Aspectos ergonômicos e fatores psicossociais no teletrabalho durante a pandemia de COVID-19 em um órgão do judiciário trabalhista [recurso eletrônico]
Fauzi El Kadri Filho
TESE
Multilíngua
T/UNICAMP EL51a
[Ergonomic aspects and psychosocial factors in telework during the COVID-19 pandemic in a regional labor court]
Campinas, SP : [s.n.], 2023.
1 recurso online (278 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Sérgio Roberto de Lucca
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: O judiciário trabalhista brasileiro passou por importantes transformações nas últimas décadas a partir da adoção intensiva de tecnologias da informação e comunicação, culminando na implementação do processo judicial eletrônico e na regulamentação do teletrabalho. Diante da necessidade do...
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Resumo: O judiciário trabalhista brasileiro passou por importantes transformações nas últimas décadas a partir da adoção intensiva de tecnologias da informação e comunicação, culminando na implementação do processo judicial eletrônico e na regulamentação do teletrabalho. Diante da necessidade do distanciamento social em razão da pandemia de COVID-19, o teletrabalho, que vinha sendo adotado de forma voluntária e gradual pelo Poder Judiciário, foi imposto de forma abrupta a partir de março de 2020. Neste contexto, o objetivo desta tese foi analisar a relação entre aspectos ergonômicos e fatores psicossociais do trabalho com o adoecimento e destas variáveis com as condições de teletrabalho e com a modalidade de trabalho exercida por magistrados e servidores de um Tribunal Regional do Trabalho durante a pandemia. No final de 2020, foi realizado um estudo com 55 servidores de um fórum trabalhista. Entre agosto e outubro de 2021, foram realizados levantamentos com 119 magistrados e 934 servidores de todo o tribunal e, no mesmo período de 2022, 659 servidores participaram novamente da pesquisa iniciada no ano anterior. Os aspectos ergonômicos foram avaliados de forma observacional por meio de videochamada no primeiro levantamento com os servidores e entre os magistrados, enquanto as demais variáveis destes e dos estudos subsequentes foram avaliadas por meio de questionários apresentados em meio eletrônico. Os levantamentos deram origem a quatro estudos transversais e um longitudinal, apresentados nos cinco artigos que compõem esta tese. Os resultados apresentados nos dois primeiros artigos demonstraram que, diante da imposição do teletrabalho, quase metade dos participantes apresentaram posto de trabalho com risco ergonômico elevado e correlações significativas com a ocorrência de problemas osteomusculares foram observadas especialmente quando considerados os fatores psicossociais do trabalho. No terceiro artigo, foi possível observar que os riscos ergonômico e psicossociais e a ocorrência de problemas osteomusculares foram significativamente menores entre os servidores que já realizavam o teletrabalho anteriormente à pandemia. A existência de um espaço reservado em casa para trabalhar e avaliação positiva do posto de trabalho em casa apresentaram relações significativas com a prevalência de transtornos mentais comuns, de acordo com os resultados apresentados no quarto artigo, em que se destacou o papel do suporte social como fator protetor para o sofrimento psíquico entre magistrados e servidores em teletrabalho. No quinto artigo, foi demonstrado que os resultados relacionados aos riscos ocupacionais e ao adoecimento apresentados pelos servidores que haviam iniciado o teletrabalho em decorrência da pandemia não foram alterados significativamente após o retorno ao trabalho presencial, com exceção da redução do risco relacionado ao posto de trabalho. Estes resultados sugerem que as organizações devem avaliar as condições de implementação do teletrabalho entre seus funcionários, oferecer suporte adequado aos teletrabalhadores, especialmente no que se refere aos aspectos ergonômicos do posto de trabalho em casa, e atuar de forma a minimizar os riscos ergonômico e psicossociais, assim como o adoecimento relacionado a estes riscos, independentemente da modalidade de trabalho adotada
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Abstract: The Brazilian labor judiciary has undergone significant transformations in recent decades from the intensive adoption of information and communication technologies, culminating in the implementation of the electronic judicial process and the regulation of telework. In view of the need for...
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Abstract: The Brazilian labor judiciary has undergone significant transformations in recent decades from the intensive adoption of information and communication technologies, culminating in the implementation of the electronic judicial process and the regulation of telework. In view of the need for social distancing due to the COVID-19 pandemic, telework, which had been gradually and voluntarily adopted by the Brazilian judiciary, was abruptly imposed from March 2020. In this context, the aim of this thesis was to analyze the relationship between ergonomic aspects and psychosocial factors of work with illness and these variables with telework conditions and the work modality performed by judges and employees of a Regional Labor Court during the pandemic. At the end of 2020, a study was conducted with 55 employees of a labor court unit. Surveys were conducted between August and October 2021 with 119 judges and 934 employees from all over the court, and, in the same period in 2022, 659 employees participated again in the research started in the previous year. Ergonomic aspects were evaluated observationally through video calls in the first survey among servants and also among judges, while other variables in these and subsequent studies were evaluated through questionnaires presented electronically. The surveys resulted in four cross-sectional studies and one longitudinal study, presented in the five articles that make up this thesis. The results presented in the first two articles showed that, given the imposition of telework, almost half of the participants had a workstation with high ergonomic risk, and significant correlations with the occurrence of musculoskeletal problems were observed, especially when considering psychosocial factors of work. In the third article, it was possible to observe that ergonomic and psychosocial risks and the occurrence of musculoskeletal problems were significantly lower among employees who had already been teleworking before the pandemic. The existence of a dedicated place at home for work and the better evaluation of the home workstation presented significant relationships with the prevalence of common mental disorders, according to the results presented in the fourth article, in which the role of social support was highlighted as a protective factor for psychic suffering among judges and servants in telework. In the fifth article, it was demonstrated that the results related to occupational risks and illness presented by employees who had started telework due to the pandemic were not significantly changed after returning to face-to-face work, except for the reduction of the risk related to the workstation. These results suggest that companies should evaluate the conditions of implementation of telework among their employees, offer adequate support to teleworkers especially regarding the ergonomic aspects of the workstation at home, and act in order to minimize ergonomic and psychosocial risks, as well as illness related to these risks, regardless of the work modality adopted
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Lucca, Sérgio Roberto de, 1957-
Orientador
Gallasch, Cristiane Helena, 1981-
Avaliador
Fischer, Frida Marina
Avaliador
Aspectos ergonômicos e fatores psicossociais no teletrabalho durante a pandemia de COVID-19 em um órgão do judiciário trabalhista [recurso eletrônico]
Fauzi El Kadri Filho
Aspectos ergonômicos e fatores psicossociais no teletrabalho durante a pandemia de COVID-19 em um órgão do judiciário trabalhista [recurso eletrônico]
Fauzi El Kadri Filho