Resumo: A teoria neoclássica pressupõe que as empresas são guiadas exclusivamente pela maximização dos lucros, a tecnologia é determinada por fatores exógenos ao sistema econômico, bem como interpreta os fenômenos capitalistas a partir de uma lógica que tende sempre ao equilíbrio. No entanto, na prática, a realidade é complexa e estes pressupostos não parecem aderir à realidade da dinâmica capitalista. Como enfatiza a perspectiva neo-schumpeteriana, antes da maximização dos lucros, as empresas lutam para sobreviver e utilizam todas as "armas" necessárias a fim de manter/ampliar sua liderança de mercado. Particularmente, utilizam a inovação como principal "arma" nesta disputa. Por conta disso, a tecnologia é, ao mesmo tempo, produto e consequência interna da dinâmica capitalista. Além disso, a interação entre firma e mercado está longe de resultar em um equilíbrio definido a priori. O processo de criação e difusão das inovações gera assimetrias técnicas e econômicas que resultam em desenvolvimentos diferentes do estágio anterior. Empresas como Alphabet, Amazon, Microsoft, Apple e Meta (antigo Facebook) adotam um padrão de investimento maciço em pesquisa e desenvolvimento (P&D) buscando constantemente inovar e obter vantagens competitivas que mantenham/expandam sua liderança no mercado. Por conta disso, o objetivo do presente trabalho é demonstrar como a inovação possui papel central na determinação da dinâmica da economia capitalista, como os neo-schumpeterianos destacam, enfatizando as limitações da visão neoclássica em descrevê-la. Para isto, foi feita uma revisão bibliográfica das principais correntes teóricas que abordam os temas inovação e concorrência capitalista. Visando conectar o referencial teórico neo-schumpeteriano à prática das empresas, o trabalho inclui informações acerca do atual processo de transformação digital e um estudo de caso da Alphabet Inc. Com base nos dados, foi possível concluir que a perspectiva neo-schumpeteriana possui maior aderência quanto à interpretação da dinâmica capitalista. Ademais, que o principal motor deste movimento é a concorrência entre as empresas e o combustível que alimenta esta é a inovação. Por fim, do ponto de vista empírico, foi verificado que as empresas adotam comportamentos rotineiros de investimentos em P&D e aquisições de empresas que reforçam o caráter dinâmico da economia Ver menos

Abstract: Neoclassical theory assumes that profit maximization is the exclusive firm rationality, external factors from the economic system determine technology creation, and that it interprets capitalist phenomena based on a logic that tends toward equilibrium. Yet, in practice, the reality is complex, and these assumptions do not seem to fit the capitalist dynamics. As the neo-schumpeterian perspective emphasizes, before profit maximization, companies struggle to survive and use all necessary means to maintain or expand their market leadership. They rely on innovation as their primary weapon in this environment. Consequently, technology is both a product and a consequence that emerges within the internal dynamics of capitalism. Besides, the interaction between firms and the market does not lead to a predetermined equilibrium. The process of creating and diffusing innovations generates technical and economic asymmetries, thus resulting in different developments compared to previous stages. Companies such as Alphabet, Amazon, Microsoft, Apple, Facebook, and others follow a pattern of massive investment in research and development (R&D), constantly pursuing innovation and securing competitive advantages to both maintain or expand their market leadership. Thus, this study aims to demonstrate how innovation plays a key role in determining the dynamics of the capitalist economy, as the neo-schumpeterian perspective highlights, emphasizing the limitations of the neoclassical perspective in characterizing this dynamic. The current paper used a literature review of the main theoretical perspectives addressing innovation and capitalist competition. To connect the neo-Schumpeterian theoretical framework with firm practices, the study includes information about the ongoing process of digital transformation and a case study of Alphabet Inc. Based on the data, this study shows that the neo-Schumpeterian perspective provides a more complete understanding while analyzing the capitalist dynamics. It also demonstrates that competition between companies is the primary driving force behind capitalism dynamics and innovation is the fuel that underpins it.
Furthermore, from an empirical point of view, companies adopt routine behaviors of investing in R&D and acquiring other companies, thus reinforcing the dynamic aspect of the economy Ver menos