Resumo: As novas tecnologias e a internet possibilitaram novos meios de comunicação e de transmissão cultural, seja para o aprendizado sobre outras culturas ou para a propagação da nossa própria. Em um ciberativismo surdo, os sujeitos surdos têm utilizado as redes sociais e outros canais para participar, ativamente, dessa globalização, através de explicações sobre suas vidas e sobre seus ganhos e dificuldades, enquanto uma minoria linguística e cultural. Assim, o principal objetivo deste trabalho é compreender o modo como a cultura surda e os artefatos culturais surdos têm sido manifestados e reproduzidos em vídeos de youtubers surdos. Para tanto, realizamos uma análise dos textos verbais desses vídeos. No total, foram analisados três vídeos: 1) "Todos os surdos sabem ler lábios?", do youtuber Léo Viturinno; 2) "PORQUE SOU SURDO?" do canal Isflocos; e 3) "Como se comunicar com o surdo?" do canal Visurdo. Os objetivos específicos são: a) entender como esses textos se constroem e quais são os mecanismos e estratégias linguístico-discursivas presentes nos enunciadores surdos; e b) compreender se esses youtubers surdos são ciberativistas e, se sim, que tipo de ciberativismo eles estão realizando, levando em conta que entendemos o ciberativismo como o ativismo na rede mundial de computadores, em que há uma comunicação e organização de movimentos sociais – feitos individualmente, em grupo(s) e/ou socialmente entrelaçados por lutas políticas, com o intuito de propagar cultura e militância política (Milhomens, 2009). Os enunciadores dos textos analisados são surdos que utilizam a língua de sinais como sua primeira língua e participam, ativamente, da comunidade surda. O norte teórico metodológico para as análises é a semiótica greimasiana (Greimas; Courtés, 2020) que emprega o modelo conhecido como percurso gerativo do sentido. Além disso, para suas reflexões dos temas abordados nas discussões, a pesquisa também adota os seguintes autores: Strobel (2008a), a respeito da a cultura surda; Lopes (2007) e Skliar (2016) para contextualizar os estudos Surdos; Schallemberger (2010) e Pinheiro (2012), com foco em surdos nas redes; Rigitano (2003) e Milhomens (2009), voltados para ativismo nas redes; Kumaravadivelu (2006), sobre a linguística aplicada e globalização, entre outros. Assim, conclui-se que o ciberativismo surdo é tangível e procura visibilidade para a cultura surda, bem como uma aproximação harmoniosa entre surdos e ouvintes Ver menos

Abstract: New technologies and the internet enabled the appearance of new media and cultural transmission, either for learning about other cultures or for propagating our own. In Deaf Cyberactivism, deaf individuals have been using social media and other channels to actively engage in such globalization, through explanations of their lives, their earnings and difficulties as a cultural and linguistic minority. Thus, the main objective of this paper is to understand how Deaf Culture and deaf cultural artifacts have been manifested and reproduced in videos by deaf youtubers. In order to do so, an analysis of verbal texts from these videos was conducted. In total, 3 vídeos were analyzed: 1) "Todos os surdos sabem ler lábios?" (Do all deaf people know how to lipread?), from youtuber Léo Viturinno; 2) "PORQUE SOU SURDO?" (Why am I deaf?) from Isflocos channel; and 3) "Como se comunicar com o surdo?" (How to communicate with deaf people) from Visurdo channel. The specific goals are: a) understand how these text are constructed and what linguistic-discursive strategies and mechanisms are present in deaf enunciators; b) understand if the cited deaf youtubers are cyberactivists and, if so, what kind of cyberactivism they are performing. This, considering that we understand cyberactivism as activism in the World Wide Web in which there is communication and organization of Social Movements - done individually, in group(s) and/or socially intertwined with political struggles, with the intention of propagating culture and political activism (Milhomens, 2009). The enunciators of the analyzed texts are Deaf people that use Sign Language as their primary language and actively engage in Deaf Community. The guiding methodological theoretical parameter for the analyses is the Greimasian semiotic (Greimas; Courtés, 2020) which employs the model known as the Generative Trajectory of Meaning. Furthermore, for reflections concerning themes explored in the discussions, the research adopted the following authors: Strobel (2008a), for Deaf Culture; Lopes (2007) and Skliar (2016), for contextualization of Deaf Studies; Schallemberger (2010) and Pinheiro (2012), for focus on deaf people in the Web; Rigitano (2003) and Milhomens (2009), for activism in the Web; Kumaravadivelu (2006), for Applied Linguistics and globalization, among others. Thus, it is concluded that Deaf Cyberactivism is tangible and seeks visibility for Deaf Culture, as well as a harmonious rapprochement between deaf and hearing people Ver menos