Resumo: A pimenta-do-reino é considerada a "rainha das especiarias" e mundialmente apreciada, apresentando grande valor econômico, podendo ser utilizada de diversas formas na alimentação seja in natura ou processada. Como é uma especiaria usualmente seca ao sol, pode ser contaminada por fungos toxigênicos e consequentemente micotoxinas, podendo se tornar um risco à saúde de seus consumidores. A ocratoxina A (OTA), produzida principalmente por Aspergillus westerdijkiae e A. carbonarius; e as aflatoxinas (AFs), produzidas principalmente por A. flavus e A. parasiticus, têm sido relatadas em pimenta preta. Os objetivos deste trabalho foram isolar, quantificar e identificar as espécies fúngicas, toxigênicas e não toxigênicas, presentes em amostras de pimenta preta (Piper nigrum L.) de diferentes etapas da produção da região de São Mateus/ES, utilizando o método de plaqueamento direto dos grãos e de diluição; avaliar a produção de AFs e OTA pelos isolados; identificar espécies de Aspergillus section Flavi, A. section Nigri e A. section Circumdati através da análise molecular; e determinar os níveis de AFs e OTA presentes nas amostras utilizando Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) com detector de fluorescência. No total foram obtidos 923 isolados e os grupos/espécies mais abundantes encontrados nas pimentas foram: ser. Nigri, fungos demateáceos, Fusarium sp., A. flavus Group, A. tamarii, ascomicetos, A. chevalieri, A. carbonarius e A. pallidofulvus. Seis por cento dos A. section Nigri e 23% dos A. section Circumdati produziram OTA e 26,1% dos A. section Flavi produziram AFs. Apesar disto, das 94 amostras de pimentas analisadas, apenas 6,4% estavam contaminadas com OTA (média de 9,4 µg/kg) e 2% com AFs (média de 1,2 µg/kg) Ver menos

Abstract: Black pepper is considered the "king of spices" and it is appreciated worldwide, presenting great economic value, and can be used in different ways in food, whether in natura or processed. As it is usually dried in the sun, it can be contaminated by toxigenic fungi and consequently mycotoxins, which can become a health risk to its consumers. Ochratoxin A (OTA), mainly produced by Aspergillus westerdijkiae and A. carbonarius; and aflatoxins (AFs), mainly produced by A. flavus and A. parasiticus, have been reported in black pepper. The objectives of this work were to isolate, quantify and identify the fungal species, toxigenic and non-toxigenic, present in samples of black pepper (Piper nigrum L.) from different stages of production in the region of São Mateus/ES, using the direct plating method for grains and dilution; to evaluate the production of AFs and OTA by the isolates; to identify representatives of Aspergillus section Flavi, A. section Nigri and A. section Circumdati species through molecular analysis; and to determine the levels of AFs and OTA present in the samples using High Performance Liquid Chromatography (HPLC) with fluorescence detector. A total of 923 isolates were obtained and the most abundant groups/species found in peppers were: ser. Nigri, Demateaceous Fungi, Fusarium sp., A. flavus Group, A. tamarii, Ascomycetes, A. chevalieri, A. carbonarius and A. pallidofulvus. Six percent of A. section Nigri and 23% of A. section Circumdati produced OTA and 26.1% of A. section Flavi produced AFs. Despite this, of the 94 pepper samples analyzed, only 6.4% were contaminated with OTA (average of 9.4 µg/kg) and 2% with AFs (average of 1.2 µg/kg) Ver menos