Disfunção cognitiva nas formas progressivas e remitente-recorrente da esclerose múltipla : estudo longitudinal de 4 anos com avaliação neuropsicológica e por neuroimagem
André Augusto Lemos Vidal de Negreiros
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP N312d
[Cognitive impairment in progressive and relapsing-remitting multiple sclerosis]
Campinas, SP : [s.n.], 2024.
1 recurso online (97 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Alfredo Damasceno
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Poucos estudos avaliaram os fenótipos cognitivos dos diferentes cursos clínicos da EM, principalmente de maneira longitudinal, não sendo claro se os pacientes com a forma progressiva (EMP) da doença apresentam padrão distinto de disfunção cognitiva e progressão desta disfunção em relação às...
Ver mais
Resumo: Poucos estudos avaliaram os fenótipos cognitivos dos diferentes cursos clínicos da EM, principalmente de maneira longitudinal, não sendo claro se os pacientes com a forma progressiva (EMP) da doença apresentam padrão distinto de disfunção cognitiva e progressão desta disfunção em relação às formas recorrentes (EMRR). A Ressonância Magnética (RM) vem sendo utilizada para auxiliar como fator preditor de declínio cognitivo. Objetivo: Avaliar a trajetória da disfunção cognitiva nas formas EMP e EMRR através de avaliação neuropsicológica e estudo de RM após 4 anos de seguimento. Também analisaremos os fatores radiológicos preditores de piora clínica e cognitiva e descreveremos as características cognitivas dos pacientes com progressão de incapacidade independente de surtos (PIRA). Método: Selecionados 54 pacientes (30 EMP, 24 EMRR) que foram submetidos a RM de crânio, avaliação clínica e neuropsicológica (BRB-N, Teste da Torre de Londres e Teste de nomeação de Boston) no início do estudo (tempo 1) e após 4 anos (tempo 2). Os testes neuropsicológicos foram agrupados em seis domínios cognitivos principais baseados na avaliação do tempo 1 do estudo. A disfunção cognitiva foi classificada em duas categoriais: sem e com disfunção cognitiva (? 2 domínios alterados). Utilizamos o Modelo Linear Geral (GLM) univariável e de medidas repetidas para comparar as variáveis clínicas, cognitivas e radiológicas entre grupos EMRR/ EMP e para avaliar a evolução dos parâmetros nos dois tempos. A regressão linear múltipla foi realizada para avaliar os preditores de evolução clínica e cognitiva. Resultado: No tempo 1, 37.2%(n=19) dos indivíduos apresentaram disfunção cognitiva e 52.4%(n=22) no tempo 2, com maior frequência no grupo EMP. Também houve uma maior frequência de disfunção nos domínios Memória Visual e IPS no grupo progressivo nos dois tempos do estudo. Entretanto, não houve diferença estatística entre os grupos EMRR/EMP na evolução das variáveis clínicas, cognitivas e radiológicas (exceto corpo caloso) após os 4 anos de acompanhamento. Para a piora da incapacidade clínica medida pelo EDSS e 9HPT, o melhor fator preditor foi a área de secção medular de C2 (p = 0.029, p = 0.020, respectivamente) e, para o T25FW, o volume do estriado (p = 0.011) obteve melhor associação. Como parâmetros preditores de deterioração cognitiva, o volume do estriado teve associação significativa com o escore global de domínios (p = 0.000) e no domínio planejamento (p = 0.008). A espessura cortical foi melhor preditor para memória verbal (p = 0.002), IPS (p = 0.006) e SDMT (p = 0.001). Observamos PIRA em 65.11%(n=28) dos pacientes (EMRR=23.2%, EMP=41.8%). Nestes indivíduos, foi evidenciada disfunção cognitiva em 46.5% no tempo 1 e em 59.2% no tempo 2. Conclusão: Houve deterioração cognitiva após 4 anos em ambos os cursos clínicos. A evolução do dano estrutural encefálico e medular não apresentou diferença estatística entre os cursos EMRR/EMP ao final do estudo. O volume do estriado e espessura cortical foram preditores de melhor associação com a deterioração cognitiva. Os pacientes com PIRA não demonstraram diferença entre os cursos EMRR e EMP na trajetória da disfunção cognitiva ao longo do tempo do estudo
Ver menos
Abstract: Few studies have evaluated the cognitive phenotypes of the different clinical courses of MS, especially in a longitudinal way, and it is not clear whether patients with the progressive form (PMS) of the disease present distinct pattern of cognitive dysfunction and progression of this...
