A oralidade letrada de lideranças não-escolarizadas
Ivani Aparecida Pereira
TESE
Português
(Broch.)
T/UNICAMP P414o
Campinas, SP : [s.n.], 1997.
199f.
Orientador: Angela B. Kleiman
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem
Resumo: Este trabalho tem por objetivo discutir as condições de produção da oralidade organizada por padrões letrados de lideranças não escolarizadas. Para cumprir essa finalidade problematizamos o que denominamos oralidade letrada, no cruzamento da Lingüística Aplicada, Sociologia e Análise do...
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo discutir as condições de produção da oralidade organizada por padrões letrados de lideranças não escolarizadas. Para cumprir essa finalidade problematizamos o que denominamos oralidade letrada, no cruzamento da Lingüística Aplicada, Sociologia e Análise do Discurso, fundamentados na
concepção de que o sujeito/linguagem/exterioridade são mutuamente determinados. A fala comumente referida como "fragmentária", "retalhada", "estranha" desses sujeitos, ao contrário de representar uma reprodução enquanto uma submissão aos padrões legitimados, produz efeitos de sentido que denunciam, pela rede de sentidos que se forma interdiscursivamente, o reconhecimento do lugar em que esses sujeitos se posicionam e são posicionados na sociedade letrada. A oralidade letrada trabalha e transforma os princípios arbitrários de categorização social. Para complementar a análise discursiva examinamos alguns mecanismos lingüísticos com o objetivo de reforçar a nossa hipótese de que esses sujeitos encontram-se num processo de especularidade em que parecem buscar descobrir, na concretude da linguagem do outro, os lugares onde se alojam as diferenças entre o seu falar e o do outro. E as tentativas de incorporação da fala do outro mostram a contradição constitutiva do processo de transformação da relação de desigualdade/subordinação (Pêcheux 1988). Concluímos que os sujeitos em militância política, em razão das condições da prática discursiva, produzem um discurso atravessado pela escrita que revela um domínio de mecanismos de organização textual que a prática escolar não lhes
permite desenvolver. Na escola as práticas homogeneizadas e distanciadas da realidade social do aluno e a inflexibilidade dos alfabetizadores diante de situações em que o início do processo de ensino implica considerar um sujeito já historicizado, no meio do caminho, acabam sufocando a criatividade do alfabetizando que viria de
sua história, de sua experiência, e que culmina na exclusão Ver menos
concepção de que o sujeito/linguagem/exterioridade são mutuamente determinados. A fala comumente referida como "fragmentária", "retalhada", "estranha" desses sujeitos, ao contrário de representar uma reprodução enquanto uma submissão aos padrões legitimados, produz efeitos de sentido que denunciam, pela rede de sentidos que se forma interdiscursivamente, o reconhecimento do lugar em que esses sujeitos se posicionam e são posicionados na sociedade letrada. A oralidade letrada trabalha e transforma os princípios arbitrários de categorização social. Para complementar a análise discursiva examinamos alguns mecanismos lingüísticos com o objetivo de reforçar a nossa hipótese de que esses sujeitos encontram-se num processo de especularidade em que parecem buscar descobrir, na concretude da linguagem do outro, os lugares onde se alojam as diferenças entre o seu falar e o do outro. E as tentativas de incorporação da fala do outro mostram a contradição constitutiva do processo de transformação da relação de desigualdade/subordinação (Pêcheux 1988). Concluímos que os sujeitos em militância política, em razão das condições da prática discursiva, produzem um discurso atravessado pela escrita que revela um domínio de mecanismos de organização textual que a prática escolar não lhes
permite desenvolver. Na escola as práticas homogeneizadas e distanciadas da realidade social do aluno e a inflexibilidade dos alfabetizadores diante de situações em que o início do processo de ensino implica considerar um sujeito já historicizado, no meio do caminho, acabam sufocando a criatividade do alfabetizando que viria de
sua história, de sua experiência, e que culmina na exclusão Ver menos
Abstract: Not informed.
Kleiman, Angela, 1945-
Orientador
Kleiman, Angela B. (Angela Bustos), 1945-
Orientador
Barbara, Leila
Avaliador
Tfouni, Leda Verdiani, 1942-
Avaliador
Serrani, Silvana Mabel, 1955-
Avaliador
Signorini, Inês, 1951-
Avaliador
A oralidade letrada de lideranças não-escolarizadas
Ivani Aparecida Pereira
A oralidade letrada de lideranças não-escolarizadas
Ivani Aparecida Pereira
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