Discurso de ódio, fake news e o direito à educação : a importância de garantir o direito à educação conforme versa a constituição para a manutenção do estado democrático
Vanessa Marie Lima de Sena
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP Se55d
[Hate speech, fake news, and the right to education]
Campinas, SP : [s.n.], 2024.
1 recurso online (86 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Luís Renato Vedovato
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Educação
Resumo: A evolução da internet e das redes sociais gerou uma transformação profunda na comunicação e na sociedade. As plataformas digitais criaram um espaço democrático para o debate público e a disseminação de informações, alterando o papel tradicional da imprensa e permitindo que usuários da web...
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Resumo: A evolução da internet e das redes sociais gerou uma transformação profunda na comunicação e na sociedade. As plataformas digitais criaram um espaço democrático para o debate público e a disseminação de informações, alterando o papel tradicional da imprensa e permitindo que usuários da web produzam e compartilhem conteúdos de forma livre, muitas vezes anônima. Esse fenômeno se expandiu significativamente, demonstrando a necessidade de interações e discussões no espaço virtual. No entanto, a liberdade proporcionada pelas redes sociais vem acompanhada de desafios significativos, como a propagação de desinformação e de fake news. Tais práticas corroem o debate público democrático, contribuindo para a polarização e o fortalecimento de discursos baseados em preconceitos e ódio. A natureza e o impacto das fake news vão além de sua tradução literal como "notícias falsas", representando um fenômeno social complexo, dificultado ainda mais pela natureza dos algoritmos dessas redes. Tais algoritmos favorecem a criação de "bolhas" sociais e câmaras de eco, filtrando conteúdo baseado nas preferências pessoais de cada usuário, o que pode limitar a exposição a diferentes perspectivas e enfraquecer o debate plural. Esse cenário reflete uma mudança das Sociedades Disciplinares – descritas por Foucault – para as Sociedades de Controle, nas quais, segundo Shoshana Zuboff, os dados comportamentais são coletados para influenciar o consumo. Nesse contexto, a educação emerge como um campo crucial. Frente aos desafios impostos pela constante e rápida troca de informações, torna-se essencial o incentivo a uma educação humanizadora e crítica, que possa reestabelecer o diálogo e afastar a barbárie imposta pelo ódio e pelo medo. Embora familiarizados com a tecnologia, muitos jovens carecem de conhecimentos para interpretar corretamente as informações, sendo suscetíveis à disseminação de fake news e aos discursos de ódio. A educação, portanto, é vista como a principal defesa contra a desinformação e um pilar para a manutenção da democracia, incentivando o desenvolvimento do pensamento crítico e a compreensão da realidade humana. Contudo, a educação brasileira e mundial enfrentam desafios significativos no campo da educação, com políticas públicas voltadas à educação baseadas na lógica neoliberal e mercadológica. Essas políticas priorizam processos de aprendizagem focados em técnicas que visam comprovar determinadas eficiências cognitivas que atendam às exigências do mercado de trabalho, dificultando o desenvolvimento do pensamento crítico e da cidadania consciente. Essas habilidades são imprescindíveis para que enfrentemos os dilemas dos próximos anos que surgirão com o avanço da tecnologia. Portanto, a presente pesquisa analisa a necessidade de promover uma educação crítica para combater as fake news e preservar o Estado Democrático, destacando-se que nem mesmo o Direito possui meios eficazes para lidar com a complexidade das fake news sem infringir a liberdade de expressão e informação. Assim, a educação crítica surge como a solução mais efetiva contra a desinformação ao promover o pensamento crítico e democrático na era digital e a Constituição Federal do Brasil de 1988
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Abstract: The evolution of the internet and social media has profoundly transformed communication and society. Digital platforms have created a democratic space for public debate and the dissemination of information, altering the traditional role of the press and enabling web users to produce and...
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Abstract: The evolution of the internet and social media has profoundly transformed communication and society. Digital platforms have created a democratic space for public debate and the dissemination of information, altering the traditional role of the press and enabling web users to produce and share content freely, often anonymously. This phenomenon has significantly expanded, highlighting the need for interactions and discussions in the virtual space. However, the freedom provided by social media comes with significant challenges, such as the spread of misinformation and fake news. These practices erode democratic public debate, contributing to polarization and strengthening discourses based on prejudice and hatred. The nature and impact of fake news go beyond their literal translation of "false news," representing a complex social phenomenon further complicated by the nature of social media algorithms. These algorithms favor the creation of social bubbles and echo chambers, filtering content based on personal preferences of each user, which can limit exposure to different perspectives and weaken pluralistic debate. This scenario reflects a shift from disciplinary societies – as described by Foucault – to control societies, where, according to Shoshana Zuboff, behavioral data are collected to influence consumption. Education emerges as a crucial field in this context. Faced with the challenges imposed by the constant and rapid exchange of information, it promoting a humanizing and critical education that can reestablish dialogue and distance society from the barbarity imposed by hatred and fear. Although familiar with technology, many young people lack the knowledge to correctly interpret information, making them susceptible to the spread of fake news and hate speech. Therefore, education is seen as the primary defense against misinformation and a pillar for maintaining democracy, encouraging the development of critical thinking and the understanding of human reality. However, both Brazilian and global education face significant challenges with public policies focused on education based on neoliberal and market logic. These policies prioritize learning processes focused on techniques that aim to prove certain cognitive efficiencies that meet the demands of the job market, hindering the development of critical thinking and conscious citizens. These skills are essential for us to face the dilemmas in the coming years that will arise with technological advancements. Therefore, this research analyzes the need to promote critical education to combat fake news and preserve the Democratic State, it is highlighted that even the Law does not have effective means to deal with the complexity of fake news without infringing on freedom of expression and information. Thus, critical education emerges as the most effective solution against misinformation by promoting critical and democratic thinking in the digital age and the 1988 Federal Constitution of Brazil
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Discurso de ódio, fake news e o direito à educação : a importância de garantir o direito à educação conforme versa a constituição para a manutenção do estado democrático
Vanessa Marie Lima de Sena
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Vanessa Marie Lima de Sena