Orientadores: Daniela Tonelli Manica, Lais Silveira Fraga

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem

Resumo: As mudanças tecnológicas têm a capacidade de promover alterações em esferas da sociedade, ao mesmo tempo em que são moldadas por ela. Essas transformações acontecem, inclusive, nos movimentos sociais e na imprensa. O feminismo, nos últimos anos, utilizou e ajudou a construir tais tecnologias...

Resumo: As mudanças tecnológicas têm a capacidade de promover alterações em esferas da sociedade, ao mesmo tempo em que são moldadas por ela. Essas transformações acontecem, inclusive, nos movimentos sociais e na imprensa. O feminismo, nos últimos anos, utilizou e ajudou a construir tais tecnologias para se organizar nas redes sociais digitais e também no espaço físico. Articulando os conceitos objetividade feminista (HARAWAY, 2009; HARDING, 1992, 2019), perspectiva feminista (HARTSTOCK, 1983) e interseccionalidade (CRENSHAW, 1991; AKOTIRENE, 2020) com o campo do jornalismo, essa dissertação analisa o perfil das colaboradoras e suas produções para dois veículos de imprensa feminista, Lado M e AzMina, criados em 2014 e 2015, respectivamente, momento de efervescência do movimento feminista no Brasil (REIS, 2017). Para isso, utilizo a metodologia dos estudos de casos múltiplos, analisando os dados recolhidos através de formulário enviado às autoras, dos textos publicados no segundo semestre de 2018 e das entrevistas feitas com as fundadoras e autoras dos sites. Olhar para este período permitiu relacionar a produção jornalística à organização do movimento feminista – e de outros movimentos sociais – em torno das eleições presidenciais daquele ano e como as pautas sobre política foram abordadas. A partir da análise, foi possível concluir que os veículos valorizam a produção jornalística situada, com as autoras se inserindo nos textos e trazendo suas experiências próprias, sem abandonar o método jornalístico e dados de pesquisas e estudos que embasam suas reportagens e artigos, apesar de não terem tanta representatividade racial, geográfica e de identidade de gênero. São, assim, exemplos de veículos de imprensa feminista que resistem aos modelos de mercado tradicionais, buscam novas formas de produção, usando as ferramentas tecnológicas para chegar em mais pessoas, e quebram padrões do jornalismo tradicional

Abstract: Technological changes have the ability to promote changes in spheres of society, while being shaped by it. These transformations also happen in social movements and in the press. Feminism, in recent years, has used and helped to build such technologies to organize itself in digital social...

Abstract: Technological changes have the ability to promote changes in spheres of society, while being shaped by it. These transformations also happen in social movements and in the press. Feminism, in recent years, has used and helped to build such technologies to organize itself in digital social networks and also in physical space. Articulating the concepts of feminist objectivity (HARAWAY, 2009; HARDING, 1992, 2019), feminist perspective (HARTSTOCK, 1983) and intersectionality (CRENSHAW, 1991; AKOTIRENE, 2020) with the field of journalism, this dissertation analyzes the profile of the collaborators and their productions for two feminist press vehicles, Lado M and AzMina, created in 2014 and 2015, respectively, a moment of effervescence in the feminist movement in Brazil (REIS, 2017). For this, I use the methodology of multiple case studies, analyzing the data collected through a form sent to the authors, texts published in the second half of 2018 and interviews with the founders and authors of the sites. Looking at this period made it possible to relate journalistic production to the organization of the feminist movement – and other social movements – around the presidential elections of that year and how the agendas on politics were approached. From the analysis, it was possible to conclude that the vehicles value the situated journalistic production, with the authors inserting themselves in the texts and bringing their own experiences, without abandoning the journalistic method and research data and studies that support its reports and articles, despite not having much racial, geographic and gender identity representation. They are, therefore, examples of feminist press vehicles that resist traditional market models, seek new forms of production, using technological tools to reach more people, and break the patterns of traditional journalism

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