Utilização de edulcorantes de baixa caloria : do rótulo à mesa
Mariana Fagundes Grilo
DISSERTAÇÃO
Inglês
T/UNICAMP G879u
[Use of low-calorie sweeteners]
Campinas, SP : [s.n.], 2021.
1 recurso online (141 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Ana Clara da Fonseca Leitão Duran
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Introdução: Os edulcorantes de baixa caloria são aditivos usados em alimentos em substituição ou juntamente aos açúcares adicionados. Apesar das controvérsias em relação aos efeitos dos edulcorantes de baixa caloria na saúde, seu consumo vem aumentando em diversos países. No Brasil, dados...
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Resumo: Introdução: Os edulcorantes de baixa caloria são aditivos usados em alimentos em substituição ou juntamente aos açúcares adicionados. Apesar das controvérsias em relação aos efeitos dos edulcorantes de baixa caloria na saúde, seu consumo vem aumentando em diversos países. No Brasil, dados acerca da quantidade de alimentos e bebidas com edulcorantes e de seu consumo pela população são limitados. Objetivos: Essa dissertação de mestrado está dividida em dois manuscritos científicos que tem os seguintes objetivos: (1) avaliar a prevalência de edulcorantes adicionados a alimentos e bebidas embalados e comercializados no Brasil, incluindo entre produtos com publicidade direcionada a crianças, e verificar se esses produtos possuem alegações nutricionais relacionadas à adição dos edulcorantes parte frontal do rótulo; e (2) estimar a prevalência de consumo de alimentos e bebidas com edulcorantes de baixa caloria e identificar quais os grupos de alimentos e bebidas com edulcorantes mais consumidos entre indivíduos de 10 anos ou mais de uma amostra de base populacional de Campinas. Métodos: Para responder o objetivo 1, utilizamos dados de 11.434 alimentos e bebidas embalados comercializados nas maiores redes de supermercados brasileiros em 2017. Utilizamos a lista de ingredientes presente nos rótulos para determinar se edulcorantes foram adicionados aos produtos estudados. A frequência de alimentos e bebidas com edulcorantes de baixa caloria foram descritas segundo a categoria de alimentos. Em uma subamostra, verificamos a adição de edulcorantes de baixa caloria em alimentos com publicidade direcionada para crianças. Por último, verificamos se os produtos com edulcorantes apresentaram alegações na parte frontal do rótulo que poderiam sinalizar a adição de edulcorantes na composição. Para responder o objeto 2, utilizamos dados do último Inquérito de Saúde de Campinas (ISACamp 2014/15) e do Inquérito de Consumo Alimentar e Estado Nutricional (ISACamp-Nutri 2015/16). Estimamos o consumo de alimentos e bebidas contendo edulcorantes e identificamos quais os produtos contendo edulcorantes mais consumidos. Finalmente, estimamos a exposição dietética da população a altos níveis de edulcorantes usando níveis aceitáveis de ingestão diária (IDA). Resultados: Verificamos que 9,3% do total de alimentos embalados estudados apresentava edulcorantes de baixa caloria, sendo que, em 82,8% destes alimentos e bebidas, encontramos também açúcares adicionados. Dentre os alimentos e bebidas ultraprocessados (63.9% da amostra total), 14,6% tinham edulcorantes. Bebidas adoçadas não alcoólicas, cereais matinais e barras de cereais foram os grupos com a maior proporção de alimentos com edulcorantes. Edulcorantes foram também encontrados em 5,7% dos produtos com publicidade direcionada a crianças. E 40,0% dos alimentos e bebidas com edulcorantes não apresentavam quaisquer alegações na parte frontal do rótulo que poderiam ajudar a sinalizar o consumidor de que estes foram adicionados ao produto. Quanto ao consumo, mais de 40,0% da amostra de base populacional de uma grande cidade no Brasil relatou consumir pelo menos um alimento ou bebida contendo edulcorantes no dia anterior à entrevista. Bebidas adoçadas, adoçantes de mesa e bebidas lácteas foram os alimentos e bebidas contendo edulcorante mais consumidos. Finalmente, o consumo de alimentos e bebidas contendo edulcorantes não variou nas diferentes faixas etária, gênero ou nível socioeconômico. A prevalência de alimentos e bebidas contendo edulcorantes também foi similar entre aqueles com e sem presença de obesidade ou diabetes. A exposição dietética a altos níveis de edulcorante pareceu não exceder os níveis de IDA na população estudada. Entretanto, identificamos várias limitações em nossa capacidade de medir a exposição da população a altos níveis de edulcorantes. Conclusão: Nossos achados demonstram que os edulcorantes são adicionados a diversos grupos de alimentos e bebidas vendidos no Brasil, incluindo produtos direcionados para crianças. Concomitantemente, os edulcorantes estão presentes na dieta de quase metade dos indivíduos de nesta amostra de base populacional, mesmo independente da presença de condições que poderiam estar associadas ao maior consumo, como obesidade ou diabetes. Devido à atual capacidade limitada de estimar a exposição populacional a altos níveis de edulcorantes, e as evidências conflitantes acerca dos efeitos benéficos dos edulcorantes, o consumo frequente de alimentos e bebidas contendo edulcorantes observado é preocupante e merece ser mais bem monitorado
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Abstract: Introduction: Low-calorie sweeteners (LCS) are additives used in foods and beverages to partially or fully replace added sugars. The consumption of LCS is rising in many parts of the world despite the unclear evidence that links the consumption of LCS to better health outcomes. Data on the...
