Da impossibilidade de dizer o mesmo : reflexão sobre a parafrase no discurso de sujeitos afasicos
Erika Maria Parlato
DISSERTAÇÃO
Português
(Broch.)
T/UNICAMP P239d
Campinas, SP : [s.n.], 1999.
108f. : il.
Orientador: Eduardo Roberto Junqueira Guimarães
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem
Resumo: O objetivo deste trabalho é refletir sobre a paráfrase, e fazer isso relativamente a um domínio discursivo particular, o de sujeitos afásicos. Tomar este domínio leva a pensar este fenômeno de linguagem numa região considerada como limite. Toma-se para isso a paráfrase, não como classe de...
Ver mais
Resumo: O objetivo deste trabalho é refletir sobre a paráfrase, e fazer isso relativamente a um domínio discursivo particular, o de sujeitos afásicos. Tomar este domínio leva a pensar este fenômeno de linguagem numa região considerada como limite. Toma-se para isso a paráfrase, não como classe de equivalência, enquanto mecanismo produtor de identidades estáveis, determinada de acordo com o princípio da comutação, mas sim, enquanto efeito de interrupção, de duplicidade,
de réplica, de deslocamento, de trajetos argumentativos, de contradição. Na paráfrase podemos observar como o sentido passa a ser outro, a cada enunciação, através da modificação do processo discursivo. Isso se dá por ser a paráfrase uma
atividade metalingüística espontânea do sujeito, uma atividade que põe emjogo a ilusão necessária da transparência da linguagem e a antecipação, como mecanismo que determina o próprio dizer do enunciador. Para uma observação
específica do funcionamento paraftástico, analisamos uma seqüência de situação de diálogo entre um sujeito afásico e um investigador. O fato do interlocutor ser um investigador, não torna o enunciado menos natural, porém, cabe esclarecer que
geralmente os sujeitos afásicos estão em contato com os terapeutas continuamente, o que torna a interlocução mais "espontânea". A análise partiu da materialidade lingüística e estendeu-se ao intradiscurso. Foram também
considerados o mecanismo de antecipação, ou seja, a maneira como o locutor representa as representações de seu interlocutor e vice-versa e a heterogeneidade do discurso, apoiada nos estudos enunciativos, na Análise do Discurso e na
Psicanálise. Foi possível constatar que a paráfrase aparece no discurso de sujeitos afásicos deslocando o sentido, a cada nova enunciação, modificando assim, continuamente o processo discursivo Ver menos
de réplica, de deslocamento, de trajetos argumentativos, de contradição. Na paráfrase podemos observar como o sentido passa a ser outro, a cada enunciação, através da modificação do processo discursivo. Isso se dá por ser a paráfrase uma
atividade metalingüística espontânea do sujeito, uma atividade que põe emjogo a ilusão necessária da transparência da linguagem e a antecipação, como mecanismo que determina o próprio dizer do enunciador. Para uma observação
específica do funcionamento paraftástico, analisamos uma seqüência de situação de diálogo entre um sujeito afásico e um investigador. O fato do interlocutor ser um investigador, não torna o enunciado menos natural, porém, cabe esclarecer que
geralmente os sujeitos afásicos estão em contato com os terapeutas continuamente, o que torna a interlocução mais "espontânea". A análise partiu da materialidade lingüística e estendeu-se ao intradiscurso. Foram também
considerados o mecanismo de antecipação, ou seja, a maneira como o locutor representa as representações de seu interlocutor e vice-versa e a heterogeneidade do discurso, apoiada nos estudos enunciativos, na Análise do Discurso e na
Psicanálise. Foi possível constatar que a paráfrase aparece no discurso de sujeitos afásicos deslocando o sentido, a cada nova enunciação, modificando assim, continuamente o processo discursivo Ver menos
Résumée: L'objectif de ce travail et faire cela en relation avec un champ discursive particuliere, celui des sujets aphasiques. Choisir ce champ mene a penser ce phénomene du langage dans une région considérée comme limite. En prenant pour
cela Ia paraphrase, nom comme classe d'équivalence, en tant... Ver mais Résumée: L'objectif de ce travail et faire cela en relation avec un champ discursive particuliere, celui des sujets aphasiques. Choisir ce champ mene a penser ce phénomene du langage dans une région considérée comme limite. En prenant pour
