forrageamento de néctar em flores com morfologias diferentes) das 31 espécies de abelhas euglossinas; nos grupos morfológicos conformados analisei a distribuição sazonal das espécies. A abundância das abelhas com comprimentos diferentes de asa anterior (pequenas, mediana e grandes) e de glossa (curta e comprida) foi altamente sazonal. As abelhas pequenas de glossa curta, representando mais do 50% da abundância total para cada estação do ano, foram mais abundantes durante a época de chuvas janeiro a março) e na seca julho e agosto). As abelhas médias e as grandes de glossa comprida, embora presentes ao longo do ano, foram menos abundantes que as pequenas; as médias foram mais abundantes no fim das chuvas (abril a junho) e as grandes durante a estação chuvosa (outubro-março). Tanto as abelhas médias quanto as grandes diminuíram em abundância durante a estação seca quando as abelhas pequenas foram mais comuns. Adicionalmente, procurei padrões de espaçamento morfológico, agregado aleatório ou regularmente disperso, sugestivos de deslocamento de caracteres, analisando a distribuição estatística dos comprimentos das asas e das glossas. As análises baseadas no conjunto completo com as 31 espécies de abelhas euglossinas mostraram um padrão agregado de distribuição das espécies nas duas variáveis analisadas. Em contraste, o espaçamento das 12 espécies mais abundantes foi disperso, sugerindo que as interações ecológicas entre as espécies dominantes podem favorecer as espécies que são morfologicamente divergentes em suas adaptações para alimentar-se e deste modo contribuir na estruturação destas comunidades Ver menos
das fragrâncias de orquídeas em três áreas selecionadas aleatoriamente na mata alta de terra firme da Reserva... Ver mais Resumo: Para caracterizar os padrões espaço-temporais da riqueza, abundância e morfologia de um conjunto de machos das abelhas euglossinas, amostrei as abelhas mensalmente com iscas de odor
das fragrâncias de orquídeas em três áreas selecionadas aleatoriamente na mata alta de terra firme da Reserva Florestal de Linhares, Espírito Santo, Brasil. As 16.177 euglossinas atraídas e identificadas ao longo de 12 meses, entre setembro de 1996 e agosto de 1997, pertenceram a 31 espécies. As espécies dominantes foram Euglossa cordata, Eg. analis e Eulaema nigrita. A análise de variância não forneceu evidência de heterogeneidade espacial na distribuição da riqueza na floresta estudada em Linhares, porém a riqueza mudou sazonalmente, com picos no começo (novembro) e no fim (abril) da estação quente e chuvosa. A abundância total das abelhas euglossinas apresentou um pico no fim da época de chuvas (março-abril) e durante a época seca (agosto). Estes resultados indicam que as amostragens de abelhas euglossinas restritas sazonal e espacialmente podem não ser representativas da abundância nem da composição das comunidades de abelhas euglossinas. Para categorizar as espécies de abelhas euglossinas em grupos morfologicamente semelhantes, comparei os comprimentos da asa anterior e da glossa (variáveis morfológicas relacionadas com o forrageamento de néctar em flores com morfologias diferentes) das 31 espécies de abelhas euglossinas; nos grupos morfológicos conformados analisei a distribuição sazonal das espécies. A abundância das abelhas com comprimentos diferentes de asa anterior (pequenas, mediana e grandes) e de glossa (curta e comprida) foi altamente sazonal. As abelhas pequenas de glossa curta, representando mais do 50% da abundância total para cada estação do ano, foram mais abundantes durante a época de chuvas janeiro a março) e na seca julho e agosto). As abelhas médias e as grandes de glossa comprida, embora presentes ao longo do ano, foram menos abundantes que as pequenas; as médias foram mais abundantes no fim das chuvas (abril a junho) e as grandes durante a estação chuvosa (outubro-março). Tanto as abelhas médias quanto as grandes diminuíram em abundância durante a estação seca quando as abelhas pequenas foram mais comuns. Adicionalmente, procurei padrões de espaçamento morfológico, agregado aleatório ou regularmente disperso, sugestivos de deslocamento de caracteres, analisando a distribuição estatística dos comprimentos das asas e das glossas. As análises baseadas no conjunto completo com as 31 espécies de abelhas euglossinas mostraram um padrão agregado de distribuição das espécies nas duas variáveis analisadas. Em contraste, o espaçamento das 12 espécies mais abundantes foi disperso, sugerindo que as interações ecológicas entre as espécies dominantes podem favorecer as espécies que são morfologicamente divergentes em suas adaptações para alimentar-se e deste modo contribuir na estruturação destas comunidades Ver menos
Abstract: To characterize the spatiotemporal patters in species richness, abundance, and morphology of an assemblage of forest-inhabiting male euglossine, I sampled bees monthly with orchid fragrance baits in three arbitrarily selected areas of a continuous old-growth tropical coastal Atlantic...
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Abstract: To characterize the spatiotemporal patters in species richness, abundance, and morphology of an assemblage of forest-inhabiting male euglossine, I sampled bees monthly with orchid fragrance baits in three arbitrarily selected areas of a continuous old-growth tropical coastal Atlantic forest in the Linhares Forest Preserve in southeaster Brazil. The 16,117 euglossines sampled and identified. In the 12 months between September, 1996 and August, 1997 belonged to 31 species. The dominant species were Euglossa cordata, Eg. analis and Eulaema nigrita. Analysis of variance provided no evidence for spatial heterogeneity in euglossine richness within Linhares forest, however it varied seasonally, with peaks at the beginning (November) and end (April) of the summer rainy season. Total euglossine abundance peaked at the end of the rainy season (March-April) and a second time near the middle of the dry season August). These results indicate that seasonally and spatially restricted samples may not be representative of the abundance and composition of euglossine bee communities. Forewing and glossa lengths (variables related to nectar acquisition from flowers of differing morphologies) were used to categorize species in to morphologically similar groups and these were ana1yzed for seasonal partitioning of resources. The abundance of bees of different forewing lengths (small, medium ad large) and glossa lengths (small and large) was highly seasonal. The smaller short-tongued bees, providing more that 50% of the bees present at any time of the year, were more abundant during the rainy (January-March) and dry season (July-August). Medium and large long tongued bees, although present alI year, were relatively rarer, with medium bees peaking during April and June and large bees exhibiting a broad October through March peak. Both size classes decreased in abundance during the dry season when small bees were common. Additional univariate analyses searched for spacing patters in the statistical distributions of forewing and glossa measurements suggestive of character displacement. Analyses based on the entire assemblage of 31 species showed significant aggregation of species with respect to the two variables. In contrast, spacing in the 12 most abundant species was over dispersed, suggesting that ecological interactions among the dominant bees may favor species that are morphologically divergent en feeding adaptations an thereby contribute to the organization of these communities
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Benson, Woodruff Whitman, 1942-
Orientador
Santos, Flavio Antonio Maës dos, 1958-
Avaliador
Linhares, Arício Xavier, 1950-
Avaliador
Vasconcellos-Neto, João, 1952-
Avaliador
Silveira, Fernando Amaral da
Avaliador
Caracterização da estrutura espaço-temporal da comunidade de abelhas euglossinas (Hymenoptera, Apidae) na Hileia Baiana
Maria Argenis Bonilla Gomez
Caracterização da estrutura espaço-temporal da comunidade de abelhas euglossinas (Hymenoptera, Apidae) na Hileia Baiana
Maria Argenis Bonilla Gomez
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