Resumo: As taxas de sobrepeso e obesidade no mundo têm incidido de forma crescente nos últimos anos, e o Brasil têm acompanhado esta tendência epidemiológica (WHO, 2016). O acúmulo de gordura corporal pode modificar respostas metabólicas como a capacidade antioxidante e oxidante a nível celular. O quadro inflamatório de baixo grau gerado favorece o surgimento de resistência à insulina, que por sua vez está associada ao desenvolvimento de outras patologias mais sérias como diabetes Mellitus tipo 2 e o declínio cognitivo. As doenças neurológicas anteriormente relacionadas ao período senil, recentemente tem surgido na população mais jovem e obesa. A falta de diversidade microbiana intestinal associada aos níveis aumentados de marcadores pró-inflamatórios no sangue e tecidos periféricos tem endereçado investigações sobre potenciais agentes redutores, sequestradores de radicais, inibidores de espécies reativas de oxigênio ou de complexos de íons metálicos que promovam maior proteção ao sistema de defesa cerebral. Neste contexto, diversos compostos bioativos vegetais como os alfa ácidos, beta ácidos e análogos encontrados no lúpulo ("Humulus lupulus" L.) já foram aplicados em experimentos in vivo indicando efeitos promissores ao beneficiar o metabolismo de lipídeos e carboidratos reduzindo a inflamação sistêmica. O atual estudo visou investigar possíveis efeitos biológicos do extrato seco de lúpulo (ESL) rico em alfa e beta ácidos, obtido por tecnologia de extração com dióxido de carbono supercrítico-SFE na obesidade. Setenta e oito camundongos machos da linhagem C57/JB6 foram submetidos ao consumo das dietas controle AIN-93M e AIN-93M modificada em teor de lipídeos contendo 0,35% g/kg e 3,5% g/kg em alfa ácidos do ESL. Após a aplicação dos testes de tolerância glicêmica e tolerância à insulina foi verificado melhor estabilização dos níveis de glicemia e ganho de peso entre àqueles animais tratados com ESL (HP1 e HP2) em relação ao grupo controle obeso (HP) (p < 0,05). Houve também redução do estresse oxidativo observado por verificação do perfil enzimático de SOD, e aparente mitigação sobre a expressão proteica de sinalizadores de degeneração cerebral por GSK3? e p-IRS1 (p < 0,05). Contudo, o teste cognitivo y-maze aplicado para evidenciar possíveis efeitos deletérios no cérebro de animais obesos não indicou diferença estatística. Além disso, o consumo dietético semanal em gramas entre os grupos obeso HP2 (33,32 ± 4,11, p<0,05) versus controle HP (42,3 ± 5,88, p <0,05) foi diferente, entretanto os compostos bioativos presentes no ESL mostraram conferir efeitos relevantes sobre o controle glicêmico, na sinalização insulínica e consequente ação moduladora de marcadores orgânicos do estado obeso correlacionados à progressão inflamatória cerebral Ver menos

Abstract: Overweight and obesity rates have increased in recent years globally, and Brazil has followed this epidemiological trend (WHO, 2016). Fat accumulation can modify metabolic responses, such as antioxidant and oxidant capacity in the cells. It's known that low-grade inflammation favors the emergence of insulin resistance and is highly associated with severe pathologies, such as diabetes Mellitus type 2 and cognitive decline appearance. Neurological diseases previously related to the senile period have emerged increasingly in the younger and obese population. In this context, several plant bioactive compounds applied in vivo experiments have shown promising effects by conferring better responses to lipid and carbohydrate metabolisms and systemic inflammatory states. For example, alpha and beta-acids compounds and their analogues found in hops ("Humulus lupulus" L.) are weight loss-related and glucose tolerance control. Therefore, the current study aimed to confirm the biological effects of ESL elaborated using supercritical carbon dioxide extraction (SFE). Thus, seventy-eight male mice of the C57/JB6 strain were fed with control diet AIN-93M and AIN-93M high fat with 0.35% g/kg and 3.5% g/kg of concentration in alpha acids from ESL (dry hop extract). After analyses applying glycaemic and insulin tolerance tests, were verified a better control and stabilization of glycemic blood levels among the animals fed in both dosages (HP and HP2), also a better response to weight gain (HP1) (p < 0,05). The reduction of oxidative stress was observed by checking the enzymatic profile of the superoxide dismutase enzyme (SOD), which can infer positive protein expression associated with brain degeneration by GSK3? and p-IRS1 (p < 0.05). However, the cognitive test of y-maze did not indicate a statistical difference in groups fed with ESL. Overall, bioactive compounds in ESL have been shown to confer a glycemic effect by controlling insulin response even though the dietary consumption was different between obese (HP) (42,3 ± 5,88, p < 0,05) and lean group (HP2) (33,32 ± 4,11, p< 0,05). In conclusion, the ESL improved the biological responses of some obese markers highly associated with cognitive decline Ver menos