Resumo: Tornando como objeto o discurso da saúde escolar em Campo Grande/MS, este estudo procurou identificar que promessas foram por ele formuladas e quais foram os resultados alcançados. A partir das orientações da pesquisa qualitativa, sob forma de "estudo de caso", e utilizando-se da observação direta e de entrevistas com profissionais das áreas da Saúde e da Educação que trabalhavam em escolas da Rede Municipal de ensino de 10 grau, na Secretária Municipal de Educação e em um Posto de Saúde especializado no atendimento ao escolar, o estudo pôde constatar a presença do discurso medicalizante que tem sido a marca da história da saúde escolar no Brasil. Também naquela cidade, a medicalização das questões sociais, através do discurso da Saúde Escolar, ao relacionar o fracasso escolar ao estado de saúde das crianças, formula promessas que não se concretizam. Desconsiderando a inserção social do aluno, o ensino de hábitos higiênicos e os pretensos cuidados à saúde não resolvem quer as questões de aprendizagem quer supostas questões de saúde das crianças que frequentam a escola pública. Tal discurso, ao contrário, serve aos interesses de ampliação do mercado de trabalho para profissionais da área da Saúde e de consumo de produtos industrializados, sendo, ainda, instrumento utilizado para controle social da população pobre e para propaganda político-partidária Ver menos

Abstract: This PhD thesis is focused on the discourse concerning health in schools in the city of Campo Grande, in the Brazilian State of Mato Grosso do Sul, and aims at identifying promises made by such discourse and the results achieved. Following qualitative research approaches, as a "case study", and employing direct observation and interviews with health and education practitioners working inschools under the local education authority and in a students' care health centre, the study found the presence of the medicalization discourse, which has been the main feature in the history of school health in Brazil. It was also found in Campo Grande that the medicalízation of social issues in the school health discourse, relating school failure to the health condition of children, makes promises that are not fulfilled. By disregarding the social condition of pupils, the teaching of health habits and the alleged health care do not resolve neither learning difficulties, nor health issues of children attending the State school. Such discourse, on the contrary, meets the job market interests of health practitioners and the consumer market of industrial goods, being therefore a means for social control of the poor and for party polítical propaganda Ver menos