Resumo: O Queratocisto Odontogênico (QO) é um cisto de desenvolvimento caracterizado por alta taxa de recorrência e, ocasionalmente, comportamento agressivo, sendo objeto de inúmeras investigações sobre sua etiopatogênese e manejo clínico. Esta revisão sistemática teve como objetivo analisar os tratamentos cirúrgicos realizados de forma isolada, sem terapias adjuvantes, para o manejo do QO e seus índices de recidiva, fornecendo evidências relevantes para contextos clínicos em que terapias adjuvantes não estejam disponíveis. Seguindo as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), foi conduzida uma busca abrangente em cinco bases de dados eletrônicas: EMBASE, ISI Web of Science, Scopus, Cochrane Library, and PubMed, sem restrições de idioma ou ano de publicação. Após triagem e a leitura completa dos textos, 43 estudos foram incluídos, abrangendo 2589 pacientes e 2817 lesões. Os resultados indicaram predominância em pacientes do sexo masculino, com média de idade de 36,4 anos. A região posterior de mandíbula foi o sítio mais frequentemente afetado. Os tratamentos cirúrgicos identificados incluíram enucleação, marsupialização e descompressão, realizados de forma isolada ou combinados com curetagem e osteotomia periférica, ressecções também foram relatadas. As taxas de recidivas variaram de 4,3% a 69%, sendo a menor observada em casos tratados com ressecção (4,39%), enquanto descompressão associada à enucleação (24,42%) e marsupialização seguida de enucleação (25%) apresentaram resultados intermediários. Embora tratamentos mais invasivos, como ressecções, estejam associados a menores taxas de recorrência, causam mais sequelas, e frequentemente, requerem cirurgias reconstrutivas e reabilitações subsequentes. Em contrapartida, tratamentos conservadores, embora apresentem taxas de recorrência mais altas, mostraram-se opções viáveis ao manejo do QO, oferecendo menores taxas de complicações e sequelas pós-operatórias. Diferentemente de outras revisões, este estudo destaca-se por fornecer uma base científica atualizada sobre taxas de recidiva em abordagens cirúrgicas isoladas, auxiliando decisões terapêuticas, especialmente em cenários clínicos com acesso limitado a terapias adjuvantes Ver menos

Abstract: The odontogenic keratocyst (OKC) is classified as a developmental cyst, characterized by a high recurrence rate and, occasionally, aggressive behavior, making it the focus of numerous investigations into its etiopathogenesis and clinical management. This systematic review aimed to analyze surgical treatments performed in isolation, without adjuvant therapies, for the management of OKC and their recurrence rates, providing relevant evidence for clinical settings where adjuvant therapies are unavailable. The study adhered to the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) guidelines, with a comprehensive search conducted across five electronic databases: EMBASE, ISI Web of Science, Scopus, Cochrane Library, and PubMed. Without restrictions on language or publication year. Following screening and full-text review, 43 studies were included, encompassing 2589 patients and 2817 lesions. The results revealed a predominance of cases in male patients (mean age of 36.4 years), with the posterior mandible being the most commonly affected site. The identified surgical treatments included enucleation, marsupialization, and decompression, performed in isolation or combined with curettage and peripheral ostectomy; resections were also reported. Recurrence rates ranged from 4.3% to 69%, with the lowest rates observed in cases treated with resection (4.39%), while decompression followed by enucleation (24.42%) and marsupialization followed by enucleation (25%) showed intermediate outcomes. Although more invasive treatments, such as resections, were associated with lower recurrence rates, they often resulted in higher morbidity and required subsequent reconstructive surgeries. Conversely, conservative treatments, despite higher recurrence rates, proved to be viable options for managing OKC, with lower postoperative complications and morbidity. Unlike previous reviews, this study provides an updated scientific basis on recurrence rates for isolated surgical approaches, supporting therapeutic decision-making, particularly in settings where adjuvant therapies cannot be combined with surgical treatment Ver menos