Resumo: Aspectos demográficos como a densidade populacional e a distribuição espacial dos domicílios se caracterizam como alguns dos fatores decisivos no planejamento e escolha das soluções de saneamento descentralizadas adotadas em áreas rurais. A dispersão física da população nas áreas rurais dificulta a implantação de sistemas de saneamento centralizado de coleta e tratamento de esgotos, contribuindo para um déficit no atendimento. Também existe uma lacuna nas políticas púbicas brasileiras voltadas ao saneamento básico, o que dificulta o processo de universalização dos serviços. Um estudo realizado por Tonetti et al. (2021) apontou que em áreas rurais com residências espaçadas entre si a uma distância superior a 76 metros, sistemas unifamiliares de tratamento de esgoto são mais viáveis em relação aos sistemas coletivos. Tal valor se aproxima do resultado apresentado no Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR), o qual indica que densidades populacionais inferiores a 605hab/km² dificultam adoção de sistemas centralizados de saneamento, principalmente na coleta e tratamento de esgotos. Diante destes dados, o presente trabalho buscou aplicar a metodologia desenvolvida por Tonetti et al. (2021) para a avaliação da implantação de sistemas de tratamento de esgoto doméstico descentralizados em áreas rurais. A partir da coleta e análise de dados geoespaciais, o presente trabalho demonstrou que a parcela das habitações da Área de Proteção Ambiental (APA) de Campinas que se enquadra como apropriada a ser atendida por sistemas de tratamento de esgoto descentralizados do tipo unifamiliares é de 18%. Deste modo, a metodologia utilizada no presente trabalho e os resultados obtidos podem se caracterizar como ferramentas de apoio ao planejamento e tomada de decisão na elaboração de projetos, programas e planos municipais de saneamento básico, abrangendo principalmente as áreas rurais, contribuindo assim para a universalização do saneamento no Brasil Ver menos

Abstract: Demographic factors such as population density and the spatial distribution of households are crucial in planning and selecting decentralized sanitation solutions for rural areas. The physical dispersion of populations in rural regions complicates the implementation of conventional sanitation systems for sewage collection and treatment, contributing to a significant service deficit. Additionally, there is a gap in Brazilian public policies targeting basic sanitation, which impedes progress toward the universalization of services. A study by Tonetti et al. (2021) indicated that in rural areas where residences are spaced more than 76 meters apart, single-family sewage treatment systems are more viable than collective systems. This threshold aligns closely with findings from the National Rural Sanitation Plan (PNSR), which suggests that collective solutions become more effective than individualized ones for solid waste collection and disposal services at a population density of 605 inhabitants/km² or higher. Based on this data, the present study aimed to apply the methodology developed by Tonetti et al. (2021) to evaluate the implementation of decentralized domestic sewage treatment systems in rural areas. By collecting and analyzing geospatial data, this study demonstrated that 18% of the households in the Environmental Protection Area (APA) of Campinas are suitable for single-household decentralized sewage treatment systems. The methodology developed and the results obtained in this study can serve as valuable tools for planning and decision-making in the development of municipal basic sanitation projects, programs, and plans. This focus on rural areas contributes to advancing the universalization of sanitation services in Brazil Ver menos