Na fratura da linguagem : a inscrição do indizível em Clarice Lispector
Ana Maria Vasconcelos Martins de Castro
TESE
Português
T/UNICAMP C279n
[In the fracture of language]
Campinas, SP : [s.n.], 2024.
1 recurso online (103 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Eduardo Sterzi de Carvalho Júnior
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Instituto de Estudos da Linguagem
Resumo: A escrita clariciana opera num frágil limiar entre excesso e falta, seja "ressecando o próprio código", como aponta o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro (2018), seja tentando "escrever o inexistente", como propõe Raúl Antelo (2014). Recusando o rótulo de hermética, Clarice Lispector luta...
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Resumo: A escrita clariciana opera num frágil limiar entre excesso e falta, seja "ressecando o próprio código", como aponta o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro (2018), seja tentando "escrever o inexistente", como propõe Raúl Antelo (2014). Recusando o rótulo de hermética, Clarice Lispector luta com e contra a falência inexorável das palavras, sabendo que, para o escritor, não são senão elas as suas ferramentas por excelência. No entanto, qualquer centralidade dada à palavra é um movimento perigoso, uma vez que ela sempre excede ou falta – erra, em última instância. Desse modo, este trabalho pretende abordar como Clarice Lispector consegue inserir o que não pode ser nomeado por meio da fratura em seu ofício de palavras. Traremos para análise os livros Perto do coração selvagem, Água viva, A paixão segundo G. H. e A legião estrangeira, sem deixar de propor diálogo com outros textos da autora. Para tal, partiremos de alguns disparadores, como a ideia de êxtase, o conceito de écfrase, de potência, de epifania; e ainda as noções de gagueira como procedimento literário (Deleuze) e de gesto como aquilo que toma o lugar de um intervalo suprimido, tornando visível uma medialidade impossível (Agamben)
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Abstract: Clarice Lispector's writing operates on a fragile threshold between excess and lack, either by "drying up the very code," as pointed out by anthropologist Eduardo Viveiros de Castro (2018), or by attempting to "write the nonexistent," as proposed by Raúl Antelo (2014). Refusing the label...
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Abstract: Clarice Lispector's writing operates on a fragile threshold between excess and lack, either by "drying up the very code," as pointed out by anthropologist Eduardo Viveiros de Castro (2018), or by attempting to "write the nonexistent," as proposed by Raúl Antelo (2014). Refusing the label of hermeticism, Clarice Lispector wrestles with and against the inexorable failure of words, knowing that, for a writer, they are their tools par excellence. However, any centrality given to the word is a dangerous movement, as it always exceeds or falls short – ultimately errs. Thus, this work aims to address how Clarice Lispector manages to insert what cannot be named through the fracture in her craft of words. We will analyze the books Perto do coração selvagem, Água viva, A paixão segundo G. H. and A legião estrangeira, while also proposing a dialogue with other texts by the author. To this end, we will start from some triggers, such as the idea of ecstasy, the concept of ekphrasis, of potency, of epiphany; and also the notions of stuttering as a literary procedure (Deleuze) and of gesture as that which takes the place of a suppressed interval, making an impossible mediality visible (Agamben)
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Aberto
Sterzi, Eduardo, 1973-
Orientador
Bergonzoni, Gisela Anauate, 1984-
Avaliador
Guimarães, Mayara Ribeiro
Avaliador
Jaffe, Noemi, 1962-
Avaliador
Silva, Susana Souto
Avaliador
Na fratura da linguagem : a inscrição do indizível em Clarice Lispector
Ana Maria Vasconcelos Martins de Castro
Na fratura da linguagem : a inscrição do indizível em Clarice Lispector
Ana Maria Vasconcelos Martins de Castro