Aspectos acústicos das vogais nasais do Guarani-Mbyá
Rafaela Michels Martins
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP M366a
[Acoustic aspects of Guarani-Mbyá's nasal vowels]
Campinas, SP : [s.n.], 2024.
1 recurso online (152 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientadores: Eleonora Cavalcante Albano, Ivana Pereira Ivo
Dissertação (mestrado) Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Instituto de Estudos da Linguagem
Resumo: O fenômeno de nasalização é um dos fatores mais característicos da fonologia da língua Guarani. O Guarani-Mbyá, variedade falada em diversos estados brasileiros, possui seis vogais orais /a ? i ? u ?/ e seis vogais fonêmicas nasais /ã ?? i? ?? u? ??/. Essas vogais nasais ocorrem no núcleo de...
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Resumo: O fenômeno de nasalização é um dos fatores mais característicos da fonologia da língua Guarani. O Guarani-Mbyá, variedade falada em diversos estados brasileiros, possui seis vogais orais /a ? i ? u ?/ e seis vogais fonêmicas nasais /ã ?? i? ?? u? ??/. Essas vogais nasais ocorrem no núcleo de sílabas tônicas e são apontadas como gatilhos de nasalidade. O espraiamento de nasalidade ocorre principalmente à esquerda e atinge diversos segmentos, podendo nasalizar a palavra inteira. A partir desse contexto, este trabalho busca analisar aspectos acústicos das vogais dessa língua. Investigamos a produção das vogais nasais e das orais, a caráter contrastivo, em termos de (i) duração; (ii) frequência de formantes; (iii) presença de diferentes fases. Nossa metodologia contou com uma pesquisa instrumental em que utilizamos áudios de fala de três falantes nativas Guarani-Mbyá e analisamos as emissões vocálicas no software Praat. Nossos resultados apontaram que as vogais nasais são significativamente mais longas que suas contrapartes orais e que todas possuem uma porção de apêndice nasal. Também demonstramos que a duração da fase nasal (sem apêndice) das vogais nasais pouco difere da duração das vogais orais, concluindo que a fase de apêndice de fato confere maior duração aos segmentos. A vogal oral mais longa da amostra foi [a], mas, em relação às nasais, cada falante demonstrou diferenças nas durações mais longas e mais breves. Apesar da inserção de formantes nasais nas vogais nasais, poucas delas demostraram diferenças significativas no F1 e F2 em relação às suas contrapartes orais, no entanto, as maiores diferenças foram registradas no F3, frequência mais alta e mais afetada pela nasalidade. Ao comparar vogais tônicas e pré-tônicas, demonstramos que as vogais tônicas são geralmente mais longas que as pré-tônicas, exprimindo que o acento tônico tem influencia nesse aspecto. As características formânticas de vogais tônicas e pré-tônicas pouco diferem. Sugerimos que a duração prolongada e a presença do apêndice nasal são os elementos mais relevantes para a percepção de nasalidade das vogais dessa língua
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Abstract: The phenomenon of nasalization is one of the most characteristic factors in the phonology of the Guarani language. Guarani-Mbyá, a variety spoken in several Brazilian states, has six oral vowels /a ? i ? u ?/ and six nasal phonemic vowels /ã ?? ? ?? ? ??/. These nasal vowels occur in the...
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Abstract: The phenomenon of nasalization is one of the most characteristic factors in the phonology of the Guarani language. Guarani-Mbyá, a variety spoken in several Brazilian states, has six oral vowels /a ? i ? u ?/ and six nasal phonemic vowels /ã ?? ? ?? ? ??/. These nasal vowels occur in the nucleus of stressed syllables and are identified as nasality triggers. The spread of nasality occurs mainly to the left and affects several segments, being able to nasalize the entire word. From this context, this work seeks to analyze acoustic aspects of the vowels of this language. We investigated the production of nasal and oral vowels, contrastively, in terms of (i) duration; (ii) formant frequency; (iii) presence of different phases. Our methodology included instrumental research in which we used speech audios from three native Guarani-Mbyá speakers and analyzed vowel emissions in the Praat software. Our results showed that nasal vowels are significantly longer than their oral counterparts and that they all have a portion of a nasal appendage. We also demonstrated that the duration of the nasal phase (without appendix) of nasal vowels differs little from the duration of oral vowels, concluding that the appendix phase in fact gives greater duration to the segments. The longest oral vowel in the sample was [a], but, in relation to the nasals, each speaker demonstrated differences in the longest and shortest durations. Despite the insertion of nasal formants in nasal vowels, few of them demonstrated significant differences in F1 and F2 in relation to their oral counterparts, however, the greatest differences were recorded in F3, the highest frequency and most affected by nasality. By comparing tonic and pre-tonic vowels, we demonstrated that tonic vowels are generally longer than pre-tonic ones, expressing that the tonic accent has an influence on this aspect. The formant characteristics of stressed and pre-stressed vowels differ little. We suggest that the prolonged duration and the presence of the nasal appendage are the most relevant elements for the perception of nasality of vowels in this language
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Aspectos acústicos das vogais nasais do Guarani-Mbyá
Rafaela Michels Martins
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