Prevalências e desigualdades sociais da realização de exames para detecção precoce de neoplasias no município de Campinas
Bianca Gastaldon Lima
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP L628p
[Prevalence and social inequalities in the utilization of early detection tests for neoplasms in the municipality of Campinas]
Campinas, SP : [s.n.], 2024.
1 recurso online (80 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Marilisa Berti de Azevedo Barros
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Justificativa: O câncer é mundialmente a segunda maior causa de mortalidade. A realização de testes para detecção precoce de neoplasias é de grande relevância, em razão de que quanto mais cedo o câncer for identificado, maiores são as chances de cura. Análises de desigualdades sociais na...
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Resumo: Justificativa: O câncer é mundialmente a segunda maior causa de mortalidade. A realização de testes para detecção precoce de neoplasias é de grande relevância, em razão de que quanto mais cedo o câncer for identificado, maiores são as chances de cura. Análises de desigualdades sociais na prevalência desses exames são essenciais para verificar se existe equidade no acesso ao rastreamento. Objetivo: Estimar a prevalência da realização de exames de detecção precoce das neoplasias de colo do útero, mama, próstata e colorretal na população de Campinas, considerando as faixas etárias recomendadas para o rastreamento, e verificar as desigualdades sociais presentes na cobertura populacional desses exames. Material e Métodos: Estudo transversal desenvolvido com dados do inquérito de saúde de base populacional realizado no município de Campinas, o ISACamp 2014/15. A amostra do inquérito foi estratificada e tomada por conglomerados e em dois estágios. As entrevistas foram aplicadas por entrevistadores treinados, utilizando tablets; o questionário com ampla abrangência incluiu 12 blocos temáticos. No presente estudo, foram analisados dados de mulheres com 25 anos ou mais e de homens com 50 anos e mais, em decorrência das faixas etárias recomendadas para os testes de detecção precoce. As variáveis dependentes foram a realização dos exames de Papanicolaou, Mamografia, Antígeno Prostático Específico (PSA), Sangue Oculto nas Fezes (SOF) e Sigmoidoscopia/Colonoscopia; as variáveis independentes incluíram sexo, idade, escolaridade, renda, raça/cor de pele e posse de plano de saúde. Nas análises, foram estimadas prevalências e razões de prevalência ajustadas por sexo e idade, geradas por meio de regressão múltipla de Poisson. As análises foram realizadas com uso do Stata 14, que permite considerar os pesos amostrais e de pós-estratificação. Resultados: Em Campinas, 87,8% das mulheres de 25 a 64 anos realizaram Papanicolaou nos últimos 3 anos, com prevalências maiores nas mulheres com plano de saúde (RP=1,11), com maior escolaridade (RP=1,18) e maior renda (RP=1,11). Entre mulheres de 40-69 anos, 80,5% fizeram mamografia nos últimos 2 anos e, entre 50-69 anos, 77,7% realizaram o exame. Prevalências mais elevadas foram detectadas nas mulheres de 50-69 anos com plano de saúde (RP=1,29), maior escolaridade (RP=1,36) e renda (RP=1,34) e nas mulheres brancas de 40-69 anos (RP=1,17). Para o PSA, 55,2% dos homens acima de 50 anos fizeram o exame nos últimos 3 anos e 80,1% o fizeram ao menos uma vez na vida; a prevalência de realização nos últimos 3 anos foi maior nos que possuem plano de saúde (RP=1,47), maior escolaridade (RP=1,38) e renda (RP=1,36). A realização do SOF nos últimos 2 anos foi de 22,3% entre indivíduos com 50 anos ou mais, enquanto 21,5% realizaram colonoscopia/sigmoidoscopia ao menos uma vez na vida. A prevalência do SOF foi maior entre aqueles com plano de saúde, maior escolaridade e renda (RP=1,67; RP=2,20; RP=1,73, respectivamente). Para a colonoscopia/sigmoidoscopia, também se observou maiores prevalências entre indivíduos com plano de saúde (RP=2,62), maior escolaridade (RP=2,86) e maior renda (RP=2,50). Na comparação entre os sexos a colonoscopia foi mais realizada nas mulheres em comparação aos homens (RP=1,38). Conclusão: Os resultados mostram que as metas do Ministério da Saúde (MS) foram atingidas no município de Campinas para os exames de detecção precoce do câncer de mama e de colo uterino, mas, os exames de SOF e colonoscopia/sigmoidoscopia apresentaram baixa cobertura. As desigualdades sociais foram de magnitude pequena em relação ao Papanicolaou e mamografia, intermediária para o PSA e elevada nos exames de detecção precoce do câncer colorretal. A prevalência de mamografia foi superior entre mulheres brancas de 40-69 anos, enquanto os demais exames não apresentaram diferenças raciais. Esses achados apontam a importância de políticas públicas que reduzam as desigualdades socioeconômicas entre segmentos da população, e da implementação de programas de rastreamento organizados para ampliar a oferta dos exames e reduzir as desigualdades sociais no acesso
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Abstract: Justification: Cancer is the second leading cause of worldwide mortality. Performing tests for the early detection of neoplasms is highly relevant since the earlier cancer is identified, the greater the chances of cure. Analyses of social inequalities in the prevalence of these exams are...
