Resumo: Os professores enfrentam constantes desafios durante as atividades na vida acadêmica, trabalham diretamente com alunos com características e necessidades diversas, por longos períodos e fazem horas extras em pesquisas e preparação de conteúdo. O ritmo de trabalho geralmente é intenso e exige concentração, apresentando condições que englobam esforços físicos, cognitivos e afetivos. O cotidiano docente pode ocasionar alterações nos horários e qualidade do sono e repouso, atividade física irregular e estresse, e podem contribuir para diminuir o desenvolvimento de um bom desempenho no trabalho. Objetivo: Descrever o perfil do docente do Ensino Médio e relacionar com a qualidade do sono e estresse. Método: Estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada por questionários: questionário sociodemográfico, índice de qualidade de sono de Pittsburgh, Maslach Burnout Inventory e Escala de percepção de estresse-10, aplicados a uma amostra de 252 professores que atuam no Ensino Médio em escolas públicas pertencentes à Diretoria de Ensino da região de São João da Boa Vista - SP. Resultados: A maior parte dos participantes eram mulheres, casados, com 43 anos em média, e trabalhavam 40 horas semanais, em dois turnos, manhã e tarde. Mais da metade praticava atividade física (53,35%), não fumavam (86,85%), referiram não apresentar doenças (56%) e apresentaram média do Índice de massa corporal, de 27,98kg/m2. Verificou-se que 61% dos participantes apresentaram má qualidade de sono, com média de permanência no leito de 6,97 horas. A maioria dos professores não faziam uso de medicamentos para indução do sono e 88,31% utilizavam aparelhos eletrônicos, como celular, antes de dormirem. Observou-se a prevalência de Síndrome de Burnout em 11,01% dos participantes. Verificou-se que 32,07% dos professores apresentaram alta Exaustão Emocional, 25,52% alta Despersonalização e 36,4% baixa Realização Profissional. Em relação aos escores da Escala de percepção de estresse-10 verificou-se que os valores médios individuais entre os participantes foram de 19,23 pontos. Observou-se que 110 dos participantes (45,45%) apresentaram nível de estresse moderado. Nas análises de regressão observou-se que quanto maior o estresse, maior a exaustão emocional e pior a qualidade do sono. O sexo feminino apresentou maior escore para o estresse e pior qualidade do sono em comparação ao sexo masculino. Não praticar atividade física indicou maior estresse e qualidade do sono ruim. Fazer uso dos aparelhos eletrônicos, pode aumentar o estresse. Trabalhar em dois períodos escolares aumenta a exaustão emocional, o estresse e piora a qualidade do sono. Conclusão: O estudo pode contribuir para o desenho de estratégias para identificar as dificuldades vivenciadas por esses professores nos níveis psicológico, social e físico, beneficiando a investigação de soluções para conflitos que afetam a qualidade do sono e o estresse e, logo, afetam a qualidade de vida Ver menos

Abstract: Teachers face constant challenges during their academic life, working directly with students with different features and needs, for long periods of time and working overtime on research and content preparation. The pace of work is usually intense and requires concentration, with conditions that encompass physical, cognitive and affective efforts. The work pace is usually intense and requires concentration, presenting conditions that encompass physical, cognitive and emotional efforts. The daily teaching routine can cause changes in the schedule and quality of sleep and rest, irregular physical activity and stress, and can contribute to reducing the development of good performance at work. Objective: To describe the profile of secondary school teachers and relate it to sleep quality and stress. Method: A descriptive cross-sectional study with a quantitative approach. Data was collected using questionnaires: sociodemographic questionnaire, Pittsburgh sleep quality index, Maslach Burnout Inventory and Stress Perception Scale-10, applied to a sample of 252 high school teachers in public schools belonging to the São João da Boa Vista - SP region. Results: Most of the participants were women, married, 43 years old on average, and worked 40 hours a week, in two shifts, morning and afternoon. More than half practiced physical activity (53.35%), did not smoke (86.85%), reported having no illnesses (56%) and had an average body mass index of 27.98kg/m2. It was found that 61% of the participants had poor sleep quality, with an average stay in bed of 6.97 hours. Most of the teachers did not use sleep-inducing medication and 88.31% used electronic devices, such as cell phones, before going to sleep. Burnout syndrome was prevalent in 11.01% of the participants. We found that 32.07% of the teachers had high Emotional Exhaustion, 25.52% had high Depersonalization and 36.4% had low Professional Achievement. Regarding to the Stress Perception Scale-10 scores, the average individual values among the participants was 19.23 points. It was observed that 110 of the participants (45.45%) had a moderate level of stress. The regression analyses showed that the higher the stress, the greater the emotional exhaustion and the worse the quality of sleep. Females had higher stress scores and poorer sleep quality than males. Not practicing physical activity indicated greater stress and poor sleep quality. Using electronic devices can increase stress. Working two school shift increases emotional exhaustion, stress and worsens sleep quality. Conclusion: The study can contribute to the design of strategies to identify the difficulties experienced by these teachers at the psychological, social and physical levels, benefiting the investigation of solutions to conflicts that affect the quality of sleep and stress and, therefore, affect quality of life Ver menos