Mulheres construindo sua autonomia : concepções e práticas feministas em redes de economia solidária no Brasil
Beatriz Carrascosa Von Glehn Schwenck
TESE
Português
T/UNICAMP Sch98m
[Les femmes construisent leur autonomie]
Campinas, SP : [s.n.], 2024.
1 recurso online (353 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientadores: Bárbara Geraldo de Castro, Isabelle Hillenkamp
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e Université de Paris Cité
Resumo: Esta pesquisa de doutorado tem por objetivo discutir a ideia de autonomia a partir das concepções e práticas das mulheres organizadas na economia solidária no Brasil, buscando compreender os sentidos e significados dessa categoria para elas, bem como sistematizar as possibilidades e os...
Ver mais
Resumo: Esta pesquisa de doutorado tem por objetivo discutir a ideia de autonomia a partir das concepções e práticas das mulheres organizadas na economia solidária no Brasil, buscando compreender os sentidos e significados dessa categoria para elas, bem como sistematizar as possibilidades e os limites ao exercício da autonomia tendo em conta as condições materiais e subjetivas e o contexto econômico, social e político em que elas estão inseridas. Tendo como orientação epistemológica e metodológica a pesquisa-ação feminista, por meio de entrevistas e visitas de campo, esta pesquisa centra-se no caso de três redes feministas organizadas no contexto da economia solidária, compostas por empreendimentos e iniciativas econômicas além de organizações de apoio e fomento, que cumprem um papel de assessoria técnica, execução de políticas públicas e articulação política. Os três casos são a Associação de Mulheres na Economia Solidária do estado de São Paulo (AMESOL), sediada na Região Metropolitana de São Paulo; a Rede Xique Xique de Comercialização Solidária, organizada no estado do Rio Grande do Norte e sediada em Mossoró; e a Rede de Economia Solidária e Feminista (RESF), de âmbito nacional e sediada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Busca-se refletir sobre a relação complexa entre organizações da sociedade civil, o Estado brasileiro e movimentos sociais, em especial o movimento de economia solidária e o movimento feminista, e a forma como as reivindicações por autonomia foram traduzidas nas políticas da Secretaria Nacional de Economia Solidária e da Secretaria de Política para as Mulheres no ciclo de governos 2003-2016. Trabalhamos a categoria de autonomia a partir de uma pesquisa multiescalar (à nível do Estado, dos movimentos sociais, das redes solidárias, dos empreendimentos econômicos e organizações de apoio e da vida das mulheres) e multidimensional (sistematizando múltiplas e imbricadas facetas da autonomia como a dimensão material, a necessidade de redivisão sexual do trabalho, o enfrentamento à violência, a construção de relações de solidariedade, confiança e pertencimento). A partir de uma abordagem feminista e substantiva da economia e da política, é problematizada a articulação entre produção e reprodução social, dando visibilidade ao trabalho de cuidados realizado pelas mulheres e às práticas econômicas permeadas por relações sociais concretas (de reciprocidade, redistribuição e autossuficiência) nos empreendimentos econômicos e redes solidárias. Questionando uma abordagem liberal que localiza a autonomia no nível individual e a associa à ideia de independência, argumenta-se por uma concepção de autonomia assentada na interdependência. Uma abordagem substantiva da autonomia mostra-se potente para analisar as relações de poder, opressão e desigualdade; e também os caminhos de construção de resistência, coletivos e construídos desde relações de solidariedade
Ver menos
Abstract: The purpose of this thesis is to discuss the idea of autonomy based on the conceptions and practices of women organized in the solidarity economy in Brazil, seeking to understand the senses and meanings of this category for themselves. We also aim to systematize the possibilities and...
Ver mais
Abstract: The purpose of this thesis is to discuss the idea of autonomy based on the conceptions and practices of women organized in the solidarity economy in Brazil, seeking to understand the senses and meanings of this category for themselves. We also aim to systematize the possibilities and limits to the exercise of autonomy, taking into account the material and subjective conditions and the economic, social and political context in which they are inserted. Using feminist action research as an epistemological and methodological orientation, through interviews and field visits, this research focuses on the case of three feminist networks organized in the field of the solidarity economy, composed of economic organizations. The three networks have a particular relation with foster and support organizations, which play the role of providing technical advice, implementing public policies and advocacy. The three cases are the Association of Women in the Solidarity Economy of the state of São Paulo (AMESOL), based in the Metropolitan Region of São Paulo; the Xique Xique Solidarity Commercialization Network, organized in the state of Rio Grande do Norte and based in Mossoró; and the Solidarity and Feminist Economy Network (RESF), nationwide and based in Porto Alegre, Rio Grande do Sul. The aim is to reflect on the complex relations between civil society organizations, the Brazilian state and social movements, especially the solidarity economy movement and the feminist movement, and how demands for autonomy were translated into policies at the National Secretariat for Solidarity Economy and the Secretariat for Women's Policy during the 2003-2016 cycle of governments (Workers’ Party). The category of autonomy was explored from a multi-scalar perspective (at the level of the State, social movements, solidarity networks, economic initiatives, support organizations and women's experiences) and on a multidimensional perspective (systematizing multiple and interrelated aspects of autonomy, such as the material dimension, the need to redefine the sexual division of labor, struggles with gender based violence, and building relationships of solidarity, trust and belonging). From a feminist and substantive approach to economics and politics, the articulation between production and social reproduction is problematized, highlighting the care work carried out by women and the economic practices embedded in social relations (of reciprocity, redistribution and householding) in economic organizations and solidarity networks. Questioning a liberal approach that situates autonomy at the individual level and associates it with the idea of independence, we argue for a conception of autonomy based on interdependence. A substantive approach to autonomy proves to be robust for analyzing relations of power, oppression and inequality, as well as collective paths of resistance built on relations of solidarity
Ver menos
Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Aberto
Castro, Bárbara, 1984-
Orientador
Hillenkamp, Isabelle, 1977-
Coorientador
Lemaitre, Andreia Helena
Avaliador
Souza, André Ricardo de
Avaliador
Gaiger, Luiz Inacio Germany
Avaliador
Mulheres construindo sua autonomia : concepções e práticas feministas em redes de economia solidária no Brasil
Beatriz Carrascosa Von Glehn Schwenck
Mulheres construindo sua autonomia : concepções e práticas feministas em redes de economia solidária no Brasil
Beatriz Carrascosa Von Glehn Schwenck