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Abstract: Introduction: Low-calorie sweeteners (LCS) are additives used in foods and beverages to partially or fully replace added sugars. The consumption of LCS is rising in many parts of the world despite the unclear evidence that links the consumption of LCS to better health outcomes. Data on the consumption and the content of LCS in foods sold in Brazil are also limited. Objectives: This Master’s thesis is divided into two papers with the following objectives: (1) assess the prevalence of LCS added to packaged foods and beverages sold in Brazil, including among products with advertising directed to children, and verify whether these products have nutritional LCS-related claims on the front of the package (FoP); and (2) to estimate the prevalence of consumption of LCS-containing foods and beverages and identify which food and beverage groups with LCS are the topmost consumed among individuals aged 10 years or more in a population-based sample from Campinas. Methods: To address aim 1, we used the labeling information from 11,434 packaged foods and beverages sold in the largest Brazilian supermarket chains in 2017. The list of ingredients was used to determine whether LCS had been added to foods and beverages. In a sub-sample, we determined whether LCS had been added to foods and beverages with FoP child-directed advertising. Finally, we checked whether foods and beverages to which LCS had been added had any FoP LCS-related claims. To address aim 2, we gathered data from the latest Campinas Health Survey (ISACamp 2014/15) and the Food Consumption and Nutritional Status Survey (ISACamp-Nutri 2015/16). We estimated the consumption of LCS-containing foods and beverages and examined which were the topmost consumed LCS-containing products. We verified whether the prevalence of consumption of LCS-containing foods and beverages varied by individual-level characteristics and the presence of obesity and diabetes. Finally, we estimated the dietary exposure of the population to high levels of LCS comparing to acceptable daily intake (ADI) levels. Results: We found that 9.3% of Brazilian packaged foods sold in the largest retailers in the country had low-calorie sweeteners, most in addition to added sugars (82.8%). LCS were found in 14.6% of all ultra-processed foods and beverages (63.9% of the total sample). Non-alcoholic sweetened beverages, breakfast cereals and cereal bars were the food categories with the greatest proportion of foods and beverages with LCS. These were also found in 5.7% of products with child-directed advertising. Forty percent of foods and beverages with LCS did not have any FoP LCS-related nutrition and health claims. In a population-based sample of individuals 10 or older, more than 40.0% reported consuming at least one LCS-containing food or beverage in the day before they were interviewed. Non-dairy and dairy sweetened beverages and tabletop sweeteners were the most consumed LCS-containing foods and beverages. The consumption of foods and beverages with LCS, for the most part, was similar across age groups, gender, socioeconomic status and by the presence of diabetes or obesity. Population dietary exposure to LCS did not seem to exceed ADI levels, nevertheless we identified several limitations in our ability to measure population level exposure to high levels of LCS. Conclusion: Our findings demonstrate that LCS are added to several food and beverage categories sold in Brazil, including products with advertising directed to children. Concomitantly, LCS are present in the diet of almost half of individuals of all ages, genders, socioeconomic strata, and whether conditions that could be associated with higher consumption, such as obesity or diabetes, are present in this population-based sample. Because of our limited capacity to estimate exposure to high levels of LCS at the population level, and conflicting evidence on the benefits of consuming LCS, the consumption of foods and beverages with LCS is concerning and deserves to be closely monitored
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