O treinamento olfatório isolado no tratamento da perda de olfato após a COVID-19
Thiago Luís Infanger Serrano
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP Se68t
[Isolated olfactory training for the treatment of smell loss after COVID-19]
Campinas, SP : [s.n.], 2024.
1 recurso online (75 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientadores: José Dirceu Ribeiro, Eulalia Sakano
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Introdução: o olfato tem um papel fundamental na vida cotidiana, sendo importante na segurança pessoal, na higiene e na qualidade de vida. Sua perda é observada em grande parcela dos infectados pelo SARS-CoV-2, com prevalência variando de 19,4 a 88%. A duração do distúrbio e a recuperação do...
Ver mais
Resumo: Introdução: o olfato tem um papel fundamental na vida cotidiana, sendo importante na segurança pessoal, na higiene e na qualidade de vida. Sua perda é observada em grande parcela dos infectados pelo SARS-CoV-2, com prevalência variando de 19,4 a 88%. A duração do distúrbio e a recuperação do olfato permanecem com dados ainda variáveis, com estudos mostrando manutenção da perda em mais de 50% dos pacientes após 3 meses da doença. Várias terapias são propostas sendo o treinamento olfatório o tratamento mais acreditado e utilizado. Entretanto não há estudos randomizados controlados que avaliem sua eficácia na COVID-19. Objetivos: avaliar a eficácia e o momento de introdução do treinamento olfatório isolado no tratamento da perda de olfato após a COVID-19, além de analisar fatores relacionados à recuperação e verificar a correlação de testes objetivo e subjetivos. Métodos: realizou-se um estudo prospectivo randomizado duplo-cego, utilizando o treinamento olfatório padrão (TO) e o treinamento olfatório placebo (PB) em pacientes com perda de olfato após COVID-19. Avaliaram-se os participantes mensalmente com realização do teste de olfato de Connecticut (CCCRC), questionário de qualidade de vida (sv-QOD-NS), escala visual analógica (EVA) e porcentagem subjetiva do olfato. Os participantes foram acompanhados por 180 dias ou até melhora completa do CCCRC. Resultados: foram incluídos 123 participantes, sendo 68 no grupo TO e 55 no grupo PB. Todos os participantes apresentaram quadro de COVID-19 não grave. O teste de olfato inicial revelava a seguinte distribuição: 8 (6,5%) apresentavam hiposmia leve, 23 (18,7%) hiposmia moderada, 68 (55,3%) hiposmia grave e 24 (19,5%) anosmia. Ao final do seguimento, observou-se que 104 (84,5%) atingiram normalização no teste, sendo 53 (77,9%) participantes do TO, com mediana de 119 dias e 51 (92,7%) do PB, com mediana de 77 dias (p=0,024). A análise multivariada mostrou que não houve diferença de desfecho entre os grupos, sendo a recuperação completa (RC) influenciada pelo resultado do teste de olfato inicial, no qual a chance de RC é 94% maior para cada ponto a mais no resultado do CCCRC. O uso de corticoide sistêmico também não teve associação ao desfecho, visto a maior frequência de participantes com RC que não utilizaram (87,5% vs. 68,4%; p=0,045). Quando subdivididos os participantes pelo momento de introdução do tratamento em precoce (? 30 dias) ou tardio (> 30 dias), a chance de evolução para recuperação completa é 58% maior no grupo de início de tratamento precoce. O sv-QOD-NS apresentou forte correlação com os outros métodos subjetivos, EVA (RS: -0,764; p<0,001) e porcentagem de olfato (RS: 0,711; p<0,001), mas correlação fraca com o teste objetivo (RS: 0,271; p=0,002). Conclusão: o treinamento olfatório não foi superior ao placebo para tratamento da perda de olfato após a COVID-19. O início precoce do tratamento parece ter uma influência positiva na melhora do olfato. O questionário de qualidade de vida apresentou boa correlação com os outros métodos de avaliação subjetiva, porém fraca correlação com o método objetivo
Ver menos
Abstract: Introduction: smell sense plays a fundamental role in life, being important for personal safety, hygiene and quality of life. Olfactory disfunction is observed in a large proportion of SARS-CoV-2 infected patients, with prevalence ranging from 19.4 to 88%. The duration of the disorder and...
Ver mais
Abstract: Introduction: smell sense plays a fundamental role in life, being important for personal safety, hygiene and quality of life. Olfactory disfunction is observed in a large proportion of SARS-CoV-2 infected patients, with prevalence ranging from 19.4 to 88%. The duration of the disorder and the recovery rates remain variable, in which studies have shown that impairment remains in more than 50% of patients after 3 months of disease. Several therapies have been proposed, with olfactory training being the most widely believed and used treatment. However, there are no randomized controlled trials evaluating its effectiveness in COVID-19. Objectives: evaluate efficacy and treatment onset of isolated olfactory training for smell loss improvement after COVID-19, in addition to analyze recovery related factors and check the correlation between objective and subjective tests. Methods: a prospective randomized double-blinded controlled trial was conducted, using standard olfactory training (OT) and placebo olfactory training (PB) in patients with smell loss after COVID-19. Participants were evaluated monthly with Connecticut smell test (CCCRC), quality of life questionnaire (sv-QOD-NS), visual analog scale (VAS) and subjective percentage of smell. Participants were followed up for 180 days or until complete recovery in CCCRC. Results: 123 participants were included, 68 in OT and 55 in PB. All patients had non-severe COVID-19. The initial CCCRC revealed: 8 (6.5%) mild hyposmia, 23 (18.7%) moderate hyposmia, 68 (55.3%) severe hyposmia and 24 (19.5%) anosmia. At the end of follow-up, 104 (84.5%) achieved normal test, of which 53 (77.9%) were in OT, with a median of 119 days, and 51 (92.7%) were in PB, with a median of 77 days (p=0.024). Multivariate analysis demonstrated that there was no difference in outcome between groups, with complete recovery (CR) being influenced by the result of the initial smell test, in which the chance of CR is 94% higher for each point higher in the CCCRC. The use of systemic corticosteroids was also not associated with outcome, given the higher frequency of participants with CR without use of it (87.5% vs. 68.4%; p=0.045). When participants were subdivided into early (? 30 days) or late (> 30 days) treatment, chance of complete recovery was 58% higher in the early treatment group. The sv-QOD-NS showed a strong correlation with others subjective methods, VAS (RS: -0.764; p<0.001) and percentage of olfaction (RS: 0.711; p<0.001), but a weak correlation with CCCRC (RS: 0.271; p=0.002). Conclusion: olfactory training was not superior to placebo for treating smell loss after COVID-19. Early treatment seems to have a positive influence on olfactory improvement. The quality of life questionnaire showed good correlation with others subjective assessment methods, but poor correlation with objective one
Ver menos
Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Aberto
Ribeiro, José Dirceu, 1952-
Orientador
Sakano, Eulalia, 1950-
Coorientador
Lima, Wilma Terezinha Anselmo
Avaliador
Zancanella, Edilson, 1969-
Avaliador
O treinamento olfatório isolado no tratamento da perda de olfato após a COVID-19
Thiago Luís Infanger Serrano
O treinamento olfatório isolado no tratamento da perda de olfato após a COVID-19
Thiago Luís Infanger Serrano