Laringite pós-extubação em crianças : diagnóstico, manejo e seguimento
Elaine Costa
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP C823L
[Post extubation laryngitis in children]
Campinas, SP : [s.n.], 2024.
1 recurso online (79 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Rebecca Christina Kathleen Maunsell
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: A incidência crescente de lesões de vias aéreas após intubação orotraqueal em pacientes pediátricos se correlaciona com maiores taxas de sobrevivência em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica. A laringite pós-extubação (LPE) é uma complicação potencialmente grave e subdiagnosticada nesta...
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Resumo: A incidência crescente de lesões de vias aéreas após intubação orotraqueal em pacientes pediátricos se correlaciona com maiores taxas de sobrevivência em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica. A laringite pós-extubação (LPE) é uma complicação potencialmente grave e subdiagnosticada nesta população devido ao acesso limitado a exames endoscópicos no Brasil. Objetivos: descrever a ocorrência de laringite pós-extubação, analisar sua evolução de um ano e correlacionar lesões laríngeas com desfechos clínicos. Material e métodos: Estudo retrospectivo incluindo crianças de até 13 anos de idade tratadas em hospital terciário entre março de 2020 e março de 2022 com diagnóstico de laringite pós-extubação confirmada por exame endoscópico. Critérios de exclusão foram: história prévia de intubação ou anormalidades anatômicas das vias aéreas. Os prontuários médicos foram revisados para caracterizar os pacientes e seu diagnóstico subjacente, lesões laríngeas de acordo com a gravidade, tratamento e desfechos em um seguimento de 12 meses. Resultados: Houve 38 casos de LPE confirmados por exame endoscópico, resultando em 86,36% dos casos suspeitos. A idade média foi de 13,24 meses, e 60,5% eram do sexo masculino. A insuficiência respiratória aguda foi a principal causa de intubação. O tratamento inicial foi clínico e 65,7% necessitaram de laringoscopia direta sob anestesia geral. Cerca de metade (53%) dos pacientes apresentou lesão laríngea moderada ou grave. Quando comparados aos casos leves, esses pacientes apresentaram maior taxa de falhas de extubação (média de 1,95 versus 0,72, p = 0,0013), passaram por mais procedimentos endoscópicos e enfrentaram piores desfechos, como aumento da necessidade de traqueostomia (p = 0,0001) e desenvolvimento de estenose laríngea (p = 0,0450). A traqueostomia foi realizada em 14 (36,8%) crianças. Os pacientes submetidos à traqueostomia apresentaram mais falhas de extubação e períodos de intubação mais longos. Oito (21%) desenvolveram estenose laríngea e 17 (58,6%) tiveram resolução completa documentada no acompanhamento. Conclusão: A laringite pós-extubação é frequentemente confirmada em casos suspeitos. Embora a nasofibrolaringoscopia seja uma ferramenta de diagnóstico útil, a necessidade de exame sob anestesia geral por meio de laringoscopia direta é alta. Um terço dos pacientes precisou de traqueostomia e um quinto desenvolveu estenose laríngea. Pouco mais da metade dos pacientes foram considerados resolvidos em um período de acompanhamento de 12 meses, e comorbidades, falhas na extubação e gravidade da lesão foram associadas a piores prognósticos
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Abstract: The rising incidence of airway injuries following orotracheal intubation in pediatric patients correlates with improved survival rates in Pediatric Intensive Care Units. Post-extubation laryngitis (PEL) is a potentially severe yet underdiagnosed complication in this population due to...
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Abstract: The rising incidence of airway injuries following orotracheal intubation in pediatric patients correlates with improved survival rates in Pediatric Intensive Care Units. Post-extubation laryngitis (PEL) is a potentially severe yet underdiagnosed complication in this population due to limited access to endoscopic examinations in Brazil. Objectives: to describe the occurrence of post-extubation laryngitis, analyze its one-year evolution, and correlate laryngeal lesions with clinical outcomes. Materials and methods: Retrospective study including children up to 13 years old treated at a tertiary hospital between March 2020 and March 2022 with diagnosis of post-extubation laryngitis confirmed by endoscopic examination. Exclusion criteria were: prior history of intubation or anatomical airway abnormalities. Medical records were reviewed to characterize patients and their underlying diagnosis, laryngeal lesions according to severity, treatment, and outcomes at a 12-month follow-up. Results: There were 38 cases of PEL endoscopically confirmed among those with clinical suspicion and no intubation history, corresponding to 86.36% of cases. The mean age was 13.24 months, and 60.5% were male. Acute respiratory failure was the leading cause of intubation. Initial treatment was clinical, and 65.7% required diagnostic/therapeutic microlaryngoscopy and bronchoscopy under general anesthesia. About half (53%) of the patients exhibited moderate or severe laryngeal lesion. When compared to mild cases, these patients experienced a higher rate of extubation failures (mean of 1.95 vs. 0.72, p = 0.0013), underwent more endoscopic procedures, and faced worse outcomes, such as increased need for tracheostomy (p = 0.0001) and the development of laryngeal stenosis (p = 0.0450). Tracheostomy was performed in 14 (36.8%) children. Patients undergoing tracheostomy presented more extubation failures and longer intubation periods. Eight (21%) developed laryngeal stenosis, and 17 (58.6%) had complete resolution documented on follow-up. Conclusion: Endoscopically confirmed PEL is frequent among suspected cases. Although nasopharyngolaryngoscopy is a useful diagnostic tool the need for examination under general anesthesia through Microlaryngoscopy and bronchoscopy is high. A third of patients needed a tracheostomy and a fifth developed laryngeal stenosis. Only a little over half of the patients were considered resolved in a 12-month follow-up period and comorbidities, extubation failures and injury severity were associated with poorer prognoses
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Laringite pós-extubação em crianças : diagnóstico, manejo e seguimento
Elaine Costa
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