cela Ia paraphrase, nom comme classe d'équivalence, en tant que mécanisme producteur d'identités stables, déterminée selon le principe de Ia commutation, mais en tant qu'effet d'interruption, de duplicité, de réplique, de déplacement, de
trajets argumentatifs, de contradiction. Dans Ia paraphrase nous pouvons observer comment le sens devient un autre, à chaque énonciation, au travers de Ia modification du proces discursif Cela a lieu parce que Ia paraphrase est une
activité metalinguistique spontanée du sujet, une activité qui met en jeu l'illusion nécéssaire de Ia transparence du langage et l'anticipation, comme mécanisme qui détermine le dire même de l'énonciateur. Pour une observation spécifique du
fonctionnement paraphrasique, nous avons analysé une séquence de situation de dialogue entre un sujet aphasique et un investigateur. Le fait que le investigateur soit l'interlocuteur ne rend pas l'énoncé moins artificiel, pourtant il faut noter que
les sujets aphasiques sont généralement en contact avec les thérapeutes de maniere continue, ce qui rend l'interlocution plus "spontanée". L'analyse est partie de Ia matérialité linguistique et s'est étendue à l'intradiscours. Ont été pris en considération aussi le mécanisme de I'anticipation, Ia maniere comme le locuteur représente les représentations de sont interlocuteur et vice versa, et I'hétérogénéité du discours, appuyée sur les études énonciatives, I'Analyse du Discours et Ia Psychanalyse. Il a été possible de constater que Ia paraphrase apparait dans le discours des sujets aphasiques ent déplaçant le sens, à chaque nouvelle énonciation, modifiant ainsi continuellement le processus discursif Ver menos
cela Ia paraphrase, nom comme classe d'équivalence, en tant... Ver mais Résumée: L'objectif de ce travail et faire cela en relation avec un champ discursive particuliere, celui des sujets aphasiques. Choisir ce champ mene a penser ce phénomene du langage dans une région considérée comme limite. En prenant pour
cela Ia paraphrase, nom comme classe d'équivalence, en tant que mécanisme producteur d'identités stables, déterminée selon le principe de Ia commutation, mais en tant qu'effet d'interruption, de duplicité, de réplique, de déplacement, de
trajets argumentatifs, de contradiction. Dans Ia paraphrase nous pouvons observer comment le sens devient un autre, à chaque énonciation, au travers de Ia modification du proces discursif Cela a lieu parce que Ia paraphrase est une
activité metalinguistique spontanée du sujet, une activité qui met en jeu l'illusion nécéssaire de Ia transparence du langage et l'anticipation, comme mécanisme qui détermine le dire même de l'énonciateur. Pour une observation spécifique du
fonctionnement paraphrasique, nous avons analysé une séquence de situation de dialogue entre un sujet aphasique et un investigateur. Le fait que le investigateur soit l'interlocuteur ne rend pas l'énoncé moins artificiel, pourtant il faut noter que
les sujets aphasiques sont généralement en contact avec les thérapeutes de maniere continue, ce qui rend l'interlocution plus "spontanée". L'analyse est partie de Ia matérialité linguistique et s'est étendue à l'intradiscours. Ont été pris en considération aussi le mécanisme de I'anticipation, Ia maniere comme le locuteur représente les représentations de sont interlocuteur et vice versa, et I'hétérogénéité du discours, appuyée sur les études énonciatives, I'Analyse du Discours et Ia Psychanalyse. Il a été possible de constater que Ia paraphrase apparait dans le discours des sujets aphasiques ent déplaçant le sens, à chaque nouvelle énonciation, modifiant ainsi continuellement le processus discursif Ver menos
Guimarães, Eduardo, 1948-
Orientador
Guimarães, Eduardo, 1948-
Orientador
Coudry, Maria Irma Hadler, 1949-
Avaliador
Serrani-Infante, Silvana
Avaliador
Guimarães, Eduardo, 1948-
Avaliador
Da impossibilidade de dizer o mesmo : reflexão sobre a parafrase no discurso de sujeitos afasicos
Erika Maria Parlato
Da impossibilidade de dizer o mesmo : reflexão sobre a parafrase no discurso de sujeitos afasicos
Erika Maria Parlato
Exemplares
Nº de exemplares: 2
Não existem reservas para esta obra