Resumo: Introdução: A rinossinusite crônica com pólipos nasais (RSCcPN) é uma doença inflamatória que se desenvolve no nariz e nos seios paranasais, apresentando variados fenótipos e endótipos. Entre aqueles de maior interesse está a rinossinusite crônica (RSC) eosinofílica. A principal definição para a RSC eosinofílica é a avaliação histopatológica com contagem de eosinófilos em campo de grande aumento (eos/CGA). Entretanto esta definição apresenta diversas divergências. O presente estudo tem como objetivo realizar a contagem de eosinófilos teciduais e correlacionar com marcadores clínicos (eosinofilia, asma e recidiva de pólipos nasais). Métodos: Foi realizado um estudo clínico, retrospectivo, com 216 pacientes portadores de RSC com pólipos nasais que foram submetidos à biópsia nasal. Foi realizada a contagem dos eosinófilos na amostra tecidual e em amostra sanguínea periférica, também foram coletados do prontuário presença de comorbidades (presença de asma), presença de recidiva dos pólipos nasais e o tempo para recidiva. Resultados: A mediana da contagem do infiltrado eosinofílico tecidual foi de 195,5 eos/CGA. Já em relação à eosinofilia identificamos mediana de 361,58 eos/mm3. Foi observado correlação entre a contagem de eosinófilos séricos e teciduais (p=0,023), também foi observado concordância entre os pontos de corte de 10 eos/CGA e 150 eos/mm3, referentes ao último EUFOREA. Não foi identificada correlação entre recidiva dos pólipos e as variáveis analisadas, porém quando observado o tempo para a recidiva dos pólipos nasais, a recidiva correlacionou-se com a eosinofilia (p=0,003) e a presença de asma (p=0,027). Discussão: Identificamos que a contagem do infiltrado tecidual eosinofílico da nossa amostra está acima do ponto de corte mais utilizado e das referências da literatura para população ocidental. Também observamos correlação entre a contagem dos eosinófilos teciduais e séricos. Entretanto, inicialmente não identificamos concordância entre os dois principais pontos de corte da literatura para definição do padrão inflamatório 2, que utilizam a contagem de eosinófilos sérico (EUFOREA-2021) e teciduais (EPOS). Porém, quando utilizado atualização recente do ponto de corte (150 eos/mm3) do último EUFOREA, observou-se concordância. A correlação entre a recidiva precoce nos pacientes com eosinofilia sérica aumentada e asma pode indicar que o padrão inflamatório tipo 2 pode representar uma doença sistêmica com manifestação local Ver menos

Abstract: Introduction: Chronic rhinosinusitis with nasal polyps (CRSwNP) is an inflammatory disease that develops in the nose and paranasal sinuses, presenting different phenotypes and endotypes. Among those of greatest interest is eosinophilic chronic rhinosinusitis (CRS). The main definition for eosinophilic CRS is histopathological evaluation with eosinophil count in high power field (eos/CGA). However, this definition presents several divergences. The present study aims to count tissue eosinophils and correlate them with clinical markers (eosinophilia, asthma and recurrence of nasal polyps). Methods: A retrospective clinical study was carried out with 216 patients with CRS and nasal polyps who underwent nasal biopsy. Eosinophils were counted in the tissue sample and in a peripheral blood sample. The presence of comorbidities (presence of asthma), presence of recurrence of nasal polyps and the time to recurrence were also collected from the medical records. Results: The median tissue eosinophilic infiltrate count was 195.5 eos/CGA. Regarding eosinophilia, we identified a median of 361.58 eos/mm3. A correlation was observed between serum and tissue eosinophil counts (p=0.023), agreement was also observed between the cutoff points of 10 eos/CGA and 150 eos/mm3, referring to the last EUFOREA. No correlation was identified between polyp recurrence and the variables analyzed, however, when observing the time for nasal polyp recurrence, recurrence correlated with eosinophilia (p=0.003) and the presence of asthma (p=0.027). Discussion: We identified that the eosinophilic tissue infiltrate count in our sample is above the most used cutoff point and literature references for the Western population. We also observed a correlation between tissue and serum eosinophil counts. However, we initially did not identify agreement between the two main cutoff points in the literature for defining inflammatory pattern 2, which use serum (EUFOREA-2021) and tissue (EPOS) eosinophil counts. However, when using a recent update of the cutoff point (150 eos/mm3) from the latest EUFOREA, concordance was observed. The correlation between early relapse in patients with increased serum eosinophilia and asthma may indicate that the type 2 inflammatory pattern may represent a systemic disease with local manifestation Ver menos