Orientador: Greciely Cristina da Costa

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem

Resumo: Esse estudo buscou compreender como constituem, formulam e circulam imagens de violência contra mulher representadas de distintos modos na rede social instagram. Amparadas pela análise de discurso tomamos uma série de imagens, compreendendo-as como materialidade discursiva, recortadas e...

Resumo: Esse estudo buscou compreender como constituem, formulam e circulam imagens de violência contra mulher representadas de distintos modos na rede social instagram. Amparadas pela análise de discurso tomamos uma série de imagens, compreendendo-as como materialidade discursiva, recortadas e inseridas em blocos que tratam como essas mulheres e os discursos sobre elas foram historicizados e são significados na rede. Por esse movimento apreendemos os sentidos de violência, pelos estudos das leis de proteção à mulher, pelas imagens em circulação, pela formulação de legendas e comentários nas redes. Refletimos sobre a violência contra mulher e seus desdobramentos por diferentes modos e lugares por meio dos estudos de gênero. Do ponto de vista discursivo, estudamos o modo como a mulher foi sendo constituída e posta em um lugar de naturalização de sentidos. Em relação ao digital, a prática do discurso eletrônico e pelo processo de produção de sentidos, tomamos o Instagram como um objeto simbólico, nessa perspectiva apreendemos as funcionalidades da redes e nos dedicamos a compreender a hashtag como um funcionamento, sendo ponto central, a #feminicidio. Com isso feito, nos dedicamos à análise dos recortes que foram feitos por blocos nomeados de imagem encenada, não-encenada e sublimada. Em cada uma delas, analisamos o modo como a mulher em situação de violência foi sendo significada assim como, aquilo que não vimos dessas imagens, mas que estavam lá, encontramos brechas, equívocos, dizeres cristalizados e repetidos. A partir dessas imagens formulamos a noção de violências encenadas compreendendo que nos três blocos tratamos dessa noção, apesar de analisarmos materialidades discursivas que significam a mulher em situação de violência de distintas formas, em todos os modos de significação lidamos com ajustes de cenas em que a encenação dessas imagens ocorre de diferentes modos na tensão daquilo que ao mesmo tempo que apaga os sentidos de violência, produzem identificação.Compreendendo que esse espaço de reflexões, o digital não pode ser tomado como pronto, fechado em si mesmo, já que tratamos de um lugar onde os sentidos se dispersam e as mudanças ocorrem a passos lentos. Nos dedicamos dessa forma, na busca por refletir esses crimes de ódio e principalmente, desnaturalizá-los, abrindo assim, espaços outros de significação, formas de (re)pensar a mulher em situação de violência, não na ilusão da transparência, mas compreendendo o jogo da contradição que constituem essas imagens e esses discursos em circulação. Nos movemos na busca por romper efeitos de sentido cristalizados, para isso, topamos com o real da violência e a dureza dos números, do horror que atravessam cada imagem, cada mulher. Consideramos que as redes sociais possibilitam novos espaços de debate social, ao possibilitar novas reflexões sobre a violência contra mulher por meio de lugares e formas outras de significá-las.

Abstract: This study sought to understand how they constitute, formulate and circulate images of violence against women represented in different ways on the social network instagram. Supported by discourse analysis, we took a series of images, understanding them as discursive materiality, cut out...

Abstract: This study sought to understand how they constitute, formulate and circulate images of violence against women represented in different ways on the social network instagram. Supported by discourse analysis, we took a series of images, understanding them as discursive materiality, cut out and inserted in blocks that deal with how these women and the speeches about them were historized and are meant in the network. Through this movement, we apprehended the meanings of violence, by studying the laws that protect women, by circulating images, by formulating subtitle and comments on Instagram. We reflected on violence against women and its consequences in different ways and places through gender studies. From the discursive point of view, we studied how the woman was being constituted and placed in a place of naturalization of meanings. In relation to digital, the practice of electronic discourse and the process of producing meanings, we take Instagram as a symbolic object, in this perspective we apprehend the functionalities of the networks and dedicate ourselves to understanding hastag as a function, being the central point, the # feminicide. With that done, we dedicate ourselves to the analysis of the cutouts that were made by blocks named staged, non-staged and sublimated image. In each of them, we analyzed the moo as the woman in a situation of violence was being signified as well as, what we did not see from these images, but that were there, we found loopholes, mistakes, crystallized and repeated sayings. From these images we formulate the notion of staged violence, understanding that in the three blocks we deal with this notion, despite analyzing discursive materialities that signify women in situations of violence in different ways, in all modes of meaning we deal with adjustments ofscenes in which the staging of these images occurs in different ways in the tension of that which, at the same time that erases the senses of violence, produces identification. Understanding that this space of reflections cannot be taken as ready, closed in on itself, since we are dealing with a place where the senses are dispersed and changes occur with slow steps. We dedicate ourselves in this way, in the search to reflect these hate crimes and mainly, to denaturalize them, thus opening other spaces of meaning, ways of rethinking women in situations of violence, not in the illusion of transparency, but understanding the game of contradiction that constitute these images, these discourses in circulation. We move in the search to break these crystallized sense effects for that, we come across the reality of violence and the hardness of numbers, the horror that cross each image, each woman. We believe that social networks enable new spaces for social debate, by enabling new reflections on violence against women through places and other ways of meaning them.

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