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Abstract: Justification: Cancer is the second leading cause of worldwide mortality. Performing tests for the early detection of neoplasms is highly relevant since the earlier cancer is identified, the greater the chances of cure. Analyses of social inequalities in the prevalence of these exams are essential to assess whether access to screening is equitable. Objective: To estimate the prevalence of early detection tests for cervical, breast, prostate, and colorectal cancer in the population of Campinas, considering the age groups recommended for screening, and to assess the social inequalities in the population coverage of these exams. Material and Methods: This cross-sectional study was conducted using data from the population-based health survey ISACamp 2014/15, carried out in Campinas. The survey sample was stratified and selected by conglomerates in two stages. Interviews were conducted by trained interviewers using tablets, and the questionnaire covered 12 thematic blocks. This study analyzed data from women aged 25 years and older and men aged 50 years and older, in accordance with the recommended age groups for early detection tests. The dependent variables were the completion of Pap smear, mammography, prostate-specific antigen (PSA) test, fecal occult blood test (FOBT), and sigmoidoscopy/colonoscopy. Independent variables included sex, age, education level, income, race/skin color, and health insurance coverage. Prevalence and prevalence ratios adjusted for sex and age were estimated using Poisson multiple regression analysis. The analyses were performed using Stata 14, which accounts for sample and post-stratification weights. Results: In Campinas, 87.8% of women aged 25 to 64 years had a Pap smear in the past three years, with higher prevalence among those with health insurance (PR=1.11), higher education (PR=1.18), and higher income (PR=1.11). Among women aged 40–69 years, 80.5% underwent mammography in the past two years, and among those aged 50–69 years, 77.7% had the exam. Higher prevalence was found among women aged 50–69 years with health insurance (PR=1.29), higher education (PR=1.36), and higher income (PR=1.34), as well as among white women aged 40–69 years (PR=1.17). Regarding PSA, 55.2% of men aged 50 years and older underwent the test in the past three years, and 80.1% had it at least once in their lifetime. The prevalence of PSA testing in the past three years was higher among men with health insurance (PR=1.47), higher education (PR=1.38), and higher income (PR=1.36). The prevalence of FOBT in the past two years was 22.3% among individuals aged 50 years and older, while 21.5% had undergone sigmoidoscopy/colonoscopy at least once in their lifetime. FOBT prevalence was higher among those with health insurance, higher education, and higher income (PR=1.67; PR=2.20; PR=1.73, respectively). Sigmoidoscopy/colonoscopy also showed higher prevalence among individuals with health insurance (PR=2.62), higher education (PR=2.86), and higher income (PR=2.50). When comparing sexes, colonoscopy was more frequently performed among women than men (PR=1.38). Conclusion: The results indicate that the Ministry of Health (MS) targets for breast and cervical cancer screening were met in Campinas. However, FOBT and sigmoidoscopy/colonoscopy had low coverage. Social inequalities were minor for Pap smear and mammography, intermediate for PSA, and high for colorectal cancer screening tests. Mammography prevalence was higher among white women aged 40–69 years, while no racial differences were observed for the other tests. These findings highlight the need for more equitable public policies and organized screening programs to improve access and reduce social inequalities
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Prevalências e desigualdades sociais da realização de exames para detecção precoce de neoplasias no município de Campinas
Bianca Gastaldon Lima
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