Orientadores: Celso Luiz Figueiredo Bodstein, Ana Beatriz Azevedo

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem

Resumo: O presente estudo busca realizar uma incursão, a partir de um ponto de vista poético, ao universo de imagens e mensagens repleto de signos, significados e significantes que povoam os mais diferentes ambientes públicos urbanos, além de indicar possíveis formulações de caminhos que...

Resumo: O presente estudo busca realizar uma incursão, a partir de um ponto de vista poético, ao universo de imagens e mensagens repleto de signos, significados e significantes que povoam os mais diferentes ambientes públicos urbanos, além de indicar possíveis formulações de caminhos que possibilitem a ampliação de pesquisas sobre o tema poesia urbana. Esses caminhos implicam na observação e na interpretação permanente dos aqui denominados Cacos Poéticos Urbanos, cuja sigla é CPUs, e suas diferentes formas e formatos, tais como de ruídos em mensagens, palavras rasuradas, resíduos de mensagens, lixo afixado, placas e cartazes rasgados, riscados ou danificados de alguma forma pela simples marca do tempo ou pela ação, muitas vezes, inconsciente, do homem. Essa definição de CPUs ocorre em torno da tipificação do aqui classificado como "Hiperconcretismo Poético". Não se trata de pesquisar a poesia visual feita de forma consciente pelas pessoas, como em intervenções artísticas programadas. O que se busca catalogar e propor é uma investigação centrada naquelas mensagens que falharam e se tornaram ruídos de coisas dissonantes nas paisagens urbanas. São mensagens distorcidas que permeiam os indivíduos nas ruas, nas praças, postes, placas, muros, prédios, cartazes, esculturas públicas, bustos, estátuas, jardins e nos demais objetos em meios de convivência de qualquer grande metrópole. O Hiperconcretismo é proposto para definir CPUs porque estes radicalizam o experimentalismo poético trazido pelo Concretismo. O Hiperconcretismo extrematiza a ruptura com o verso e rompe o caráter ‘tradicional’ da poesia ao se lançar na selva de aleatoriedades de mensagens desfiguradas nas ruas. O que se busca são imagens urbanas de uma poética dos ready-mades a céu aberto. O Hiperconcretismo é caracterizado pela mutação constante, aleatoriedade, urbanidade, ruído, mancha, falha, lógica de consumo e/ou de autoexposição individual, em contraposição ao lugar pré-concebido, é visualmente composto por sobreposições e, por estar exposto nas ruas, se deturpa a partir da ação do homem e/ou do tempo e de suas intempéries naturais, tais como vento, sol, chuva, tempestades e variações de temperatura. Ao final deste texto, apresenta-se uma proposta de primeira versão do Manifesto Hiperconcretista

Abstract: The study seeks to carry out an incursion, from a poetic point of view, into the universe of images and messages full of signs, meanings and signifiers that populate the most different urban public settings, in addition to indicating possible formulations of paths that allow the expansion...

Abstract: The study seeks to carry out an incursion, from a poetic point of view, into the universe of images and messages full of signs, meanings and signifiers that populate the most different urban public settings, in addition to indicating possible formulations of paths that allow the expansion research on urban poetry. These paths imply the permanent observation and interpretation of the here called Cacos Poéticos Urbanos (Poetic Urban Pieces), whose acronym is CPUs, and their different forms and formats, such as ruined messages, erased words, message residues, posted garbage, torn signs and posters, scratched or damaged in some way by simple marks of time or by the action, often unconscious, of man. This definition of CPUs takes place around the typification of what is here classified as "Poetic Hyperconcretism". It is not about researching visual poetry consciously made by people, as in programmed artistic interventions. What is cataloged and proposed is an investigation centered on messages that have failed and became noises of dissonant things in urban landscapes. These are distorted messages that permeate people in streets, squares, posts, signs, walls, buildings, posters, public sculptures, busts, statues, gardens, and other objects in the living environment of any large metropolis. Hyperconcretism is proposed to define CPUs because they radicalize the poetic experimentalism brought by the Concretism. Hyperconcretism extremizes the rupture with verse and breaks the ‘traditional’ character of poetry by launching itself into the jungle of random messages disfigured in the streets. What is sought are urban images of the poetic open-air ready-mades. Hyperconcretism is characterized by constant mutation, randomness, urbanity, noise, stain, glitch, logic of consumption and/or individual self-exposure, in opposition to the preconceived spot, it is visually composed of overlaps and, because it is exposed in the streets, it is distorted by the action of man and/or weather, such as wind, sun, rain, storms and temperature variations. At the end of this text, a proposal for a first version of the Hyperconcretist Manifesto is presented

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