Ver mais
Abstract: Few studies have evaluated the cognitive phenotypes of the different clinical courses of MS, especially in a longitudinal way, and it is not clear whether patients with the progressive form (PMS) of the disease present distinct pattern of cognitive dysfunction and progression of this dysfunction in relation to recurrent forms (RMS). Magnetic resonance imaging (MRI) has been used as a predictor of cognitive decline. Objective: To evaluate cognitive trajectory dysfunction in the PMS and RMS forms through neuropsychological evaluation and MRI study after 4 years of follow-up. We will also analyze the radiological predictors of clinical and cognitive worsening and describe the cognitive characteristics of patients with progression of disability independent of relapses (PIRA). Method: Selected 54 patients (30 PMS, 24 RMS) who underwent skull MRI, clinical and neuropsychological evaluation (BRB-N, Tower of London Test and Boston Naming Test) at baseline (time 1) and after 4 years (time 2). The neuropsychological tests were grouped into six main cognitive domains based on the evaluation of time 1 of the study. Cognitive dysfunction was classified into two categories: cognitive impairment and preserved cognitive ( ? 2 dysfunctions domains). We used the univariate General Linear Model (GLM) and repeated measures to compare clinical, cognitive and radiological variables between RMS/ PMS groups and to evaluate the evolution of parameters in both times. Multiple linear regression was performed to evaluate the predictors of clinical and cognitive evolution. Results: At time 1, 37.2% (n=19) of the individuals presented cognitive dysfunction and 52.4% (n=22) at time 2, with higher frequency in the PMS group. There was also a higher frequency of dysfunction in Visual Memory and IPS domains in the progressive group in the two periods of the study. However, there was no statistical difference between the RMS/PMS groups in the evolution of clinical, cognitive and radiological variables (except corpus callosum) after 4 years of follow-up. For the worsening of clinical disability measured by EDSS and 9HPT, the best predictive factor was the area of C2 medullary section (p = 0.029, p = 0.020, respectively) and, for T25FW, the striatum volume (p = 0.011) obtained better association. As predictors of cognitive deterioration, striatum volume was significantly associated with the overall domain score (p = 0.000) and planning domain (p = 0.008). Cortical thickness was the best predictor for verbal memory (p = 0.002), IPS (p = 0.006) and SDMT (p = 0.001). We observed PIRA in 65.11% (n=28) of the patients (RMS=23.2%, PMS=41.8%). In these individuals, cognitive dysfunction was evidenced in 46.5% at time 1 and 59.2% at time 2. Conclusion: There was cognitive deterioration after 4 years in both clinical courses. The evolution of structural brain damage and spinal cord showed no statistical difference between the RMS/PMS courses at the end of the study. Striatum volume and cortical thickness were predictors of better association with cognitive deterioration. Patients with PIRA showed no difference between PMS and RMS groups in the trajectory of cognitive dysfunction over the time of the study
Ver menos
Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Aberto
Damasceno, Alfredo, 1979-
Orientador
Martinez, Alberto Rolim Muro, 1982-
Avaliador
Vasconcelos, Claudia Cristina Ferreira
Avaliador
Disfunção cognitiva nas formas progressivas e remitente-recorrente da esclerose múltipla : estudo longitudinal de 4 anos com avaliação neuropsicológica e por neuroimagem
André Augusto Lemos Vidal de Negreiros
Disfunção cognitiva nas formas progressivas e remitente-recorrente da esclerose múltipla : estudo longitudinal de 4 anos com avaliação neuropsicológica e por neuroimagem
André Augusto Lemos Vidal de Negreiros