Resumo: Na década de 2010, o discurso "ideologia de gênero" promoveu uma situação mundial de pânico moral, representado no Brasil pelas cruzadas antigênero do Movimento Escola Sem Partido. Nosso objetivo é discutir a materialidade desse currículo de gênero em escolas municipais de Campinas-SP a partir dos resultados encontrados em nossa dissertação de mestrado. A pesquisa parte da abordagem do ciclo de políticas, com especial ênfase para o contexto da prática, aliada a um referencial teórico feminista pós-estruturalista, permitindo articular a categoria gênero com o conceito de atuação sobre uma sexopolítica que age na intenção de reagrupar o dispositivo de sexualidade ao dispositivo pedagógico. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito gestoras/es de quatro escolas participantes. Nossos resultados evidenciam que as situações de pânico moral performadas, sobretudo, por mães e evangélicas/os, têm sido pouco efetivas nas escolas pesquisadas em decorrência das técnicas de acolhimento encontradas na atuação da gestão, assegurando a separação entre dispositivo pedagógico e dispositivo de sexualidade. Também reconhecemos que a cultura docente do município em torno de uma educação inclusiva de gênero encoraja a produção desses currículos de gênero. No entanto, as escolas e suas/seus atrizes/atores continuam sujeitos a limitações sobre sua autonomia curricular e são impactados subjetivamente pelas cruzadas antigênero, o que exige persistência e continuidade em suas atuações para resistir à governamentalização de seus currículos Ver menos

Abstract: In 2010 decade, the "gender ideology" discourse promoted a moral panic situation world wide, represented in Brazil by the antigender crusades of the School Without Party movement. Our objective is to discuss the materiality in that gender curricula in municipal schools of Campinas-SP based on the results finded in our master thesis. The research start from the politicy cicle approach, with special emphasis to the political context, allied to a feminist poststructuralist theoretical referencial, allowing articulate the gender category to the enactment concept on a sexpolitic that act with the intention of regroup the sexuality device to the pedagogical device. Was realized semi-structured interviews with eight school managers from four participant schools. Our results evidence that the moral panic situations performed, about everything, by mothers and evangelics, has been few effective in the researched schools in consequence of the host technics finded in the managers enactment, reassuring the separation between the pedagogical device and the sexuality device. We also recognize that the teaching culture in the county around a inclusive gender education encourage those gender curricula productions. However, the schools and theirs actors continue subjected to limitations on their curricular autonomy and are subjectively impacted by the gender crusades, what demand persistence and continuity in their enactments to resist to the governmentalization of their curriculas Ver menos

Resumen: En la década de 2010, el discurso "ideología de género" promovió una situación mundial de pánico moral, representada en Brasil por las cruzadas antigénero del movimiento Escuela Sin Partido. Nuestro objetivo es discutir la materialidad dese currículo de género en escuelas municipales de Campinas-SP partiendo de los resultados encontrados en nuestra disertación de maestria. La pesquisa parte del abordage del ciclo de políticas, con especial énfasis para el contexto de la práctica, aliada a un referencial teórico feminista postestruturalista, permitiendo enlazar la categoría género con el concepto de actuación acerca de la sexopolítica que actúa con intención de reagrupar el dispositivo de sexualidad al dispositivo pedagógico. Fueron realizadas entrevistas semiestruturadas con ocho gestoras/es de cuatro escuelas participantes. Nuestros resultados evidencian que las situaciones de pánico moral performadas, sobre todo, por madres y evangélicas/os, ha sido poco efectivas en las escuelas pesquisadas en resultado de las técnicas de acogimiento encontradas en la actuación de la gestión, garantizando la spearación entre dispositivo pedagógico y dispositivo de sexualidad. También reconocemos que la cultura docente del municipio alrededor a una educación inclusiva de género. Sin embargo, las escuelas y sus actores/actrices siguen sujetos a limitaciones sobre su autonomía curricular y son impactados subjetivamente por las cruzadas antigénero, lo que exige persistencia y continuidad en sus actuaciones para resistir a la governamentalización de sus currículos Ver menos