Resumo: Estima-se cerca de 350 mil novos casos e 170 mil mortes ao ano por câncer de cavidade oral no mundo. As opções de tratamento para este tipo de câncer oral foram modificadas nos últimos 5 anos, principalmente pelo avanço das técnicas cirúrgicas e das terapias adjuvantes. Contudo, a taxa de sobrevivência a 5 anos não apresentou melhoras significativas nas últimas décadas. Novas terapias surgiram como uma opção promissora, como a imunoterapia. Contudo, não são todos os pacientes que se beneficiam desse tratamento. Desta forma, este trabalho teve como objetivo caracterizar do perfil imune celular através do perfil solúvel sistêmico através de plataforma Iluminex e pela análise imunohistoquimica de PD-L1 correlacionando com os dados clinicopatologicos. Dividimos esse trabalho em duas etapas, na primeira realizamos a caracterização do perfil de imunoexpressão de PD-L1 em pacientes com Carcinoma espinocelular oral (CECO), através de um estudo retrospectivo. Observamos a presença de 4 perfis através da imuno-histoquímica, que revelou as células tumorais expressaram PD-L1 em padrões irregulares ou difusos. O padrão irregular previu uma sobrevida pior. Além disso, os padrões de expressão no microambiente imunológico do tumor mostraram que a maioria dos casos expressava PD-L1 tanto nas células tumorais quanto nas células imunes, enquanto os não-expressores de PD-L1 tinham a menor sobrevida geral. Na segunda parte desse trabalho, realizamos um estudo prospectivo, onde incluímos 23 pacientes com a coleta de sangue (plasma) e blocos de parafina. Com o plasma, realizamos a caracterização do perfil imune solúvel, com a análise de 32 analitos (citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento) e correlacionamos com características clínico-patológicas, como estadiamento clínico, pT, tabagismo, metástase linfonodal. Sendo possível observar que em pacientes com CECO tem um perfil imune ativo e que é capaz de predizer a progressão tumoral. Em seguida, analisamos através da imunohistoquímica a imunoexpressão de PD-L1 desses pacientes e dividimos conforme o estudo anterior, notamos que havia 2 padrões de pacientes, um que representava um perfil mais ativo e propenso a ser respondedor a imunoterapia e um outro perfil imune inativo. Dividimos esses dois perfis de expressão e correlacionamos com o perfil imune solúvel, onde foi possível notar presença de diferenças significativas nos níveis de citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento entre os grupos dois perfis de expressão de PD-L1 destacando a importância de considerar a resposta imunológica do paciente ao planejar estratégias terapêuticas personalizadas. Por fim, a identificação de marcadores imunológicos, como as citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento analisadas, pode ajudar a prever a resposta ao tratamento e estratificar os pacientes, permitindo uma abordagem mais direcionada e eficaz. A compreensão desses perfis imunológicos pode ajudar a otimizar a terapia e melhorar os resultados clínicos em pacientes com diferentes perfis de resposta imunológica Ver menos

Abstract: Oral cavity cancer accounts for approximately 350,000 new cases and 170,000 deaths annually worldwide. Despite advances in surgical techniques and adjuvant therapies over the past five years, the 5-year survival rate has not significantly improved. Immunotherapy has emerged as a promising treatment, but its effectiveness is not universal. This study aimed to characterize the immune profile in patients with oral squamous cell carcinoma (OSCC) through systemic soluble immune markers using the Luminex platform and PD-L1 immunohistochemistry, correlating these findings with clinicopathological data. In the first phase, a retrospective analysis of PD-L1 immunoexpression was performed in OSCC patients. Four distinct patterns were identified through immunohistochemistry, with tumor cells showing irregular or diffuse PD-L1 expression. Irregular patterns were associated with poorer survival, and cases expressing PD-L1 in both tumor and immune cells had better outcomes, whereas non-expressors exhibited the worst overall survival. The second phase involved a prospective study of 23 patients, analyzing plasma for 32 immune analytes (cytokines, chemokines, and growth factors) and correlating these with clinicopathological features. Patients with an active immune profile were more likely to show tumor progression. PD-L1 immunoexpression divided patients into two groups: those with an active immune profile responsive to immunotherapy and those with an inactive immune profile. Significant differences in cytokine, chemokine, and growth factor levels were observed between the two groups, emphasizing the need to consider immune response when developing personalized therapies. The identification of immune markers, such as cytokines, chemokines, and growth factors, can aid in predicting treatment response and patient stratification, enabling more targeted and effective approaches. Understanding these immune profiles may optimize treatment strategies and improve clinical outcomes in OSCC patients Ver menos