Consequências do aumento da temperatura global em insetos predadores de ecossistemas lênticos tropicais [recurso eletrônico]
Lucas Waldir Zorzetti
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP Z78c
[Consequences of the increase in global temperature in insect predators of tropical lentic ecosystems]
Campinas, SP : [s.n.], 2020.
1 recurso online (79 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientadores: Gustavo Quevedo Romero, Paula Munhoz de Omena
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia
Resumo: O aumento das temperaturas médias globais pode influenciar as interações ecológicas por meio de mudanças nas taxas metabólicas e comportamentais dos organismos. A resposta da interação predador-presa ao aumento de temperatura depende da resposta relativa das espécies envolvidas, que pode...
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Resumo: O aumento das temperaturas médias globais pode influenciar as interações ecológicas por meio de mudanças nas taxas metabólicas e comportamentais dos organismos. A resposta da interação predador-presa ao aumento de temperatura depende da resposta relativa das espécies envolvidas, que pode variar por diferentes sensibilidades termais, comportamentos, tamanho do predador e estratégias de predação. Os organismos ectotermos de ecossistemas lênticos tropicais, que regulam sua temperatura interna a partir de fontes externas, são especialmente vulneráveis às mudanças climáticas. Logo, é fundamental entender a influência do aumento das temperaturas globais sobre o comportamento e o crescimento de predadores nesses sistemas. Para analisar essa influência, comparamos o comportamento de predação, i.e., o tempo de captura, o tempo de manipulação da presa, a taxa de consumo, e as taxas de crescimento de predadores em microcosmos sob temperatura ambiental e 4°C acima da temperatura ambiental, conforme previsto por modelos climáticos para 2100. Utilizamos quatro espécies de insetos predadores de ecossistemas lênticos, dois Hemiptera e dois Odonata: respectivamente, Belostoma sp., Buenoa sp., Erythrodiplax sp. e Nehalennia sp. Elas possuem diferentes peças bucais, estratégias de predação, dentre outras características. Utilizamos modelos lineares de efeito misto e análises de covariância para mensurar o efeito do aquecimento, com o tamanho corporal como covariável. O aquecimento influenciou principalmente o tempo de captura, a taxa de consumo e a taxa de crescimento, enquanto o tempo de manipulação da presa não foi significativamente alterado pelo aumento da temperatura. O tamanho corporal interagiu com o aquecimento em algumas medidas, mostrando ser importante sua consideração na resposta às mudanças climáticas. O aumento de temperatura levou a um menor tempo de captura em Belostoma sp., interagiu com o tamanho em Erythrodiplax sp. e Nehalennia sp., enquanto aumentou o tempo de captura em Buenoa sp. O tempo de manipulação foi influenciado apenas pelo tamanho em Erythrodiplax sp. As taxas de consumo aumentaram com o aquecimento em Belostoma sp., e diminuíram em Buenoa sp. Já em Erythrodiplax sp. o consumo variou com o tamanho em cada tratamento, apresentando uma interação mais complexa. Quanto às taxas de crescimento, Belostoma sp. apresentou uma aceleração nos tamanhos menores por conta do aumento de temperatura, porém essa aceleração foi reduzida nos maiores. Nossos resultados sugerem que a resposta dos predadores aquáticos não é homogênea, e que pode variar dependendo de características como diferentes sensibilidades termais, faixas de tamanho, comportamentos, estratégias de predação e tipos de presa. O fato de o tamanho corporal influenciar diferencialmente a resposta comportamental e fisiológica dos predadores pode indicar que diferenças interespecíficas podem interferir na relação entre o tamanho e a resposta da predação ao aquecimento. A resposta dessa interação ao aquecimento mostrou não seguir um padrão único entre as diferentes espécies de predadores e isso deve ser levado em conta na conservação da biodiversidade dos ecossistemas de água doce frente às mudanças climáticas
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Abstract: The increase in mean global temperatures may affect the ecological interactions through its changes on the metabolic and behavioral rates of the organisms. The predator-prey interaction' response to the increase in temperature depending on the relative response of the involved species....
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Abstract: The increase in mean global temperatures may affect the ecological interactions through its changes on the metabolic and behavioral rates of the organisms. The predator-prey interaction' response to the increase in temperature depending on the relative response of the involved species. This response can vary due to different thermal sensitivities, behaviors, predator's size, and predation strategies. The ectotherm organisms from tropical lentic ecosystems that regulate its body temperature from external sources are especially vulnerable to climate changes. Thus, it is fundamental to understand how warming affects the behavior and the growth of predators in these systems. To analyze this influence, we compare predation behavior, i.e., the capture time, prey handling time, and consumption rate, and the growth rates of predators in microcosms under room temperature and 4°C above the room temperature, according to the predicted by climate models for the year 2100. We used four species of predator insects from lentic ecosystems, two Hemiptera and two Odonata, respectively, Belostoma sp., Buenoa sp., Erythrodiplax sp., and Nehalennia sp. They have different mouth parts, predation strategies, among other features. We analyzed the effect of warming using linear mixed-effects models and analysis of covariance (ANCOVA), with the size as the covariable. Warming affects mainly the capture times, consumption rates, and growth rates, while the prey handling time was not significantly altered by it. Body size interacts with the warming in some measures, proving to be important in response to climate changes. The higher temperature led to less capture time in Belostoma sp., interacted with size in Erythrodiplax sp. and Nehalennia sp., while increased with the treatment in Buenoa sp. The prey handling time was only affected by size in Erythrodiplax sp. The consumption rates increased in the higher temperature in Belostoma sp. but decreased in Buenoa sp. In Erythrodiplax sp., the consumption varied with size in each treatment, showing a more complex interaction. Regarding growth rates, Belostoma sp. showed an acceleration in smaller sizes caused by warming, but this acceleration was weaker in the bigger ones. Our results suggest that the response of aquatic predators is not homogeneous. And that may vary depending on traits like different thermal sensitivities, size ranges, behaviors, predation strategies, and prey types. Also, as the size differentially affects the behavioral and physiological response of predators, interspecific differences might interfere with the body size effects on the predation response to increased temperatures. The response of this interaction to warming seems not to follow a unique pattern between the differnt species of predators. This must be considered in the conservation of the biodiversity of freshwater ecosystems in the face of the recent climate changes
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Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Romero, Gustavo Quevedo, 1974-
Orientador
Omena, Paula Munhoz, 1982-
Coorientador
Antiqueira, Pablo Augusto Poleto, 1987-
Avaliador
Silva, Fernando Rodrigues da
Avaliador
Consequências do aumento da temperatura global em insetos predadores de ecossistemas lênticos tropicais [recurso eletrônico]
Lucas Waldir Zorzetti
Consequências do aumento da temperatura global em insetos predadores de ecossistemas lênticos tropicais [recurso eletrônico]
Lucas Waldir Zorzetti