Resumo: A transição da graduação para o mercado de trabalho, competitivo e especializado, é um dos principais desafios enfrentados pelos egressos das instituições de ensino superior, principalmente pelas crescentes mudanças ocorridas em vários setores, incluindo a construção civil, diante das novas...
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Resumo: A transição da graduação para o mercado de trabalho, competitivo e especializado, é um dos principais desafios enfrentados pelos egressos das instituições de ensino superior, principalmente pelas crescentes mudanças ocorridas em vários setores, incluindo a construção civil, diante das novas tecnologias com novas demandas para os profissionais. Além da qualificação técnica, as condições socioeconômicas e culturais e o tipo de instituição superior frequentada pelos egressos em engenharia civil contribuem para tornar a disputa pelas vagas no setor da construção civil ainda mais concorrida. As políticas públicas para educação superior nos últimos anos proporcionaram o aumento do número de instituições privadas de ensino superior no Brasil, contribuindo para a expansão e massificação desse nível de ensino, possibilitando o acesso ao sistema educacional para diferentes grupos sociais. A heterogeneidade dos estudantes nas instituições privadas e públicas é marcada por diferenças econômicas, sociais e culturais. A presente pesquisa partiu da reflexão e da constatação acerca da complexidade criada com a expansão do ensino superior no Brasil e do número restrito de pesquisas que abordam o peso do diploma de engenheiro civil para a mobilidade ocupacional dos novos públicos estudantil. O objetivo desta tese é verificar o percurso educacional e a percepções de quinze egressos de engenharia civil acerca dos fatores que contribuíram para a obtenção de sua empregabilidade, e se o investimento realizado nas universidades privadas da cidade de São Paulo, bem como, os sacrifícios e esforços se realmente "no final valeu a pena". Quanto à natureza dos dados definiu-se o plano de análise baseado em uma pesquisa de caráter qualitativo exploratório por meio de três conjuntos de dados, pesquisas bibliográficas, análise de dados secundários extraídos do banco de dados estatísticos (INEP-Censo da Educação Superior e Instituto SEMESP) e dados obtidos mediante a realização de entrevista semiestruturada com quinze egressos de engenharia civil. Os entrevistados foram selecionados com base na estratégia "bola de neve", em que entrevistados iniciais de um estudo indicam novos entrevistados que, por sua vez, indicam outros entrevistados e, assim, sucessivamente, até que seja alcançado um número satisfatório. A análise dos resultados demonstra que, apesar das desvantagens oriundas da origem social menos favorecida dos entrevistados e de alguns não receberem o piso salarial como engenheiro civil, todos estão empregados, atuando na sua área de formação e satisfeitos com a sua atividade profissional. O acesso à educação superior privada configurou-se como um importante recurso de aumento do capital social para os egressos de engenharia civil. Os resultados obtidos contribuirão como indicadores, juntamente com outras pesquisas sobre egressos e mercado de trabalho, na promoção de mudanças inovadoras em uma matriz curricular atrelada às necessidades do setor da construção civil
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