A inelutável modalidade do ouvível : o diálogo de formas entre o "Finnegans Wake" de James Joyce e a música erudita contemporânea
					Luis Henrique Garcia Ferreira
				
		DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP F413i
[Ineluctable modality of the hearable]
Campinas, SP : [s.n.], 2023.
1 recurso online (296 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Fabio Akcelrud Durão
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem
					Resumo: Este trabalho propõe abordar as relações de "Finnegans Wake" com a música, desde a influência da forma musical na escrita do livro até seu magnetismo estético sobre compositores contemporâneos que andam de mãos dadas com os efeitos e os dispositivos temáticos e formais do experimentalismo...
					
						Ver mais
					
				
				
					Resumo: Este trabalho propõe abordar as relações de "Finnegans Wake" com a música, desde a influência da forma musical na escrita do livro até seu magnetismo estético sobre compositores contemporâneos que andam de mãos dadas com os efeitos e os dispositivos temáticos e formais do experimentalismo joyceano. Objetiva-se explicar brevemente as macroestruturas wakeanas (mobilidade, interpretação coconstrutiva, filosofia circular, sonho e mito), as quais serão problematizadas em conjunto com os dispositivos específicos inter-relacionados a elas, a exemplo da repetição e da simultaneidade. Além da função estruturante como um todo, essas macroestruturas (ou macroforma) refletem diretamente na densidade, nebulosidade, simultaneidade, embaralhamento e assemia da microestrutura (ou microforma multivetorial), que é a linguagem de "Finnegans Wake". Após esse panorama da forma, não obstante a predileção de Joyce pela música erudita tradicional, desenvolve-se a hipótese de que o escritor dialoga alusiva e estruturalmente com poéticas musicais modernistas precedentes e contemporâneas à escrita de seu livro, o que é corroborado por exemplos da obra, depoimentos de compositores amigos do irlandês etc. Feita a desmitificação de Joyce como alienado às vanguardas musicais, coloca-se a escrita e a estrutura de "Finnegans Wake" em diálogo (normalmente indireto) com alguns pressupostos das escolas eletroacústicas concreta e senoidal. Por fim, analisa-se a potência estética do livro sobre a forma musical contemporânea. Entre diversos exemplos, destacam-se algumas abordagens: sobre a mobilidade da "Troisième sonate pour piano" do estruturalista Pierre Boulez; sobre a paisagem sonora multirreferencial "Roaratorio" do aleatorialista John Cage; sobre a paisagem sonora granular "Riverrun" do granularista Barry Truax e sobre a polifônica "Omaggio a Joyce" do sincretista Luciano Berio, um dos precursores da música eletroacústica mista. Entre os brasileiros, destaca-se o diálogo formal-conteudístico que Flo Menezes estabelece com "Finnegans Wake" em Phantom-Wortquelle; "Words in Transgress" e em "PAN: Laceramento della Parola" ("Omaggio a Trotskij"). Ambiciona-se também abordar o hibridismo referencial de Gilberto Mendes em "Ulysses em Copacabana surfando com James Joyce" e "Dorothy Lamour"
					
						Ver menos
					
				
		
					Abstract: This work proposes to address "Finnegans Wake's" relationships with music, from the influence of the musical form on the writing of the book to its aesthetic magnetism on contemporary composers who go hand in hand with the effects and thematic and formal devices of Joycean experimentalism....
					
						Ver mais
					
				
				
					Abstract: This work proposes to address "Finnegans Wake's" relationships with music, from the influence of the musical form on the writing of the book to its aesthetic magnetism on contemporary composers who go hand in hand with the effects and thematic and formal devices of Joycean experimentalism. The aim is to briefly explain the Wakeian macrostructures (mobility, co-constructive interpretation, circular philosophy, dream and myth), which will be problematized together with the specific devices interrelated to them, such as repetition and simultaneity. In addition to the structuring function as a whole, these macrostructures (or macroform) directly reflect the density, nebulosity, simultaneity, shuffling and assemblage of the microstructure (or multivector microform), which is the language of "Finnegans Wake". After this overview of the form, despite Joyce's predilection for traditional classical music, the hypothesis developed is that the writer dialogues allusively and structurally with modernist musical poetics preceding and contemporary to the writing of his book, which is corroborated by examples from work, testimonials from composers who are friends of the Irish writer, etc. Once demystifying Joyce as alienated from the musical avant-gardes, the writing and structure of "Finnegans Wake" are placed in dialogue (normally indirect) with some assumptions from the concrete and sinusoidal electroacoustic schools. Finally, it is analyzed the book's aesthetic power over contemporary musical form. Among several examples, some approaches stand out: on the mobility of "Troisième sonate pour piano" by the structuralist Pierre Boulez; about the multi-referential soundscape "Roaratorio" by the aleatoryist John Cage; on the granular soundscape "Riverrun" by the granularist Barry Truax and on the polyphonic "Omaggio a Joyce" by the syncretist Luciano Berio, one of the precursors of mixed electroacoustic music. Among Brazilians, the formal-content dialogue that Flo Menezes establishes with "Finnegans Wake" in Phantom-Wortquelle stands out; "Words in Transgress" and in "PAN: Laceramento della Parola" ("Omaggio a Trotskij"). The aim is also to address the referential hibridism of Gilberto Mendes in "Ulysses em Copacabana surfando com James Joyce" e "Dorothy Lamour"
					
						Ver menos
					
				
		Aberto
A inelutável modalidade do ouvível : o diálogo de formas entre o "Finnegans Wake" de James Joyce e a música erudita contemporânea
					Luis Henrique Garcia Ferreira
				
		A inelutável modalidade do ouvível : o diálogo de formas entre o "Finnegans Wake" de James Joyce e a música erudita contemporânea
					Luis Henrique Garcia Ferreira